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Resumo – a história da riqueza do homem cap. I


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RESUMO – A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM

Cap. I


  • Há três classes na sociedade feudal: sacerdotes, guerreiros e trabalhadores;




  • De maneira geral, os senhores feudais possuíam centenas de feudos, e geralmente 1/3 era domínio do senhor: o resto, dos arrendatários (camponeses, aldeões, vilãos – servos!);




  • Os arrendatários trabalhavam suas terras bem como as do senhor, que eram prioridade;




  • Camponês reparava pontes, pagava para usar os instrumentos do senhor e estava abarrotado de imposições (pagava taxa até para herdar arrendamento do irmão!);




  • Servo era inerente à terra, não podendo ser vendido como escravo (trazia alguma segurança ao coitado);




  • Vilãos possuíam certos privilégios pessoais e econômicos, trabalhando menos e com menos deveres – e suas funções eram bem específicas, ao contrário do camponês, “pau pra toda obra”. Alguns pagavam com o dinheiro pelo uso da terra, similarmente aos meeiros de hoje, e serão importantes no estudo posterior. Entre eles, certos grupos chegaram a ser proprietários independentes, tendo como encargo simples taxas ao senhor, usufruindo de seus próprios arrendamentos;




  • O costume do feudo era a LEI local;




  • O senhor tinha obrigações para com o servo. Por exemplo, protegê-lo em caso de guerra;




  • A estrutura era uma enorme hierarquia de arrendamentos de terra (rei arrendou terra ao duque, que arrendou ao conde, que arrendou ao...), cada um com poucos ou vários feudos;




  • Há casos em que o senhor, desrespeitando costumes, explicava-se a seu próprio senhor direto, ou seja, nem todo senhor tinha total autonomia;




  • Terra era fonte de tudo e medição de riqueza: eis o motivo de tantas guerras;




  • Guerras eram vencidas contratando guerreiros e arrendando terras pelos serviços: estes tornavam-se vassalos sob a obrigação de organizar serviços militares em número específico de dias;




  • Vassalo também pagava taxas ao seu senhor imediato, e tinha obrigações: viúvas casariam ou permaneceriam viúvas sob consentimento ou pagamento de multa, filho de senhor direto sagrando-se cavaleiro teria as festividades pagas pelos vassalos, senhor refém teria o resgate pago por vassalos, etc.;




  • A igreja era parte e membro do sistema feudal – maior, mas antiga e duradoura que qualquer coroa (maior proprietária de terras do período feudal);




  • Bispos e abades = condes e duques (agiam da mesma maneira para arrendar terras);




  • Nos feudos da igreja havia dízimo para TUDO: ela era pior que os nobres para com seus servos! E ainda por cima cobrava recursos dos nobres antes de usar o dela própria.

Cap. II


  • Todo o capital da época era estático, imóvel, improdutivo – não havia saída para o capital;




  • Nada era comprado: cada aldeia feudal era auto-suficiente, e o servo cultivava o alimento e fabricava a mobília necessária;




  • Havia alguma transação, isto é, intercâmbio entre mercadorias (ex: quem precisava de lã a conseguia trocando com vinho, etc.);




  • O mercado semanal, nas proximidades, era a troca do excedente dos servos, porém altamente controlado por senhores e bispos;




  • Não era intenso em movimento e trocas, e as estradas para o local eram péssimas, cheias de saqueadores ou taxas de senhores;




  • A variação entre moedas e pesos atrapalhava e, somando os problemas, pouca gente participava do mercado;




  • Mesmo assim, foi se intensificando a passos largos a partir do séc. XI;




  • As Cruzadas rejuvenesceram o comércio! Mercadores acompanhavam os guerreiros para prover-lhes com o que fosse necessário, bem como eles retornavam com o gosto pelas comidas e roupas requintadas que experimentaram, criando mercado para tais produtos;




  • A população também aumentou, e o excedente via nas cruzadas a chance de melhorar de vida;




  • Veneza, Gênova e Pisa eram cidades comerciais, notadamente Veneza, onde suas ruas eram canais e a população se locomovia em barcos – as especiarias eram transportadas de lá para a Europa;




  • As cruzadas espalharam todas as classes pelo continente, junto aos comerciantes, os quais despertaram a ânsia por especiarias, tirando a Europa do sono feudal, tomando a rota do mediterrâneo das mãos dos muçulmanos;




  • O comércio também se intensificou ao norte (Liga Hanseática), estabelecendo contato com o mundo russo-escandinavo bem como Veneza constituía o elo da Europa com o Oriente;




  • Um ponto de encontro chocou o norte com o sul para troca das mercadorias dos dois mundos: planície de Champagne, nos Alpes;




  • Começaram a surgir pedidos de permissão ao Rei para estabelecimento de Feiras, as quais eram imensamente maiores e diversificadas comparadas aos “mercadinhos” anteriores ao boom das cruzadas;




  • A feira era o centro distribuidor dos grandes mercadores, que se diferenciavam do artesão ou do revendedor local, tratando de produtos do norte e do sul, do ocidente e do oriente;




  • Começavam a surgir privilégios para os estrangeiros comerciarem em determinados locais, nas feiras (Champagne);




  • Qual a vantagem para os senhores estimularem isso? Taxas, que até eram razoáveis para os mercadores;




  • Os dias finais das feiras eram consagrados a negócios em dinheiro, movimentando um incipiente sistema financeiro;




  • A profissão dos banqueiros surgiu a partir desses negócios em dinheiro, e tomou amplo espectro;

Cap. III


  • Um dos efeitos mais importantes do florescer do comércio foi o crescimento das cidades;




  • Cidades, antes, eram centros militares e judiciários;




  • O crescimento começou nas cidades da Itália e Holanda;




  • A visão do senhor feudal acerca das imposições era arcaica, e deveria ser diferente nas cidades, onde a atmosfera era de liberdade – conflitos eram iminentes;




  • Comerciantes então aprenderam a se unir contra injustiças (saqueadores, piratas, etc.): Construíram associações – corporações ou ligas – para ultrapassar as restrições feudais;




  • Detestavam a questão dos arrendamentos que não permitia que usassem a terra a fim de hipotecar suas propriedades ou tomar outras ações autônomas;




  • Começaram a achar o sistema judicial dos feudos por demais inadequado (o Juiz, sr. Feudal, nada sabia de letras de crédito, hipotecas, etc.), almejavam criar suas próprias legislações;




  • Às vezes, senhores feudais calhavam de vender, pouco a pouco, direitos aos cidadãos, e assim algumas cidades tornavam-se independentes;




  • Entretanto, muitas cidades só conquistaram liberdade com violência;




  • Chegou a uma situação de diversos níveis de liberdade entre cidades – seja como for, os habitantes lutavam pelo mínimo documento a fim de comprovar certo distanciamento dos senhores feudais;




  • Em demasiada luta por atenuação de impostos e taxas, mercadores saíram na frente e difundiam todo tipo de privilégios às suas associações e sociedades;




  • Monopólios foram instaurados, inclusive contra mercadores estrangeiros;




  • Constituindo o grupo mais importante das cidades, os mercadores opinavam até nos “funcionários públicos”, viabilizando sua influência junto às autoridades;




  • Liga Hanseática: monopolizava o comércio do Norte da Europa com o resto do mundo: as associações muitas vezes ultrapassavam o limite de uma única cidade, alcançando regiões distantes, tal como essa liga, que possuía postos de comércio (fortalezas) e armazéns espalhados da Holanda à Rússia – constituiu um Estado em si, tendo navios de guerra, suas próprias leis, etc.


Cap. IV


  • Tratava-se de uma fase em que os juros foram considerados CRIME;




  • Por que juros era pecado? Naquele período, emprestava-se ao vizinho, e a igreja, ditando todas as ações do homem, pautando o certo e o errado, clamava pecado de usura a cobrança de juros – entretanto, hoje em dia, pede-se dinheiro a um estranho, da mesma forma que surgiam bancos e outras instituições naquele passado em questão; portanto, a proibição da cobrança dos juros passou a ser vista como imprópria, afinal, atualmente diferenciamos os negócios da vida entre amigos e próximos, o que não fazia sentido no feudalismo. Além do quê, os juros propiciam “viver de juros”, o pecado mortal da preguiça conforme a igreja da época;



  • Todavia, a igreja, espertinha, não dava importância àquilo que pregava: cobrava juros sem dó nem piedade! Em vista disso, mostrou-se maleável para ceder;




  • A nascente classe-média, para expansão e investimentos em negócios, recorria a judeus ou comerciantes que passaram a fazer do dinheiro seu negócio (nascimento dos grandes banqueiros do período);




  • Aos poucos a igreja foi cedendo à questão dos juros, explicitando uma exceção aqui, outra acolá, etc.;

Cap. V


  • Ponto mais importante: a possibilidade de mudança na escala social, para o camponês, que estava preso numa camisa de força econômica (o sonho da loteria é a chave do capitalismo, quer dizer, a mera chance de algum dia subir $$$ hipnotiza as massas, conforme explicitado pelo prof. Jair);




  • O crescimento do comércio, a introdução da economia monetária e expansão das cidades foram o ponto de partida para que ele, camponês, rompesse os laços;




  • Inicia-se a separação da cidade e do campo: de um lado aqueles totalmente dedicados ao comércio, do outro, os que irão supri-los com alimentos;




  • Como aumentar a produção para suprir a nova demanda por alimentos? 1) inovando os métodos agrícolas e, principalmente, 2) estendendo a cultura, abrindo novas terras que ainda não haviam sido cultivadas – o camponês, então, mirava seus olhos nas terras ainda virgens;




  • Por incrível que pareça, menos da metade das terras era cultivada na época feudal, portanto havia sobras, ainda que necessitassem de trabalho duro para sua adequação (eram pântanos e florestas) – o anseio pela liberdade fora seu combustível;




  • Camponeses também requisitaram terras não-aproveitadas pela igreja ou por senhores feudais, sempre tomados pelo anseio de se livrarem das taxas e adquirirem liberdade, ainda que pagassem dízimos (igreja) por uma terra pantanosa;




  • Os senhores cresceram o olho nesse “lance lucrativo de deixar os caras tomarem terras não-cultivadas”;




  • Os proprietários então começaram a ir atrás dos que queriam terras, anunciando suas oportunidades;




  • Esse movimento tornou produtivos milhares e milhares de hectares antes inúteis;




  • Agora, possuindo terras virgens (ainda que pagando por elas), o camponês poderia fabricar sua própria sorte, livre de uma vida já escrita em pedra;




  • Antes o camponês não tinha interesse em descobrir maneiras de produzir mais, e qualquer excedente era tomado pelo senhor. Daqui em diante ele terá todos os incentivos financeiros para produzir mais e mais a fim de vender, graças ao mercado crescendo a passos largos (tudo era vendido até esgotar!);




  • Os camponeses dos feudos, se não conseguissem aliviar a carga de serviço pagando o senhor com lucro das vendas, ainda poderiam ir para a cidade ou uma região não cultivada. Enfim, pela primeira vez tinham opções;




  • O senhor também criou gosto pela grana e pela luxúria, portanto via com bons olhos o dinheiro em suas mãos, a fim de comprar roupas e outros produtos da “moda do oriente” na época;




  • Houve senhores retrógrados que bateram o pé antes de dar liberdade aos servos. Entretanto, foi a danada da igreja a maior opositora contra a emancipação;




  • A pressão pela liberdade econômica os fez ceder, ainda que houvesse alguma luta;




  • Peste negra: morreu gente a rodo e isso contribuiu para o fator liberdade;




  • Com a morte de tanta gente, maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos – trabalhadores poderiam pedir mais por seu trabalho;




  • Oferta de trabalho em baixa: camponês, agora, valia mais do que nunca;




  • Dessa forma, qualquer aluguel de trabalhadores (em função da escassez dos mesmos) estava cada vez mais caro para os senhores;




  • Tentaram forçar leis para conter a “inflação” do trabalhador: a marcha das forças econômicas falava mais alto;




  • O camponês percebeu sua força e começou a pentelhar forte para concessões que nunca antes obtivera;




  • No momento em que até mesmo os camponeses que pagavam dinheiro para ter liberdade em suas terras as arrendavam para outros, determinou-se o fim do período feudal em função da troca e venda livre da terra (como qualquer outra mercadoria).


Cap. VI


  • Os artesãos, que antes dedicavam-se apenas a solucionar questões domésticas, agora empregavam suas habilidades ao proveito do comércio: padeiro, fabricante de velas, açougueiro, etc., rumaram à cidade a fim de abrir uma loja, sem que fosse necessário muito capital (sala de sua própria casa era oficina de trabalho);




  • Começavam a contratar auxiliares para aumentar a produção, que seriam de dois tipos: ajudantes ou jornaleiros;




  • Os aprendizes eram cedidos por familiares (pagamento em alimento ou dinheiro para iniciação) e moravam com o mestre para compreenderem os segredos da arte;




  • Concluído o aprendizado, poderia abrir sua própria oficina ou continuar trabalhando com o mestre (ou outro mestre) na função de jornaleiro, recebendo salário;




  • Artesãos dominavam a técnica, bem como as ferramentas e a matéria-prima e, dessa forma, na mesma linha dos comerciantes, formaram associações daqueles de mesmo ofício numa mesma cidade (corporação  cartel!);




  • Ao contrário dos dias atuais, não havia distância entre empregador e empregado (viviam juntos, tinham as mesmas idéias e o empregado viraria empregador no futuro!), o que facilitou com que ambos fossem membros da mesmíssima corporação;




  • Predominava a igualdade e os degraus da escala de ascensão estavam ao alcance de todos;




  • Era uma espécie de irmandade onde “se cuidavam”, mesmo em épocas de doença ou outras fragilidades (aqui surgiu a aposentadoria!);




  • Fraternidade: ajudavam alguém atrasado a entregar a encomenda no tempo certo;




  • Apesar disso tudo, o grande desejo por trás da suposta caridade era o monopólio dos serviços na cidade;




  • Somente membros da corporação poderiam exercer a atividade, com autorização expressa;




  • A própria igreja feudal, toda-poderosa, teve que se curvar aos regulamentos das corporações, tal o poder que exerciam!




  • Não permitiam nenhum estrangeiro na parada, e rolaria pancada se fosse o caso;




  • Para regular “patentes” (que ainda não existiam), criavam diretrizes ameaçando de morte quem levasse inovações para fora da cidade;




  • Até mesmo o marketing era proibido para que alguém atraísse mais clientes do que o vizinho (ex: dar vinho para clientes enquanto compram pão);




  • Para sustentarem o monopólio, preocupavam-se em demasia com a qualidade dos produtos e do trabalho de seus associados (supervisionavam até o material – afinal, a honra da corporação não seria manchada!);




  • Na mentalidade feudal, ninguém pensava em “obter mais vantagem que o outro” numa troca comercial, portanto, no início das corporações, a política do JUSTO PREÇO foi implantada para proteger o público, derivada do antigo conceito de que usura é pecado;




  • A própria população levava ao pelourinho aqueles (grupos) que não praticavam o Justo Preço, bem como as autoridades tinham autonomia para tanto, ou seja, as corporações não eram as únicas a garantir essa política;




  • Todavia, a produção em larga escala, bem como fenômenos sazonais (pragas), alteravam o valor do Justo Preço e acabava por desvincular tal paradigma da realidade para o nascimento do Preço de Mercado (ex: preço maior num ano de má colheita era visto como legítimo para o camponês vendedor);




  • Justo Preço apenas funcionava em mercados pequenos, locais e estáveis;




  • Nas feiras ocorria a intervenção de vendedores de uma área maior, abalando a estabilidade local  condições com muitas variáveis não viabilizam noção exata de preço (mais um motivo pra afundar o conceito de Justo Preço);




  • Os dias áureos das Corporações sobreviveram apenas até o séc. XIV;




  • O início do declínio: mestres mais habilidosos começaram a enxergar com desdenho seus irmãos menos afortunados e iniciaram suas próprias corporações, visando maior parcela de poder;




  • Houve hierarquia entre corporações, onde as superiores, inclusive, assalariavam mestres das inferiores;




  • Corporações mais poderosas e ricas exerciam maior influência (eram confundidas com as autoridades locais) e deixaram de permitir acesso de “subalternos” a cargos superiores;







  • Um dos motivos para a modificação da Corporação, tal como era em seu surgimento, foi o fato de que o grande número de pessoas chegando nas cidades fez os mestres temerem a perda do monopólio e, portanto, começaram a impedir que “qualquer um” passasse de jornaleiro a mestre;




  • Os jornaleiros excluídos formaram suas próprias associações para o monopólio do TRABALHO (ex: proibido contratar trabalhador de fora enquanto houver um trabalhador local disponível), iniciando assim um conceito vago de sindicato;




  • Lutavam também por melhores salários, iniciando conflitos com os patrões e leis/regulamentos para impedir esse movimento;




  • Como já citado, a Peste Negra “bombou” o valor do trabalho, estimulou os “sindicatos” e, portanto, os conflitos acerca dos salários;




  • As Leis anti-aumento do salário não tiveram êxito: aprisionar trabalhadores que recebiam mais apenas valorizava ainda mais os restantes;




  • A posição dos jornaleiros era até confortável em comparação àqueles que não tinham nenhum tipo de associação (nenhum direito mediante qualquer corporação), pois estes últimos eram explorados de todas as formas pelos industriais ricos. Havia extremos nas cidades, como em Florença, que mesmo nos seus grandes dias contava 20.000 mendigos;




  • As lutas de classe emergiram (séc. XIV), pois os frutos da vitória contra os senhores feudais não foi dividido com a parcela pobre da população (para os excluídos, apenas o senhor mudou, e todo o resto continuou a mesma tragédia);




  • Houve revoltas, desordem, tensão, as corporações começaram a decair, o poder das cidades enfraqueceu.


Cap. VII


  • Na era feudal, havia uniformidade cultural. Ex: qualquer cristão era necessariamente católico, e por tal, obrigatoriamente pagaria impostos;




  • Com o advento das corporações, era perceptível que num único país cidades diferentes se enxergassem como estrangeiras. Todavia, isso se modificou no surgimento das nações (até mesmo as divisas entre países foram acentuadas, séc. XV). Inclusive, daí nasceram as primeiras literaturas de caráter nacional nos países europeus. Enfim, regulamentações formaram-se abrangendo todas as indústrias de uma nação inteira. Até mesmo igrejas passaram a ter caráter nacional;




  • Para citar: razões políticas, sociais, religiosas e, principalmente, ECONÔMICAS, foram o combustível para essa modificação toda;




  • A classe média, maior preocupada com a segurança (ex: saques em estradas) e maior afetada pelo caos da ausência de padrões econômicos, queria desesperadamente ordem;




  • Afinal, segurança no passado era com o senhor feudal (nesse aspecto o disgramado só trazia tragédia!!). E agora? Aí vem o rei! Tão excluído que estava, o pobrezinho, daqui em diante, tornou-se instrumento fundamental para imposição de ordem generalizada;




  • Observação: a autoridade central (o rei) não retomou seu poder máximo numa escala gradual, não! A transição foi lenta e irregular, com idas e vindas, levando séculos para concretizar-se plenamente (a história não tem degraus definidos mas sim transições irregulares);




  • As antas bestiais dos senhores feudais remanescentes estavam numa fria, restritos a duas situações: ou estavam enfraquecidos por terem perdido terras e servos (as cidades aos poucos tornaram-se independentes, ainda que pela força), ou se exterminavam mutuamente em guerras sem fim;




  • Não esquecer que o reizão véio foi fundamental na luta das cidades contra os senhores feudais, pois tudo que enfraquecia os senhores fortalecia o poder real – como recompensa, a burguesada o ajudava em cash, money, bufunfa, gaita, etc. Daí vossa majestade poderia dispensar a ajuda militar dos vassalos e dar um “chega aí” no velho exército real, treinado exclusivamente para lutar (eficiente);




  • Obviamente a burguesada chorava a grana emprestada ao Rei, porém só abriam a mão porque sabiam que isso traria vantagens bem definidas e pré-elaboradas, como por exemplo, a instituição de pesos e medidas nacionais ou a segurança do exército nas ruas e estradas;




  • Visto que a terra deixou de ser a base monetária, agora o rei poderia contratar e pagar em dinheiro recolhedores de impostos (funcionários públicos), impostos estes também pagos em dinheiro pela população – a época da farra de terras virou passado;




  • O rei agora manejava seus funcionários, o que antes competia aos senhores feudais;




  • Foi percebido, também, que o rei só conseguia encher o bolso com grana na medida que indústria e comércio prosperassem;




  • Tcham-tcham! Foi daí que o sábio monarca teve um estalo e sacou que as corporações eram um entrave asqueroso a essa expansão tão importante dos setores industriais e comerciais! “Vamos romper barreiras/monopólios até o perímetro nacional.”




  • Contra-balanço: as comunidades mais ricas e poderosas da Idade-Média (monopolistas, portanto) foram as últimas a atingirem a unificação necessária à nova economia justamente porque tinham corporações difíceis de serem vencidas;




  • A dependência do rei na burguesia ($$$) aumentava, e da mesma forma a influencia burguesa no comando real;




  • Como exemplo, Thomas Cromwell, advogado, e Thomas Gresham, merceeiro, chegaram a ministros da coroa, tal era a influência burguesa;




  • Inteligência + Riqueza ao Rei = Privilégios econômicos, sociais e submissão total dos coitadinhos sob força de Lei;




  • Nacionalismo começou a se tornar importante para a burguesia. Na Inglaterra do Séc. XVI, os Mercadores Aventureiros fizeram o diabo pra chutar o traseiro gordo da Liga Hanseática (holandesa) dos privilégios comerciais conquistados anteriormente ($$$), em que controlavam na sua estação de Londres toda a importação e exportação local;




  • Impedindo que a Liga Hanseática exportasse lã, roupas e derivados, com a ajuda do Thomas Gresham (agora ministro da coroa), em 1597 conseguiram fechar as portas londrinas da Hansa;




  • O surgimento do nacionalismo evidencia-se na vida, luta e morte de Jeanne d’Arc (nota do autor deste resumo: o filme da Joana, de Luc Besson, foi ótimo!);




  • O Nobre: O homem não pode servir a dois senhores. Se essa idéia de servir ao país tomar conta do povo, adeus autoridade dos senhores feudais, e adeus autoridade da Igreja.” 8586




  • Esse nobre de visão ampla tinha razão! O próximo choque real seria com a igreja;




  • Rei e Igreja brigaram diversas vezes. Por exemplo, queriam disputar nomeação de bispos e abades pra ver quem botaria a mão na grana do povo (dízimo). O papa era poderoso, mais do que qualquer senhor feudal;




  • A Igreja era o cúmulo da riqueza! Quase metade das terras eram desta instituição!!



  • Os reis começaram a encarar o excesso de fortuna da igreja como algo que devesse ser taxado;




  • Outro ponto de conflito foi que havia tribunais religiosos suplantando os tribunais reais, e muitas vezes o rei era contrário à decisão dos religiosos;




  • Pra ter uma idéia, o papão velho queria se meter até em assuntos internos de um país! A coisa esquentou!!







  • A reforma protestante de Martin Lüther (ou na tradução da Herbert Richards, Martinho “da vila” Lutero) só vingou porque ele não defendeu os oprimidos e ficou do lado da nobreza (cristão de araque ele...);




  • A igreja, no passado, teve sua serventia para colocar trégua em guerras de senhores, para “educar” o rebanho, mas... mas... Agora o rei sustaria facilmente essas tolas guerras feudais, bem como os próprios mercadores já instituíam suas próprias escolas, portanto ela perdeu muito de sua importância;




  • Antes, o Direito da igreja era supremo. Agora, o Direito romano fora ressuscitado;




  • Esse novo grupo, a nascente classe média, sentia que havia um obstáculo no caminho de seu desenvolvimento: o ultrapassado sistema feudal. A classe média compreendia que seu progresso estava bloqueado pela Igreja Católica, que era a fortaleza de tal sistema. A Igreja defendia a ordem feudal, e foi em si mesma uma parte poderosa da estrutura do feudalismo. Era dona, como senhor feudal, de cerca de um terço da terra, e sugava ao país grande parte de suas riquezas. Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central — a Igreja. E foi o que fez. 96 A luta tomou um disfarce religioso. Foi denominada Reforma Protestante. Em essência, constituiu a primeira batalha decisiva da nova classe média contra o feudalismo.


Cap. VIII


  • Reis da Idade Média recorriam freqüentemente à desvalorização da moeda para conseguir bufunfa;




  • O rei, safado, dava uns tapas na moeda original deixando o que era antes 100% prata virar 50% prata e 50% latão. Nominalmente era a mesma moeda, entretanto, na prática, ele dividiu uma moeda em duas, o que aumentava os preços (obviamente os caras sacaram o empobrecimento do material, que valia sua quantidade em ouro/prata);



  • Em termos práticos, isso era um estupro financeiro nos pobres. Eles, assalariados, de renda fixa, foram os principais prejudicados nesta manobra monetária;




  • Em conseqüência dessas alterações, as pessoas ficaram freqüentemente sem saber quanto vale uma moeda de ouro ou prata, de forma que têm de discutir tanto sobre o seu dinheiro como sobre seus salários, o que é contrário à natureza;




  • Em conseqüência das alterações e reduções deixam de vir mercadorias dos países estrangeiros com suas boas mercadorias, para os países onde sabem que o dinheiro é mau. Além disso, no próprio país onde essas modificações ocorrem, o intercâmbio de mercadorias é de tal forma perturbado que mercadores e artesãos não sabem como negociar entre si (caos);




  • Ouro e prata era fundamental para o desenvolvimento do comércio e, dessa forma, Leis foram impostas para que tal material fosse retido em cada país;




  • Outro fator escandalizador do preço residia nos perigos incutidos na obtenção das especiarias do Oriente: milhares de quilômetros através de montanhas e desertos, em camelos, cavalos, mulas ou carregando nas costas, sob ataque de tribos cruéis, diante de tempestades marítimas e piratas assassinos, além dos infinitos impostos de portagem, somados ao lucro dos monopolistas... o preço final era do balacobaco!!! Isso ocorreu às mercadorias mais procuradas do oriente no Séc. XV;




  • Até que todos esses produtos chegassem em Veneza, o preço era apenas altíssimo. Já quando os venezianos revendiam as paradas aos mercadores do sul da Alemanha (principais distribuidores), os preços subiam a cifras espetaculares! Nisso, mercadores de outros países cresceram o olho e queriam mamar, também, nesse lucro sinistro. Mas... mas... O que fazer para evitar Veneza? Afinal, os venezianos controlavam as rotas. Poderiam tentar outro caminho para atingir as índias?




  • Oh yes! Agora que os marinheiros dispunham de adequada instrumentação para navegações profundas (a tecnologia se desenvolveu), resolveram partir adoidados pra descobrir as tais rotas;




  • Vasco da Gama circunavegou o continente africano até aportar em Calecute, Índia, descobrindo o caminho marítimo!




  • Titio Vasco lucrou 6.000% em sua primeira viagem à Índia!




  • Por conseqüência, o comércio intensificou-se ainda mais: se antes Veneza comprava por ano 420mil libras de pimenta do sultão do Egito, agora um único navio regressando a Portugal trazia 210mil libras!




  • O caminho para o Oriente, via Cabo da Boa Esperança, tornou os mercadores independentes da benevolência com que os turcos os tratavam e rompeu o monopólio veneziano;




  • O Atlântico tornou-se a nova rota mais importante, e Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França ascenderam à eminência comercial;




  • A organização tradicional das associações que se haviam criado para negociar com as velhas rotas de comércio não se adaptava às novas condições. O comércio a uma distância considerável, em terras desconhecidas, com povos estranhos, e sob condições pouco familiares, necessitava um novo tipo de associação — e, como sempre acontece, surgiu esse novo tipo, para atender às necessidades;




  • A sociedade por ações!!!




  • Essa foi a época áurea do comércio, quando se fizeram fortunas — o capital acumulado — que formariam o alicerce para a grande expansão industrial dos séculos XVII e XVIII;




  • Os livros que contam o sucesso dos reis da época deviam tratar mais é de quem os financiou (mercadores e banqueiros);




  • Os Fuggers? Iniciaram seus negócios no século XV com um estabelecimento comercial de lã e especiarias. Mas foi como banqueiros que fizeram fortuna. Emprestavam capital a outros mercadores, a reis e príncipes e, em troca, recebiam proventos de minas, de especulações comerciais, de terras da coroa, de praticamente todo tipo de empreendimento que desse lucro. Quando os empréstimos não eram repostos tornavam-se donos de propriedades, minas, terras — o que tivesse sido dado como garantia. Até o papa devia dinheiro aos Fuggers. Estes tinham ramificações e agentes em to da parte;




  • Antuérpia era o centro de toda essa atividade financeira e comercial. Quando a corrente do comércio se deslocou do Mediterrâneo para o Atlântico, as outrora grandes cidades italianas entraram em declínio e Antuérpia tomou seu lugar




  • Não era o tamanho que a tornava grande — tinha apenas uma população de cerca de 100 mil habitantes. Era, sobretudo, o fato de estar livre das restrições de toda natureza. Antuérpia era o paraíso sem as irritantes leis, taxas e regulações restringindo todo tipo de comércio ou a estrangeiros;




  • Enquanto as demais cidades na Idade Média dificultavam aos mercadores estrangeiros a prática de negócios dentro de seus muros, Antuérpia os recebia de braços abertos;




  • Tratemos também da venda feita através de amostras de mercadorias padronizadas e reconhecidas, isto é, em vez de ter à mão toda a mercadoria, para passá-la ao comprador, o tipo moderno de corretor e agente entrou em cena. Vendia suas mercadorias através de uma amostra-padrão;




  • As feiras, que deviam sua importância principalmente à suspensão temporária das costumeiras restrições ao comércio, receberam o golpe de morte de um mercado que era sempre livre. O antigo mercado fora superado pelo intercâmbio em bases modernas;




  • Foi por essa época, em Antuérpia, que o moderno instrumental de finanças entrou em uso diário. Os banqueiros inventavam formas e meios de efetuar pagamentos para que o intercâmbio de mercadorias se fizesse fácil e rápido;




  • O Sistema Financeiro moderno. Isto é: de um lado você me deve, de outro lado eu devo a você; cancelamos as dívidas e nos proporcionamos compensações mútuas; e raramente utilizamos dinheiro para efetuar os ditos pagamentos.

Capítulo IX - “Homem Pobre, Mendigo Ladrão” (by Patrícia)


  • Os dados de mendigos nos séculos XVI e XVII na Europa são surpreendentes.

  • A causa desse grande número de mendigos, miséria e sofrimento foram as guerras, que devastaram populações em todos os cantos da Europa.

  • “Enquanto os mercadores da Inglaterra, Holanda e França amontoavam fortunas enormes no comércio, os espanhóis haviam descoberto uma forma mais simples de aumentar as somas de dinheiro de seu tesouro, Embora seus exploradores não tivessem conseguido descobrir uma rota para as Índias que lhes proporcionasse lucros comerciais, esbarraram com os continentes da América do Norte e do Sul.”

  • Nesse período os espanhóis compravam mais do que vendiam.

  • Essa grande quantidade de ouro e prata que veio do Novo Mundo e se espalhou por toda a Europa causando aumento dos preços ( Inflação). Devia a grande quantidade possuída de riqueza a moeda desvalorizava-se. “...Quando ele se torna abundante em relação às coisas pelas quais é trocado, seu valor cairá em termos dessas coisas — ou seja, os preços se elevarão...”

  • Resultantes do aumento de preço:

Beneficiados: Mercadores que mesmo com suas despesas se elevando, os lucros de seus negócios aumentavam, ou seja pagavam mais para comprar mas na hora de vender cobravam mais ainda.

Também se beneficiaram as pessoas de renda fixa, os que tinham arrendamento a longo prazo podiam vender produtos que produziam em sua terra muito mais caro e lucrar com isso.

Prejudicados: Os governos, por exemplo, tinham dificuldades cada vez maiores em equilibrar a receita e a despesa. A renda era fixa, ao passo que as despesas aumentavam sempre. Foi um período de modificação, quando o Estado nacional despontava — e a organização financeira dos governos estava desatualizada.

Foi nesse período que as dividas dos reis com a burguesia se acentuaram e a nobreza passou a depender fortemente de empréstimos dos burgueses.



Os salários dos trabalhadores também foram fortemente afetados, pois os preços sobem e o salário continua sempre o mesmo. Muitos trabalhadores tornaram-se mendigos por não conseguir custear suas necessidades básicas.

A população de renda fixa também sofreu muito, classe que vivia de anuidades, pensões ou renda de bens, os proprietários de terras foram os mais prejudicados.


  • Para os arrendatários conseguirem estabilizar suas rendas diante do aumento do preço eles acabaram por fechar muitas de suas terras e também aumentavam bastante os preços dos arrendamentos.

  • Foi nesse período que teve inicio o cercamento das terras tornando as propriedades conjuntos interinos de hectares. “... O que antes era campo aberto tornava-se um campo fechado...”. Essas cercas traziam benefícios e melhoras na produção

  • Mas existia também outro tipo de cerca que era extremamente prejudicial à cerca que era colocada para criação de ovelhas. Os arrendatários passaram a expulsar os arrendados das terras em que viviam e produziam para criar ovelhas, pois viam muito mais oportunidade de lucro com a criação desses animais do que com o arrendamento.

  • Nem todas as cercas eram colocadas para criação de ovelhas os senhores colocavam as cercas pois era muito mais fácil administrar um grande fazenda do que grupos de fazendas pequenas.

  • Os senhores fechavam cada vez mais suas terras e quando não as fechava aumentava extremamente o preço do arrendamento o que causou evacuação de aldeias e milhares de pessoas passando fome, e cada vez mais pessoas se tornavam mendigas.

  • “Esses grupos de mendigos constituíam, ainda, um verdadeiro perigo — ocorreram incêndios, derrubadas de cercas, motins. Foram aprovadas, por isso, leis contra o fechamento de terras. A primeira foi baixada em 1489 e as demais durante todo o século XVI. Mas a freqüência com que tais leis apareciam mostra que não eram cumpridas...”

“... o fato é que os senhores locais eram também os juízes locais, de forma que a lei não era imposta com rigor...”


  • “A velha idéia de que a terra era importante em relação ao total de trabalho sobre ela executado desapareceu.”

  • “O desenvolvimento do comércio e indústria, e a revolução dos preços, tornaram o dinheiro mais importante do que os homens, e a terra passou a ser considerada como fonte de renda.”

  • “... quando a indústria capitalista teve necessidade de trabalhadores, encontrou parte da mão-de-obra entre esses infelizes desprovidos de terra, que haviam passado a ter apenas a sua capacidade de trabalho para ganhar a vida...” Ou seja os futuros trabalhadores dos chão das fábricas foram esses homens que devido a falta de uma terra para trabalhar não tinham do que viver e precisavam de alguém que os empregasse.


Capítulo XPrecisa-se de trabalhadores - crianças de dois anos podem candidatar-se



  • A expansão do mercado foi a principal força que produziu a industria capitalista atual.

  • “Produzir mercadorias para um mercado pequeno e estável, onde o produtor fabrica o artigo para o freguês que vem ao seu local de trabalho e lhe faz uma encomenda, é uma coisa. Mas produzir para um mercado que ultrapassou os limites de uma cidade, adquirindo um alcance nacional, ou mais, é outra coisa inteiramente diferente.”

  • As corporações atendiam a um mercado local então devia a essa expansão de mercado é que ela perdeu sua utilidade.

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  • “A ampliação do mercado criou o intermediário, que chamou a si a tarefa de fazer com que as mercadorias produzidas pelos trabalhadores chegassem ao consumidor, que podia estar a milhares de quilômetros de distância”.O próprio mestre artesão exercia 5 tarefas: era negociante, empregador, capataz e comerciante lojista, ou seja não bastava apenas ele produzir ele também tinha q eu executar todas essas tarefas. Foi então que surgiram os intermediários que fizeram com que a tarefa dos mestres se reduzisse a apenas três: “trabalhador, empregador, capataz. Os ofícios de mercador e comerciante deixaram de ser atribuição sua, O intermediário lhe entrega a matéria-prima e recebe o produto acabado. O intermediário coloca-se entre ele e o comprador. A tarefa do mestre artesão passou a ser simplesmente produzir mercadorias acabadas tão logo recebe a matéria-prima.”

  • “William Petty, famoso economista do século XVII, pôs em palavras aquilo que o intermediário estava fazendo na prática. “A fabricação da roupa deve ficar mais barata quando um carda, outro fia, outro tece, outro puxa, outro alinha, outro passa e empacota, do que quando todas as operações mencionadas são canhestramente executadas por uma só mão.”

  • “Quando se emprega um grande número de pessoas para fazer certo produto, podemos dividir o trabalho entre elas. Cada trabalhador tem uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em conseqüência se torna perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção.”

  • Os intermediários eram contra os métodos antigos de monopólio realizado pelas corporações, pois o trabalho desse intermediário é dinâmico e esses preceitos corporativos atrapalhavam e muito o desenvolvimento do trabalho.

  • Foi a partir daí as corporações começaram a perder sua força, e foram lentamente se extinguindo e evoluindo para as industrias ( isso tudo foi um lento processo).

  • As corporações só foram abolidas legalmente na França depois da Revolução; na Inglaterra, somente em princípios do século XIX perderam seus privilégios.

  • “Por vezes, os mestres ricos de uma corporação tornavam-se empregados de outros mestres, em outras corporações; outras, uma corporação de determinada indústria gradualmente assumia as funções de mercador e encomendava artigos às outras corporações da mesma indústria. Desaparecera a antiga igualdade entre os mestres, que fora fundamental para o sistema.”

  • As corporações tentaram lutar contra seu fim, mas foi em vão pois os sistemas corporativos não conseguiam atender a grande demanda de mercadorias que crescia cada vez mais.

  • “Para os camponeses que haviam sido prejudicados com o fechamento de terras, essa difusão da indústria pelo campo foi uma oportunidade de aumentar de alguns xelins a sua reduzida renda.”

  • “No sistema de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um pequeno papel. Com o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante. Era necessário muito dinheiro para comprar a matéria-prima para muitos trabalhadores. Era necessário muito dinheiro para organizar a distribuição dessa matéria-prima e sua venda como produto acabado, mais tarde. Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica.” Ou seja, os artesões produziam em suas casa com suas ferramentas mais quem os controlava eram os intermediários

  • Do século XVI ao XVIII os artesãos independentes da Idade Média tendem a desaparecer, e em seu lugar surgem os assalariados, que cada vez dependem mais do capitalista-mercador-intermediário-empreendedor.

Parte importanteee !!!

É útil fazermos um sumário das fases sucessivas da organização industrial:

1. Sistema familiar: os membros de uma família produzem artigos para seu consumo, e não para a venda. O trabalho não se fazia com o objetivo de atender ao mercado. Princípio da Idade Média.

2. Sistema de Corporações: produção realizada por mestres artesãos independentes, com dois ou três empregados, para o mercado, pequeno e estável. Os trabalhadores eram donos tanto da matéria-prima que utilizavam como das ferramentas com que trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o produto do trabalho. Durante toda a Idade Média.

3. Sistema doméstico: produção realizada em casa para um mercado em crescimento, pelo mestre artesão com ajudantes, tal como no sistema de corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram independentes; tinham ainda a propriedade dos instrumentos de trabalho, mas dependiam, para a matéria-prima, de um empreendedor que surgira entre eles e o consumidor. Passaram a ser simplesmente tarefeiros assalariados. Do século XVI ao XVIII.

4. Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada fora de casa, nos edifícios do empregador e sob rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuem a matéria-prima, como ocorria no sistema de corporações, nem os instrumentos, tal como no sistema doméstico. A habilidade deixou de ser tão importante como antes, devido ao maior uso da máquina. O capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até hoje.




  • O contrário também ocorreu. O predomínio de qualquer estágio de desenvolvimento industrial não significa o desaparecimento total do estágio precedente. O sistema de corporações perdurou muito depois de ter aparecido o sistema doméstico.

A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM (by Maria Claudia)

(Leo Huberman)



Capítulo 11: “Ouro, Grandeza e Glória”

-O que faz a riqueza de um país?Acumulação de tesouros/Estímulo à indústria/Migração de Trabalhadores/Riqueza pelo transporte marítimo./Colônias/A Política Mercantilista.


  • O mercantilismo era um conjunto de teorias econômicas aplicadas pelo Estado, num esforço para conseguir riqueza e poder, lembrando que neste momento o conceito de riqueza está relacionado ao acúmulo de ouro e prata. Em harmonia com essa teoria, os governos baixaram leis proibindo a exportação desses metais, incluindo até bandejas, vasilhas, jóias, sem a autorização do rei.

  • Para os países que não dispunham de minas, seja em suas fronteiras ou através de colônias, os mercantilistas ofereceram a opção da balança comercial favorável, a qual consistia na dedicação ao comércio exterior, observando a seguinte regra: vender mais e comprar menos, exigindo-se que o valor das exportações fosse pago uma parte em mercadoria(em especial as que não eram produzidas no país exportador) e a outra paga, necessariamente, em outro e prata.

  • Adotar o sistema da balança comercial favorável significava, portanto, estimular a indústria por todos os meios possíveis, pois os produtos manufaturados valiam mais que os agrícolas. Também se fazia necessário que a indústria produzisse aquilo de que o povo necessitava, a fim de diminuir as importações e aumentar a auto-suficiência do país.

  • Foram adotados vários meios para fomentar a indústria, entre eles: prêmios dados pelos governos aos fabricantes de produtos para exportação; tarifa protetora contra competição estrangeira(através de altos impostos sobre os importados ou até mesmo a proibição de importar certos produtos); usar a isenção de impostos, moradia de graça, monopólio por determinado tempo no ramo e empréstimos para atrair trabalhadores habilidosos ou capazes de introduzir novos ofícios e métodos.

  • Todavia, havia um paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que se faziam esforços para atrair estrangeiros e impedir a saída dos trabalhadores locais, ocorria a expulsão de pessoas industriosas por motivos exclusivamente religiosos, como aconteceu no caso dos huguenotes(protestantes franceses) no séc XVII.

  • Com a fomentação da indústria e incentivos aos inventores de novos processos, ocorreu um importante fato: o aumento do emprego; por isso, a indústria que promovesse emprego devia ser estimulada;

  • Os mercantilistas também consideravam essenciais as seguintes medidas:

-construção de uma marinha mercante: para transporte de mercadorias e defesa da pátria;

-dar atenção à produção de cereais, para assegurar alimento ao povo, a fim de que estivesse forte caso tivesse uma guerra.



  • Com o declínio da Espanha em fins do séc. XVI, a Holanda assume o transporte mundial das mercadorias, fato que desagrada os demais países, em especial Inglaterra e França, as quais vão passar a construir suas próprias frotas. No caso da Inglaterra, foram baixadas Leis de Navegação com o objetivo de tomar dos holandeses o controle dos serviços marítimos;

  • Nessa política, a metrópole se une a colônia na luta contra o estrangeiro(Holanda), o que possibilitou, no caso dos americanos, a construção de sua própria marinha mercante, parte do monopólio do transporte marítimo britânico e, conseqüente acúmulo de riqueza. No entanto, fazia parte do pensamento mercantilista a crença de que a colônia era apenas uma outra fonte de renda da metrópole, a ponto destas criarem leis proibindo os colonos de iniciarem qualquer tipo de indústria que pudesse competir com a metrópole. A Colônia devia limitar-se a ser o fornecedor de matéria-prima e o consumidor dos produtos industrializados pela metrópole. Tal situação levou ao surgimento de lutas pela independência, como, por exemplo, os Irlandeses querendo libertar-se dos britânicos, etc.

  • Os mercantilistas acreditavam que, no comércio, o lucro de um país dependia do prejuízo do outro; não o consideravam como algo que pudesse proporcionar benefícios mútuos. Portanto, o fruto dessa política só poderia consistir em guerras, uma vez que passa a ser necessária a luta pelos mercados, pelas colônias, etc.



A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM

(Leo Huberman)



Capítulo 12: Deixem-nos em paz!

-Revolta contra o mercantilismo/A Doutrina do Laissez-faire/Os Fisiocratas/OConceito de Renda Nacional/O Comércio livre.


  • Um número cada vez maior de pessoas que não concordava com a teoria nem com a prática mercantilistas. A burguesia se via limitada, pois não tinham participação nos enormes lucros das companhias monopolizadoras privilegiadas pelo Estado, nem podiam exercer livremente o poder que o dinheiro lhes dava; do outro lado existia a classe trabalhadora, explorada e cansada de pagar altos impostos enquanto a nobreza era totalmente isenta. Queriam o comércio livre.

  • Os governos, no intuito de uma classe, no caso as indústrias, acabavam por prejudicar outra; por exemplo, na Prússia, em 1700, os produtores de lã não podiam exportar seu produto, a fim que as indústrias pudessem obter bastante matéria-prima a baixo preço, o que gerou protestos e revoltas por parte dos produtores prejudicados.

  • Os mercadores, também insatisfeitos com as restrições mercantilistas, passaram a lutar por seus interesses, no entanto, dizendo se tratar de uma política que melhor traria riqueza e prosperidade ao país; alegavam que o comércio livre permitiria a importação das mercadorias cuja produção o solo, clima, capital e indústria de outros países são aptos, pagando tais produtos com a exportação dos artigos que melhor produz; além disso, diziam que a regra de comprar barato e vender mais caro, até então aplicada individualmente, poderia ser aplicada nacionalmente. Portanto, uma política assim faria do comércio mundial um intercâmbio de vantagens mútuas, podendo melhorar a vida entre os habitantes de todos os países.

  • Nesse contexto surge Adam Smith que, diferente dos mercantilistas, se ocupava do estudo das causas que influenciavam a produção e distribuição da riqueza. Os mercantilistas usavam o discurso de que o país estaria sendo beneficiado usando esta ou aquela política para, na verdade, defender seus próprios interesses; já Adam Smith procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse, promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica. Parte de seu famoso livro (“Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações") é dedicado ao estudo da doutrina mercantilista, a qual desmascarou, assim como fizeram outros pensadores, como David Hume, amigo de Adam Smith. David mostrou, em 1742, que um grande tesouro não traz vantagens duradouras para o país; de acordo com sua teoria a maior ou menor abundância de dinheiro não tem importância, pois o preço das mercadorias é sempre proporcional à abundância do dinheiro. Ex: Quando o preço de um país se eleva, os consumidores noutro país compram menos; isso significa que o país com preço elevado exportará menos e, como suas exportações não pagam as importações, a diferença terá de ser paga em dinheiro, implicando na diminuição do ouro neste país; todavia, se os preços caem, os consumidores estrangeiros compram mais, o país exporta menos que importa, receberá essa diferença em dinheiro e aumentará a quantidade de ouro no país;

  • Assim as teorias mercantilistas foram sendo atacadas por vários autores e o controle demasiado da indústria estimulou a luta pela ausência total de controle. Um dos pioneiros dessa luta foi um comerciante francês chamado Gournay, o qual imaginou a frase que se tornaria o grito de batalha de todos os que se opunham a toda sorte de restrições: “Laissez-faire!”(Deixe-nos em paz!). Os fisiocratas acreditavam na inviolabilidade da propriedade privada, na propriedade privada da terra; para eles, o agricultor deveria ter permissão para produzir o que quisesse e vender onde desejasse; também eram contra a proibição de mandar cereais para fora da França e as taxas para o trânsito de produtos de uma parte a outra do país. A teoria fisiocrata defendia a terra como a única fonte de riqueza e o trabalho na terra o único trabalho produtivo; diziam que somente a agricultura fornece as matérias-primas essenciais à indústria e ao comércio. Segundo Adam Smith, embora apresente o trabalho na terra como único produtivo, a doutrina fisiocrata parecia ser tão exata quanto generosa e liberal quando diz que as riquezas das nações são formadas não pelo acúmulo de dinheiro, o qual não pode ser consumido, ma sim pelos bens consumíveis anualmente reproduzidos pelo trabalho da sociedade e ao apresentar a liberdade perfeita como o único recurso eficiente para aumentar a produção.

  • Adam Smith também atacou o colonialismo mercantilista, dizendo:”O monopólio do comércio da colônia(...) deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente a das colônias, sem que aumente em nada- pelo contrário, diminui-a indústria do país em cujo benefício é adotado. Para ele, a divisão do trabalho seria a forma de melhorar a capacidade produtiva, podendo ser simplificado da seguinte maneira:

1-O aumento da produtividade ocorre com a divisão do trabalho.

2-A divisão do trabalho aumenta ou diminui segundo o tamanho do mercado.



3-O mercado se amplia o máximo possível pelo comércio livre.Portanto, o comércio livre proporciona a maio produtividade.


  • O comércio livre entre países representa a divisão do trabalho levada ao seu ponto mais alto. Apresenta as mesmas vantagens em escala mundial que a divisão observada na fábrica de alfinetes de Adam Smith. Permite a cada país especializar-se nas mercadorias que pode produzir a menor custo, e com isso aumenta a riqueza total do mundo.

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