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Ilha de marajó


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tarix26.06.2016
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ILHA DE MARAJÓ
Na foz do maior rio do mundo, o Amazonas, está um dos lugares mais incríveis deste enorme Brasil: a Ilha de Marajó. Considerada a maior ilha fluvio-marinha da Terra, ela foi formada por depósitos de sedimentos do rio Amazonas e também do rio Tocantins, que deságua no lado oriental da ilha. Por este motivo, o território de mais de 40.000 km² é todo plano. A maior altitude é de apenas 20 metros. Por isso, na época das cheias do Amazonas boa parte da Ilha de Marajó fica embaixo da água. Do lado oeste, nem existem estradas. Todo o transporte entre as cidades é feito por barcos. Do lado leste está a única rodovia, com apenas 80 km. Ela liga as maiores cidades da ilha, mas fica com apenas 40 km transitáveis na época das chuvas. Deste lado ficam as cidades mais desenvolvidas e turísticas.
A Civilização Marajoara

Os primeiros europeus a chegarem na região foram os portugueses. Com a intenção de proteger a Baía do Guajará, construíram o Forte do Presépio em 1616 onde hoje está a cidade de Belém. Com o tempo foram se deslocando para a ilha em frente. Mas não foram os europeus os primeiros habitantes da imensa ilha. Marajó teve uma civilização que surgiu e desapareceu antes dos europeus. Os marajoaras deixaram vários sítios arqueológicos que nos mostram que eles foram uma das mais avançadas civilizações que tivemos no Brasil pré-europeus. Muitas de suas peças podem ser encontradas nos museus em Belém ou na cidade de Cachoeira do Ariri, na própria ilha de Marajó. A cerâmica marajoara é famosa em toda a região e, ainda hoje, muitos artesões ganham a vida mantendo a tradição dos antigos habitantes da ilha. Igaçabas (urnas funerárias da antiga civilização) em tamanho miniatura podem ser encontradas para comprar em qualquer lugar de Marajó ou da capital Belém.


Como chegar

Para se chegar a Ilha de Marajó é necessário partir de Belém (Pará) ou Macapá (Amapá). Eu conheci apenas o lado leste da ilha. Parti da cidade de Belém, numa embarcação com capacidade para mais de 300 pessoas. Serão dois dias na ilha. Depois da agitada Belém, as cidades marajoaras serão como se eu estivesse tirando férias durante as minhas férias. O barco sai as 6:00 horas da manhã da doca número 10 do Porto Fluvial de Belém. A passagem custa em torno de 15,00 Reais e é bom comprar com pelo menos um dia de antecedência. A fila para comprar a passagem ou para embarcar é imensa. Senti uma certa desorganização ali. Mas tenha calma. Quando você deixar Belém e ver a cidade ficando para trás, vai ver que compensou. Inúmeras ilhas vão aparecendo. Mas como a viagem é longa (em torno de 6 horas), aproveite para conversar com os outros passageiros. Eles podem te dar muitas dicas dos locais que você vai conhecer. Só o passeio de barco já valeria a pena. Mas o melhor ainda está por vir...


Cheguei, e agora?

O barco vai chegar ao Porto Fluvial de Camará. Ali, micro-ônibus vão te levar para a sua cidade de destino. Mas tenha paciência, afinal, são 300 pessoas desembarcando juntas e os micro-ônibus, como o próprio nome já diz, são micro. O valor da passagem é de R$ 2,50 e o motorista vai acelerar o quanto ele conseguir para poder voltar logo ao porto buscar mais passageiros. Fique atento aos pontos de parada. Se você não pedir, o motorista não vai parar. Como saber onde descer??? Peça ajuda aos moradores da ilha que vão estar “grudados” a você dentro do “entupido” micro-ônibus. Atravessamos o município de Salvaterra e chegamos ao fim da linha. Hora de descer e atravessar o rio de barco até a cidade de Soure, ali do outro lado. A travessia é feita num barco grande (R$ 1,00) ou nos Popopós, que são aqueles barquinhos a motor, também chamados de rabetas (R$ 2,00). Quando eu disse que “o melhor ainda estava por vir”, não me referi a este trajeto não. Era a partir daqui...


Conhecendo Marajó

Não há como conhecer um lugar sem conhecer o seu povo. Então converse. Tarefa que vai ser fácil na Ilha de Marajó. As pessoas são alegres e prestativas. Quando estive por lá, estava passando muito mal do estômago por causa de um Tacacá no Tucupí que tomei na noite anterior na capital paraense. Em todos os lugares que fui muitíssimo bem acolhido. Na chegada em Soure, na hora do almoço, nos dirigimos ao Restaurante Patú-Anú para experimentarmos o filé marajoara (carne de búfalo com aquele queijo de búfala derretido por cima). Uma delícia, mas como eu já não estava bem... A Dona Eunice então me serviu um chá e perguntou se eu tinha uma rede para estender no quintal e ficar por ali. Agradeci, mas eu precisava conhecer a cidade. Tomei o chá numa cadeira de balanço observando o movimento da cidade, tão calmo quanto as águas dos rios da região. Agradeci e fui caminhar. Quase não existem carros na cidade de pouco mais de 20 mil habitantes. Existem muitos moto-taxi, búfalos e muitas, muitas bicicletas. Eu fui caminhando mesmo. Entre as visitas na cidade, a que mais me marcou foi o atelier de cerâmica do Amaral. Para mim, mais uma pessoa que trabalha com artesanato. Quando cheguei lá, pensei que dei azar. No seu ateliê não havia ninguém fazendo artesanato. Todos estavam ajudando na reforma do local. Foi então que eu descobri que aquela correria era para deixar pronto o local para as filmagens de um documentário da BBC de Londres que aconteceria em dois dias. O Amaral, um homem franzino, simples, sorridente e atencioso é o principal representante da cerâmica marajoara hoje, tendo vários prêmios em seu currículo. Bati uma foto com ele e segui meu caminho. Era hora de encontrar meus amigos que a esta altura já estavam na Praia de Pesqueiro, tomando banho de mar. Digo, de rio..


Fogueira, violão e céu estrelado

Fui até a ilha de Pesqueiro de moto-taxi. Já estava começando a anoitecer e não havia pousada por lá. A praia é um local onde os marajoaras vão para passear durante o dia. Tem muitos bares e lanchonetes, mas onde iríamos dormir??? Após pedirmos autorização, montamos as barracas na areia da praia. Fui deitar para ver se melhorava do meu estomago e quando acordei, já era de noite e o pessoal estava ao redor de uma fogueira, cantando ao som de um violão. Que sensação incrível estar num local mágico daqueles, com um céu completamente estrelado, rodeado de amigos. Aos poucos a fogueira foi apagando, as pessoas foram indo dormir, o cara do violão parou de tocar e só sobrou eu lá na areia. Quando estava começando a ficar com sono, notei que o céu começou a clarear. Estava amanhecendo. Hora de pegar a máquina fotográfica e esperar o astro-rei nascer em meio as águas do maior estuário do mundo. O Sol nasceu, os marajoaras começaram a abrir suas lanchonetes, uma ou outra pessoa na água, mas a maioria perdeu aquele espetáculo único. Infelizmente...


Novos amigos

Após dezenas de fotos pelos mais de 3 km da Praia de Pesqueiro, fui com meus amigos Max e Daniele conhecer a vila dos moradores. Era pouco mais de 9:00 horas da manhã e o Sol já ardia. Ouvi dizer que para bater uma foto em cima de um búfalo, era cobrado 1,00 Real e para dar uma volta em cima do búfalo 5,00 Reais. Na vila perguntei onde poderia encontrar alguém que tivesse um búfalo. Achei um senhor, que me deixou bater quantas fotos eu quisesse e não me cobrou nada. Atendimento perfeito, típico marajoara. Depois do passeio, voltamos às barraca, desmontamos acampamento e ficamos esperando o ônibus para retornar a Soure. Enquanto eu esperava, fui tomar uma água de coco numa barraquinha ao lado. Lá conheci o Matheus, de uns 8 ou 10 anos, que tinha um animal de estimação no mínimo diferente. O Maneco é um macaquinho de estimação. Muito brincalhão, o Maneco subiu em mim e ficou brincando com meu cabelo. Em Marajó, até os animais de estimação são nota 10,0!


Deixando o paraíso

Chegando em Soure, voltei ao Restaurante Patú-Anú, pois já era hora do almoço. Como meu estômago ainda não estava bem, pedi apenas um filezinho marajoara, sem aquele monte de acompanhamentos do dia anterior. A Dona Eunice me fez um precinho camarada e eu me deliciei com aquela carne maravilhosa. Almocei meio com pressa e saí para pegar o ônibus em direção ao Porto Fluvial de Camará. Hora da despedida. Despedida das pessoas, da ilha, daquele lugar mágico. Era hora de me despedir, mas as surpresas ainda não haviam chegado ao fim...


Em lugares mágicos, encontros mágicos...

No hora de voltar para Belém, ficou uma certa tristeza de saber que eu estava deixando para trás um dos lugares mais incríveis que já conheci. Para piorar, todos estavam cansados, muitos dormindo pelos bancos do barco e o tempo lá fora fechado. Dá para piorar? Dá sim... Um temporal desabou em cima de nós. O que fazer agora? Olhei para o lado e um senhor estava ali, olhando para a chuva. Fui conversar com ele e descobri que o Sr. Paulo era gaúcho de Novo Hamburgo. Sim, eu conheço e fiz questão de elogiar a cidade dele, pois achei interessantíssimo as plaquinhas que ficam nas esquinas com os nomes das ruas. Elas não tem apenas o nome das ruas, elas explicam quem foi aquela pessoa que dá o nome à rua. Por exemplo: “Rua Marajó – Maior ilha fluvio-marinha do mundo, localizada no estado do Pará”. Foi aí que ele me disse: “Que legal ouvir isso de alguém tão longe de Novo Hamburgo. É que eu pesquisei durante anos todos os nomes de ruas da minha cidade e fiz um livro. Daí dei a idéia das plaquinhas para a prefeitura”. Sim, era ele o cara que criou as plaquinhas de rua que eu sempre admirei. Virei seu fã. Voltamos conversando por várias horas e algumas semanas depois, já em casa, recebi via correio um livro seu. Uma pessoa incrível. Um encontro incrível. Coisas mágicas que só acontecem em lugares mágicos...


O Jorge recomenda:

  • Restaurante Patú-Anú

Travessa 14 esquina com a 2ª Rua, próximo ao Porto das Rabetas

Filé marajoara: 15,00 reais

Atendimento perfeito, ao melhor estilo marajoara!

Fale com a Dona Eunice e mande lembranças minhas...



  • Não deixe de ver as danças típicas como o animado Carimbó e o sensual Lundu.

  • Se for no período de dez/jan/fev, prove as frutas típicas. Uma melhor que a outra...

  • Conheça Belém e suas inúmeras atrações, como o enorme mercado Ver-o-Peso, a bela e cara Estação das Docas, o Forte do Presépio e o Museu de Arte Marajoara que tem em seu interior, além é claro das incontáveis igrejas, principalmente a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.


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