Ana səhifə

Caracterização de polimorfismo cromossômico numérico e estrutural em Rineloricaria zaina (Loricariidae, Loricariinae) do rio Ijuí, bacia do Alto rio Uruguai


Yüklə 155.5 Kb.
tarix25.06.2016
ölçüsü155.5 Kb.



Caracterização de polimorfismo cromossômico numérico e estrutural em Rineloricaria zaina (Loricariidae, Loricariinae) do rio Ijuí, bacia do Alto rio Uruguai
Aline Nardelli (PIBIC/CNPq/Unioeste), Vladimir Pavan Margarido (Orientador),

e-mail: vladimir.margarido@unioeste.com.br


Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro de Ciências Biológicas e da Saúde/Cascavel, PR.
Área e subárea: Ciências Biológicas/Genética
Palavras-chave: Bandamento cromossômico, rDNA-FISH, rearranjo cromossômico.
Resumo
Rineloricaria compreende um grupo de espécies com ampla distribuição, e habitam pequenos riachos, córregos, rios, de solo arenoso ou rochoso, até a vegetação marginal. É um gênero especioso, e estudos citogenéticos têm revelado polimorfismos numéricos, estruturais e até presença de cromossomos B. No presente estudo em Rineloricaria zaina, coletada no rio Ijuí, bacia do Alto rio Uruguai, foi observada variação no número diplóide de 55 a 58 cromossomos, com três citótipos distintos: 2n=55 cromossomos (12m+2sm+41a, NF=71), 2n=57 cromossomos (10m+1sm+46a, NF=68) e 2n=58 cromossomos (10m+1sm+47a, NF=71). As RONs (Ag- e rDNA-FISH) foram localizadas no braço curto de um par de cromossomos acrocêntricos médios. As heterocromatinas foram evidenciadas em posição centromérica na maioria dos cromossomos. Através da 5S rDNA-FISH foi possível observar cístrons múltiplos em posição centromérica, presentes em um par de cromossomos metacêntricos médios e em um par de cromossomos acrocêntricos pequenos. Em Rineloricaria, os rearranjos cromossômicos que originam eventos de polimorfismo parecem não comprometer a dinâmica intrapopulacional, uma vez que são observados em diversas espécies do gênero, possivelmente devido à existência de mecanismos seletivos que permitam esta condição.
Introdução
O rio Uruguai tem seu inicio na Serra Geral, a partir da confluência do rio Pelotas e do rio Canoas faz divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e termina desaguando no Oceano Atlântico na divisa entre Argentina e Uruguai (Zaniboni-Filho & Schulz, 2004).

Siluriformes possui aproximadamente 3.700 espécies alocadas em 39 famílias (Eschmeyer & Fong, 2015). Pertencente a Loricariidae, Loricariinae é composta por 222 espécies agrupadas em 31 gêneros, e se destaca pela grande diversidade e complexidade, apresentando divergências na classificação entre dados morfológicos e moleculares (Cramer et al., 2011). Rineloricaria Bleeker, 1862 compreende cerca de 70 espécies (Porto et al., 2014), com ampla distribuição geográfica, e está presente em diferentes habitats apresentando grande complexidade taxonômica (Ghazzi, 2008). Análises citogenéticas mostraram enorme variação no número diplóide, com presença de polimorfismos numéricos e/ou estruturais, e presença de cromossomos B (Giuliano-Caetano, 1998; Alves et al., 2005; Maia et al., 2010; Porto et al., 2010; Rosa et al., 2012; Porto et al., 2014).


Materiais e Métodos

Foram analisados 4 indivíduos (4 machos) de Rineloricaria zaina, provenientes do rio Ijuí, bacia do Alto rio Uruguai, que foram sacrificados por overdose de óleo de cravo (Protocolo 13/09 – CEEAAP/Unioeste). Os cromossomos metafásicos foram obtidos de células da porção anterior do rim. Impregnação por nitrato de prata e bandamento C pelo hidróxido de bário foram utilizados para localização das regiões organizadoras de nucléolos (RONs) e determinação do padrão de distribuição da heterocromatina, respectivamente. As análises de hibridização in situ fluorescente (FISH) utilizaram sondas de 5S rDNA (Leporinus elongatus) e 18S rDNA (Prochilodus argenteus) marcadas com digoxigenina-11-dUTP (Roche®) e biotina-16-dUTP (Roche®), respectivamente, com o sinal de detecção usando antidigoxigenina-rodamina (5S rDNA) e avidina-FITC (18S rDNA). Os cromossomos foram contracorados com 4',6-diamidino-2-phenylindol (DAPI) 50 µg/ml, e classificados em metacêntricos (m), submetacêntricos (sm), subtelocêntricos (st) e acrocêntricos (a). Toda a metodologia seguiu Paiz et al. (2014).



Resultados e Discussão
A análise citogenética em Rineloricaria zaina evidenciou três citótipos distintos: 2n=55 cromossomos (12m+2sm+41a, NF=71), 2n=57 cromossomos (10m+1sm+46a, NF=68) e 2n=58 cromossomos (10m+1sm+47a, NF=71), indicando a ocorrência de polimorfismos numérico e estrutural. Tais polimorfismos já foram observados em R. lima, com 66 a 70 cromossomos (Rosa et al., 2012), R. latirostris, com 38 a 47 cromossomos (Giuliano-Caetano, 1998) e R. lanceolata, com 46 a 48 cromossomos (Porto, 2014). Eventos de fusão, fissão e inversões possivelmente ocorreram nestas populações, originado estes polimorfismos numérico e estrutural com mudanças no número fundamental (Rosa et al., 2012). O polimorfismo observado em R. zaina originou-se, provavelmente, pela fusão de 6 cromossomos acrocêntricos (3 de tamanho médio e 3 de tamanho pequeno), resultando em um par de cromossomos metacêntricos grande e um cromossomo submetacêntrico grande (2n=58  2n=55). Todos os espécimes apresentaram RONs simples no braço curto do par de cromossomos acrocêntricos 15, sendo confirmados pela 18S rDNA-FISH, e apresentando polimorfismo de tamanho na constrição. Heterocromatinas foram evidenciadas na região centromérica da maioria dos cromossomos, sendo este um caráter compartilhado pelos Loricariinae (Ziemniczak et al., 2012). A 5S rDNA-FISH revelou cístrons múltiplos em posição centromérica, presentes em um par de cromossomos metacêntricos médios e em um par de cromossomos acrocêntricos pequenos. A ocorrência de 5S rDNA na região centromérica pode gerar instabilidade no cromossomo, permitindo rearranjos que levam ao aumento da variabilidade e auxiliando na manutenção do polimorfismo observado (Rosa et al., 2012).
Conclusões
O presente estudo traz as primeiras informações citogenéticas para Rineloricaria zaina, evidenciando polimorfismos cromossômicos numérico e estrutural, conforme já encontrado em outras espécies de Rineloricaria. Os rearranjos cromossômicos que originaram os polimorfismos observados em diversas espécies de Rineloricaria parecem não comprometer a dinâmica intrapopulacional, e provavelmente têm se mantido devido à existência de mecanismos seletivos que permitam esta condição. Os dados obtidos no presente estudo, além de auxiliar na elucidação dos possíveis eventos de rearranjos envolvidos na formação e manutenção do arranjo cromossômico atual, visam colaborar com a taxonomia e sistemática do grupo.
Agradecimentos
Ao campus Cascavel e ao CNPq pelo apoio, e ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica.
Referências
Alves, A.L., Oliveira, C. & Foresti, F. (2005). Comparative cytogenetic analysis of eleven species of subfamilies Neoplecostominae and Hypostominae (Siluriformes: Loricariidae). Genetica 124, 127-136.
Cramer, C.A., Bonatto, S.L. & Reis, R.E. (2011). Molecular Phylogeny of the Neoplecostominae and Hypoptopomatinae (Siluriformes: Loricariidae) using Multiple Genes. Molecular Phylogenetics and Evolution 59, 43-52.
Eschmeyer, W.N. & Fong, J.D. (2015). Catalog of Fishes. California Academy of Sciences Electronic version http://researcharchive.calacademy.org/research/ichthyology/catalog/SpeciesByFamily.asp. Acesso em 12 de agosto de 2015.
Giuliano-Caetano, L. (1998). Polimorfismo cromossômico Robertsoniano em populações de Rineloricaria latirostris (Peixes, Loricariidae). Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos.
Ghazzi, M. (2008). Nove espécies novas do gênero Rineloricaria (Siluriformes, Loricariidae) do rio Uruguai, do sul do Brasil. Iheringia 98, 100-122.
Maia, T.P.A., Giuliano-Caetano, L., Rodriguez, M.S., Rubert, M., Takagui, F.H. & Dias, A.L. (2010). Chromosomal banding in three species of the genus Rineloricaria (Siluriformes, Loricariidae, Loricariinae). Ichthyological Research 57, 209-213.
Paiz, L.M., Baumgartner, L., Moresco, R.M., Treco, F.R., Graça, W.J. & Margarido, V.P. (2014). Evolutionary and biogeographical approach on Australoheros angiru (Cichlidae) from lagoons in a dividing plateau between the basins of the Iguassu River and the Uruguay River, Brazil. Reviews in Fish Biology and Fisheries 24, 399-407.
Porto, F.E., Portela-Castro, A.L.B. & Martins-Santos, I.C. (2010). Possible origins of B chromosomes in Rineloricaria pentamaculata (Loricariidae, Siluriformes) from the Paraná River basin. Genetics and Molecular Research 9, 1654-1659.
Porto, F.E., Vieira, M.M.R., Barbosa, L.M., Borin-Carvalho, L.A., Vicari, M.R., Portela-Castro, A.L.B. & Martins-Santos, I.C. (2014). Chromosomal Polymorphism in Rineloricaria lanceolata Gunther, 1868 (Loricariidae: Loricariinae) of the Paraguay Basin (Mato Grosso do Sul, Brazil): Evidence of Fusions and Their Consequences in the Population. Zebrafish 11, 318-324.
Rosa, K.O, Ziemniczak, K., Barros, A.V., Nogaroto, V., Almeida, M.C., Cestari, M.M., Artoni, R.F. & Vicari, M.R. (2012). Numeric and structural chromosome polymorphism in Rineloricaria lima (Siluriformes: Loricariidae): fusion points carrying 5S rDNA or telomere sequence vestiges. Reviews in Fish Biology and Fisheries 22, 739-749.
Zaniboni-Filho, E. & Schulz, U.H. (2004). Migratory Fishes of the Uruguay River. In: Carolsfeld, J., Harvey, B., Ross, C. & Baer, A. (Eds.), Migratory Fishes of South America (pp. 157-194). Canadá: World Fisheries Trust/World Bank/IDRC.
Ziemniczak, K., Barros, A.V., Rosa, K.O., Nogaroto, V., Almeida, M.C., Cestari, M.M., Moreira-Filho, O., Artoni R.F. & Vicari, M.R. (2012). Comparative cytogenetics of Loricariidae (Actinopterygii: Siluriformes): Emphasis in Neoplecostominae and Hypoptopomatinae. Italian Journal of Zoology 79, 492–501.




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©atelim.com 2016
rəhbərliyinə müraciət