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A cura pela natureza


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período.
O banho de assento com fricções (ou banho Kuhne)
Utiliza-se o banho de assento com fricções para excitar os órgãos digestivos, os intestinos, os rins e, sobretudo, para provocar a excreção de substâncias mórbidas (segundo o autor).
O nosso sistema nervoso deixa-se influenciar num único lugar do nosso corpo: as partes sexuais. Sempre segundo Kuhne, os banhos de assento praticados nestas partes fortificam os nervos condutores e transmissores da nossa força vital, já que é precisamente nestas partes que estes se encontram reunidos. Por conseguinte, têm uma acção sobre todo o nosso sistema nervoso.
Kuhne afirmava também que a entrada de materiais estranhos, acumulados no nosso organismo, conduz à doença: uma digestão mal feita, os
maus hábitos alimentares e os abusos permitem que as doenças penetrem nos nossos órgãos.
O atrito e a afluência de substâncias estranhas não evacuadas produzem no corpo alterações de temperatura. O corpo é refrescado durante o
banho, e a pele é aquecida. O doente não sente o frio mas, pelo contrário, um calor agradável. Quanto mais fria for a água, mais eficazes serão os
banhos. Quanto ao seu número e duração, são variáveis conforme o estado da pessoa. Mas, regra geral, devem durar entre 10 e 60 minutos.
O corpo não deve ficar em contacto directo corri a água. Se se utilizar um bidé, basta colocar uma prancha atravessada e sentar-se em cima da mesma. No caso de se utilizar um alguidar, deve colocar~se um pequeno banco, para que a água alcance a altura do banco, sem molhar a sua parte superior e sentar-se sem que as nádegas fiquem em contacto com a água.
O recipiente deve estar cheio de água fria. Pega-se num pano grosso e lavam-se suavemente as partes sexuais. Não se deve esfregar, e de cada vez voltar-se a mergulhar o pano na água. As mulheres só
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


devem lavar as partes exteriores dos lábios vaginais (como é óbvio, este banho não deve ser praticado durante o período menstrual).

- Os homens devem lavar a ponta do prepúcio, mantendo-o entre o


polegar e o indicador, sempre com a ajuda de um pano grosso.
OS BANHOS DE VAPOR PARA TRANSPIRAR
Actualmente é possível encontrar no comércio saunas aquecidas electricamente. Estes aparelhos, concebidos para uma ou mais pessoas, podem ser facilmente instalados em casa. Os seus preços variam em função dos aparelhos. Na maioria dos salões de desporto existem saunas, e alguns possuem mesmo hammams (vapor e calor húmido).
A sauna é agradável, dilata os poros da pele e acelera o ritmo sanguíneo. Infelizmente, poucas casas estão equipadas com saunas.
Comentários importantes sobre os banhos de vapor
São desaconselhados, salvo indicação médica favorável:

- em caso de temperatura alta;

- doenças cardíacas;

- insuficiência respiratória ou doenças dos pulmões.


A sua duração oscila entre 15 e 60 minutos. Deve ser praticado enquanto for agradável; caso contrário, pára-se e recomeça-se no dia seguinte, eventualmente.
Para acelerar a transpiração
Existem contudo vários meios de transpirar de uma forma pouco dispendiosa, caso não se possua uma sauna e não exista nenhuma próximo de nós.
Basta tomar um duche quente ou um banho quente de curta duração (5 minutos bastam), não secar o corpo, tomar antes e durante o
banho infusões quentes de rainha-dos-prados, tomilho ou sabugueiro, beber água durante o banho e envolver-se, em seguida, num
roupão húmido e deitar-se coberto.
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


A CAMISA DE 4 (FLORES DE FENO” (SEGUNDO O PADRE KNEIPP)
Esta camisa deve ser feita em pano grosso e deve ser ampla e comprida. Como alternativa pode utilizar um roupão velho.
Mergulhe esta camisa numa decocção quente de flores de feno. Esprema-a e vista-a contra a pele. Proteja a sua cama com um
pedaço de nylon e coloque dois cobertores para se tapar. Conserve a camisa durante 1 a 2 horas.
N. B.: A camisa deve ser agradável de vestir, caso contrário é melhor despi-Ia.
Para as pessoas em bom estado de saúde, o Dr. Bilz recomenda aplicar todos os 15 dias um camisa fria de curta duração (4 a 5 minutos), procedendo da mesma maneira que para a camisa de flores de feno”. Apenas mudam a duração e a temperatura do líquido.
Esta camisa fortalece o baixo-ventre, o fígado e os rins.
O CINTURÃO DE NEPTUNO (COMPRESSA ABDOMINAL)
Comentários do Dr. Bilz: “Se existissem remédios universais, a compressa corporal mereceria este nome. A compressa nocturna é extraordinariamente útil nas mais variadas doenças e perturbações da saúde. Para a tosse, constipação, afrontamentos, dores de cabeça, dores de dentes, inapetência, vertigens, inflamação dos olhos, difteria, pneumonia... numa palavra, todas as doenças agudas.
Deve-se usar a compressa durante todo o período da doença, de alguns minutos a várias horas, com pequenas interrupções.
Quase tudo cede à compressa corporal: hemorróidas, flatulência, doenças estomacais, gases...
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


A acção das compressas corporais é maravilhosa nas doenças da mulher. Inúmeras doenças deste tipo foram curadas com compressas no corpo e banhos de assento. Para a insónia das crianças a compressa corporal é um remédio soberano.”
Material
- Um cinto de flanela suficientemente comprido e largo para dar duas
voltas à cintura.

- Dois panos de algodão cru.


Proceda da seguinte maneira:
Coloque na cama um plástico e um ou dois cobertores. Pegue num
ou dois panos que mergulhará numa água a cerca de 20’. Esprema-os. Coloque-os, em seguida, sobre o seu corpo, ao nível do ventre e do baixo-ventre, incluindo as costas. Pegue em seguida no cinto de flanela e enrole-o em volta da cintura, de modo a segurar os panos. É preferível que os panos molhados ultrapassem ligeiramente, de 1 ou 2 cm, o cinto de flanela. Fixe o cinto com agrafos ou alfinetes-de-ama, e cubra-se.
Comentários importantes
- É preferível aplicar a compressa à noite, ao deitar. -Nunca a aplique no corpo se este estiver frio. Neste caso, aqueça-o
previamente por meio de fricções, banhos quentes ou de vapor. -Nas pessoas robustas, habituadas às compressas corporais, pode utilizar-se água mais fria (15’) ou mesmo fria. O aquecimento dá-se neste caso mais depressa. Johanna Brandt preconiza a utilização de cubos de gelo colocados dentro dos panos; este modo de proceder deve ser efectuado com precaução.

- Deve-se estar atento a que a compressa aqueça o corpo e que


a sensação de frio desapareça rapidamente (em geral, ao fim de 1 a

2 minutos). -Se pretender agir mais especificamente no estÔmago, coloque um


pano húmido dobrado em quatro sobre este órgão.
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


-Se retirar a compressa sem a renovar, faça uma fricção geral do
corpo com água morna (a uma temperatura de cerca de 20’).

- Durante o dia, as compressas devem ser mudadas de 2 em 2 ou de


3 em 3 horas. -A acção da compressa é amplificada com uma alimentação ligeira,
pobre e não excitante (veja o capítulo dedicado a este assunto). -As lavagens com água morna podem também favorecer a acção da
compressa.

- A compressa aplica-se o tempo que for necessário. Retire-a de tempos a tempos, para a renovar (de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas).


Como se verifica, o Dr. Bilz considerava esta compressa corporal uma ferramenta necessária aos seus tratamentos. É espantoso que ela tenha sido completamente esquecida pelos adeptos da actual medicina naturopática.
As suas explicações a propósito da eficácia desta compressa eram as seguintes: “ Ela age ao nível dos milhões de vasos capilares que percorrem a pele. Quando o vaso se contrai com o frio, contém pouco sangue. A pele tem então um aspecto pálido, o seu toque é fresco: onde falta o sangue falta o calor. Se pelo contrário os vasos se dilatam, o que acontece com o calor, ficam cheios de sangue. Quanto mais o sangue correr vivamente na pele e para ela, menos ele provocará no interior acúmulos e, a partir daí, inflamações. Além disso, arrastará consigo as impurezas para a pele sob a forma de suor.
A compressa húmida está mais fria do que a pele. No momento da sua aplicação, o sangue recua, por assim dizer, amedrontado, e os vasos capilares contraem-se. Todavia, imediatamente a seguir, o corpo envia mais sangue, porque está organizado para tal, aos locais cobertos pelo pano frio e húmido, de modo a aquecê-los vivamente. Ao mesmo tempo que a pele, os panos húmidos também aquecem. O calor é retido pela compressa. Daí resulta uma chegada contínua e vigorosa de sangue para os vasos capilares dilatados pelo calor, bem como, simultaneamente, um calor elevado nos locais por ela cobertos. Os órgãos internos nobres são libertos do excesso
de sangue que os perturbava e podem assim curar-se.”
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


OS BANHOS DE AR LIVRE E DE SOL: UM TRATAMENTO NATURAL QUE DEVE SER PRATICADO COM MODERAÇÃO
Uma moda ridícula e nefasta exige que actualmente, para se ser bonito ou bonita e parecer saudável, o homem ou a mulher estejam bronzeados, tenham uma cor acobreada, de modo a responder aos critérios da nossa actual concepção de estética. Esta moda recente tem apenas cinquenta anos.
Abusar do sol e querer a qualquer preço, após um curto espaço de tempo, ter uma pele trigueira pode implicar vários perigos, entre eles os
temíveis “escaldões”, que ocasionam frequentemente graves queimaduras. Predispõem às rugas e ao envelhecimento da pele e são, além disso, responsáveis por inúmeras doenças cutâneas. Além disso favorecem a
evolução dos cancros.
Todavia o ar e o sol, tomados de modo sensato, são ainda um meio que faz parte dos tratamentos naturais possíveis.
Théodore Hahn, no século passado, para grande sorte dos seus doentes, fazia-os tomar banhos de ar e de sol, duas vezes por dia, durante o Verão no vale da Goldach. Estes banhos eram acompanhados de loções quentes. Apresentamos abaixo os conselhos que ele dava e que nos parecem ser ainda actuais:
“0 sol é medicinal e, como tal, deve ser utilizado com uma certa
cautela e sobretudo sem abusos.”
O Dr. Bilz procedia da seguinte maneira: “0 doente deve estar deitado naturalmente, nos dias quentes de Verão, num local iluminado pelo sol, pouco exposto ao vento, sobre um saco de palha ou um colchão, envolto num pano leve e com a cabeça protegida por um guarda-sol. Ao fim de uns instantes deve voltar-se.
Quando o doente está transpirado, deve tomar duches frescos ou frios. Se o pano leve for insuficiente para causar transpiração, deve ser envolvido num cobertor de lã. Como estes banhos de sol servem sobretudo para o tratamento de doenças crónicas, devem ser utilizados com precaução e ser apropriados à doença e à pessoa. Devem ser prescritos por um médico naturista.”
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


A FOTOTERAPIA: UMA CIÊNCIA EM MARCHA
A luz medicinal
O jornal científico Nature, no final do século xix, publicou um artigo sobre os trabalhos do Dr. NieIs Finsen, que valorizava a fototerapia no
tratamento da varicela.
NieIs Finsen isolou os seus pacientes num quarto onde a luz era velada por vidros e tecidos vermelhos. Observou que sob esta influência as
pústulas supuravam menos e que, quando a doença acabava, as cicatrizes eram inexistentes ou pouco pronunciadas. A observação era importante devido aos estigmas que esta doença frequentemente deixa. Em vários países, em França e no Japão, existe um método que consiste em colocar no escuro os doentes com varicela ou com outras doenças com sintomas cutâneos.
Finsen pensava que a eliminação de certos raios luminosos devia assegurar uma atenuação da inflamação. Depois das suas experiências com a
varicela, procurou aplicar o seu método a outras doenças. Os microbiólogos já conheciam, nessa época, a acção antibacteriana da luz sobre certas espécies de bactérias.
Finsen tratou as dermatoses de origem bacteriana (como o lúpus) com
a luz (solar ou eléctrica). Para a concentrar e simultaneamente diminuir a sua acção térmica, construiu um sistema óptico complexo. Graças a este
aparelho, os raios solares eram projectados sobre a parte doente do corpo. A superfície exposta era reduzida e limitada no tempo.
Numa primeira fase, Finsen utilizou unicamente a luz, depois besuntou a pele com loções para que esta ficasse mais flexível e a penetração dos raios se efectuasse em melhores condições. Os resultados obtidos foram significativos na maioria dos casos, tal como o testemunharam os jornais da época. Conseguiu curar “deformidades, mutilações graves, ulcerações extensas. Mas a fototerapia tem um campo bem mais vasto: a luz é o elemento regenerador e vivificante por excelência. Tudo na natureza sofre a sua influência benéfica”. Nessa época utilizaram-se também os banhos solares para ti-atar os reumatismos, a obesidade e a ma-nutrição.
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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


A luz permanece um grande mistério
O papel da luz em diversos processos é mal conhecido. É certo que é um dos factores mais importantes da saúde. O médico alemão F. A. Popp dirigiu um grupo de investigadores que trabalhou sobre os problemas da estrutura física das substâncias cancerígenas. O 3,4-benzopireno é uma substância conhecida pela sua forte acção cancerígena. K. Bauer, pioneiro das investigações alemãs sobre estas patologias, descreveu esta substância como sendo a mais fatal de todas as substâncias produzidas pelas sociedades industrializadas.
Mas existe um facto muito surpreendente: o 1,2-benzopireno é uma
substância muito próxima do 3,4-benzopirénio (a diferença entre as duas substâncias reside apenas na diferença de posição dos dois anéis aromáticos) que parece ser neutra, inofensiva e não cancerígena. Este facto é tanto mais surpreendente que entre as substâncias cancerígenas encontram-se substâncias muito variadas do ponto de vista químico e que não têm, do ponto de vista físico, nenhum denominador comum.
Elucidar este mistério significaria compreender os mecanismos de desencadeamento do cancro
Por que razão duas substâncias tão próximas uma da outra podem agir de uma forma tão diferente sobre o organismo? É evidente que se conseguíssemos determinar a razão de uma delas ser cancerígena conseguiríamos compreender, pelo menos em parte, os mecanismos de desencadeamento do cancro.
O grupo dirigido por A. Popp descobriu que estas duas substâncias se
distinguiam pelo espectro de luz que absorviam. O 3,4-benzopireno, substância cancerígena, absorve a luz ultravioleta numa faixa de cerca de

800 mm. É exactamente este tipo de luz que é necessária à fotoactivação de uma célula, ou seja, para activar os mecanismos de auto-reparação do seu material genético. Será possível que as substâncias cancerígenas sejam as que privam a célula dos mecanismos necessários à sua auto-reparação?


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DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS


Desde a descoberta dos médicos alemães que o mundo da ciência se começou a interrogar seriamente sobre o papel da luz. Mesmo que este esteja longe de ter sido claramente demonstrado, é certo que estes dados devem ser levados em conta no que respeita à investigação das possibilidades da fototerapia, já que as células do nosso corpo necessitam de luz para se poderem proteger contra a destruição do seu património genético. Mas, por outro lado, está bem demonstrado o papel preponderante dos raios ultravioletas no processo de cancerização: devemos, por conseguinte, ser prudentes na sua utilização e proibir os bronzeamentos artificiais!
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OS TRATAMENTOS INJUSTAMENTE


ESQUECIDOS
AS SANGUESSUGAS VÃO VOLTAR
AOS NOSSOS HOSPITAIS?
Existem muitos estudos que permanecem desconhecidos, apesar do seu
grande interesse para a história da medicina e para a terapia. É infelizmente o caso da maioria das teses. O excelente estudo da Sr.’ Elisabeth Kind sobre A Escola Fisiológica de Broussais e a Utilização das Sanguessugas no Século xix está entre os trabalhos que mereciam uma publicação de grande tiragem. A autora descreve neste livro a utilização das sanguessugas ao longo da história.
O tratamento pelas sanguessugas na história
As sanguessugas fazem parte dos tratamentos médicos desde os tempos mais remotos (vêm mencionados na Bíblia sob o nome de “aluca”). A sua utilização foi redescoberta pelos Gregos, pelos Hindus, pelos Árabes e pelos Chineses. No século xvi, este animal foi estudado pelo grande naturista Conrad Gesner.
A utilização das sanguessugas era muito vulgar na época das sangrias terapêuticas. Voltaram a ter o seu lugar na medicina graças à escola e à doutrina de Broussais. Foi a vitória da teoria de Pasteur que diminuiu a presença deste anelídeo nos hospitais. Contudo as investigações demonstraram a sua grande utilidade. Em 1884, Haycraft descobriu a hirudina e o seu poder anticoagulante. Sete anos depois, Heidenhain observou a
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OS TRATAMENTOS INJUSTAMENTE ESQUECIDOS


acção do extracto de sanguessuga. Em 1895, Ledoux confirmou o seu
poder anti~infeccioso ao constatar a imputrescibi 1 idade do sangue das sanguessugas.
As sanguessugas segregam uma proteína com poderes medicinais
Sali demonstrou que a injecção intravenosa de hirudina combatia a
formação de coágulos durante a penetração de um corpo estranho por via intravascular. Demonstrou, assim, que não era à sangria local provocada pela sucção da sanguessuga que se deviam atribuir os efeitos terapêuticos, mas sim à penetração no organismo da proteína que ela segrega: a hirudina.
Muitos autores confirmaram a sua eficácia nos tratamentos médicos e cirúrgicos. Assini, em 1946, Durant utilizou a hirudina no tratamento de crises de asma. Bach descobriu as suas propriedades diuréticas e utilizou-as para a eclampsia. Mohard concluiu que:
“as indicações da sanguessuga relacionam-se em primeiro lugar
com as doenças do sistema venoso, em particular com as tromboses e as embolias, as flebites, as hemorróidas, as inflamações fleumonosas e os abcessos das amígdalas, bem como as inúmeras afecções oculares. Certas perturbações mentais são melhoradas, bem como as ocasionadas pela menopausa.”
Diversos países utilizaram várias espécies: a Hirudo officinalis (espécie protegida) e a Hírudo trochina, na Europa; a Hírudo mysomelus no Senegal; a Hirudo granulosa, na índia, e a Hírudo sinica, na China.
Actualmente as sanguessugas continuam a ser utilizadas em certos campos da medicina
A utilização da sanguessuga pertence a uma arte terapêutica específica.

O médico é, de facto, obrigado a escolher a frequência das aplicações, e


também o local e o número de hirudíneas aplicadas. A hirudinoterapia
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OS TRATAMENTOS INJUSTAMENTE ESQUECIDOS


comporta certas complicações, tais como, eventualmente, hemorragias ou
a transmissão de doenças contagiosas.
Actualmente, a indústria farmacêutica utiliza estes anelídeos para produzir a hirudina. As sanguessugas são ainda utilizadas actualmente num
dos hospitais mais modernos de Nova Iorque, no serviço de microcirurgia pós-operatória. Outros hospitais (por exemplo, o Hospital Pellegrin de Bordéus) utilizam-nas em cirurgia cardiovascular e plástica. São também utilizadas nos reimplantes de dedos seccionados, quando o cirurgião não descobre veias pequenas.
No passado as sanguessugas fascinavam, actualmente continuam a espantar-nos
As sanguessugas fascinam o homem desde há séculos. Heródoto descreve a tarambola’ do Egipto que procura a sanguessuga de origem egípcia Ozobranchus quatrefagesi na goela dos crocodilos. Os viajantes contam que na Ásia vivem grandes sanguessugas “vampiras” que atacam os
homens. Estas sanguessugas exóticas de grande dimensão, da família dos Haemapsidae, nidificam nas árvores ou nas ervas altas. Quando o homem passa na sua proximidade, atiram-se a ele às dezenas ou mais e fazem-lhe múltiplas sangrias, a tal ponto que o sangue continua a escorrer muito depois de se terem desligado da sua vítima.
Os inúmeros caracteres biológicos dos hirudíneos permanecem desconhecidos. Os biólogos espantam-se com a sua extraordinária resistência ao jejum. Com efeito, as sanguessugas medicinais suportam privações de alimento durante 6 meses. Foram mesmo observados jejuns de 300 dias nas Hemiclepsis marginata.
A sua capacidade de conservar o sangue é também espantosa. Durante semanas o sangue ingerido pelo animal não apresenta qualquer alteração: é possível desta forma observar corpos imunizantes e bactérias patogéneas assimilados pela sanguessuga juntamente com o sangue. São necessárias várias semanas e, por vezes, meses até começar a bemólise.
‘ Tarambola: ave pernalta que vive à beira de água.
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OS TRATAMENTOS INJUSTAMENTE ESQUECIDOS


As cinco principais indicações das sanguessugas
No passado, as sanguessugas eram utilizadas em 3 ópticas diferentes (segundo o Tratado de Zoologia de Grasset):

- Para efectuar sangrias importantes (a colocação simultânea de uma


vintena de sanguessugas pode, em poucas horas, retirar meio litro de sangue).

- Para uma sangria local numa região inflamada, de modo a acalmar


os fenómenos dolorosos e congestivos.

- Para uma sangria em locais suspeitos da formação de um coágulo (flebites).


Eram particularmente aconselhadas nas partes do corpo onde não era
possível colocar ventosas. -Graças à acção da hirudina, a sangria tem também uma acção anti-infecciosa. Todavia o papel das bactérias simbióticas dos hirudíneos é ainda mal conhecido. Contudo a bactéria intestinal Pseudomonas hirudinis tem uma acção antibiótica particularmente eficaz contra o
estafilococo dourado.

- Por outro lado, existem inúmeros autores que afirmam a acção


antialérgica (anti-histamínica) das hirudíneas.
AS VENTOSAS NA TERAPIA MODERNA
As ventosas foram abandonadas pela medicina moderna e substituídas por outros métodos terapêuticos, em particular pelos antibióticos e pelos medicamentos antálgicos. Podemo-nos interrogar se o abandono deste método não terá sido prematuro. Na verdade, quais são as razões (científicas ou técnicas) que motivaram o seu desaparecimento? Teria a medicina vivido um mito durante vários séculos?
A crise que defrontam os métodos que as substituíram justificaria o
retorno a esta terapia. Desta forma, nos Estados Unidos e na Europa central assiste-se ao seu regresso. Seria, por conseguinte, desejável lançar o debate sobre a utilidade das ventosas.
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OS TRATAMENTOS INJUSTAMENTE ESQUECIDOS


Um inquérito médico prova a incontestável eficácia das ventosas
Este debate é tanto mais necessário que se prevê que as ventosas serão provavelmente reutilizadas nos próximos anos.
No catálogo da Biblioteca Interuniversitária de Medicina encontrámos apenas um único trabalho recente sobre esta matéria, datado de 1973. Contudo a excelente tese de doutoramento em Medicina de Alain Sonneville e algumas investigações históricas permitiram-nos encontrar respostas para várias perguntas sobre as ventosas.
A. Sonneville fez um inquérito a 100 pacientes hospitalizados em
diversos serviços, submetidos a uma terapêutica revulsiva por ventosa seca. Informou-se sobre os tipos de afecções para as quais estavam a ser aplicadas e os alívios resulantes em casos de dispneia, dores ou febres, bem como a influência dos modos terapêuticos que fizeram com que elas tivessem deixado de ser aplicadas.
O efeito positivo sobre as dificuldades respiratórias é incontestável
* 92% dos doentes sentiram, com efeito, um alívio imediato nas horas
que se seguiram à aplicação de ventosas secas; * 32% observaram também uma diminuição da dor; * 26% observaram um abaixamento da temperatura.
Entre as afecções tratadas com êxito, o inquérito de Sonneville enumera 55% de bronquites, 7% de lumbagos, 25% de afecções gripais, 10% de asma, 8% de congestões pulmonares e 7% de pleurisias.
Por outro lado, o mesmo inquérito interrogou 100 médicos de clínica geral franceses que tinham utilizado ventosas. As perguntas diziam respeito aos efeitos no plano funcional, sobre o aparelho broncopulmonar e circulatório (mecanismo meramente físico e mecanismo imunológico), sobre o aparelho neurológico e também as eventuais contradições e a
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