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Francisco de assis lima castelo branco


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FRANCISCO DE ASSIS LIMA CASTELO BRANCO

SERVO OU SENHOR?

2ª edição revisada


Rio de Janeiro

Seminário Teológico Betel

2010
Capa: William de Araujo

Produção Gráfica: Sonho Dourado

Papel: Offset 95 g


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

CASTELO BRANCO, Francisco de Assis Lima

Servo ou Senhor? / Francisco de Assis. L. Castelo Branco. – 2ª ed. – Rio de Janeiro: Seminário Teológico Betel, 2010.

70 p.; cm 14x21

ISBN 978-85-98806-04-4

1.Devocional – experiência e vida cristã 2. Jesus Cristo – servo exemplar 3. Título


CDD 243



Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos, gravação, estocagem em banco de dados etc.), a não ser em citações breves, com indicação de fonte.
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Contatos : 7753-5727 Id : 645*12156

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www.prfrancisco12.com.br


APRESENTAÇÃO
Jonathan Edwards, filósofo, pregador e missionário americano que marcou época e legou uma herança singular em termos de espiritualidade e conteúdo não somente à América do Norte como também ao mundo evangélico, declarou, quando ainda nos tempos de faculdade: Resolvi estudar as Escrituras com tanto afinco, constância e freqüência que serei capaz de perceber claramente meu crescimento progressivo no conhecimento delas.

O presente trabalho é uma boa ferramenta para aqueles que assumem a empreitada de estudar as Escrituras com afinco e desejam perceber seu próprio crescimento no conhecimento delas, sobretudo no que tange ao Novo Testamento.

O pastor e professor Francisco Castelo Branco é uma dessas pessoas que se apaixonaram pela Palavra, reconhecendo nela a grande herança de Deus a seus filhos e que observou rigorosamente o que Martinho Lutero constatou:

As línguas são a bainha que transporta a espada do Espírito. São o porta-jóias que guarda as pedras preciosas dos pensamentos antigos. São a jarra que acondiciona o vinho. E, como o próprio evangelho afirma, são a cesta em que pães e peixes ficam guardados até chegar a hora de alimentar a multidão.

Francisco tem se dedicado ao estudo das línguas originais e lutado para que outros também se tornem estudiosos dela.

Com este trabalho o autor dá curso a iniciativa de atrair os estudantes da Bíblia para um nível mais aprofundado de conhecimento, iniciada com a publicação de “Aprendendo o Grego Koinê”.

Que você, prezado leitor, faça bom uso deste trabalho conhecendo com maior precisão a herança da revelação que recebemos (Dt 29.29).

Abril de 2010

Neander Kraul de Miranda Pinto

Diretor e Professor do Seminário Teológico Betel


PREFÁCIO
“Servo ou senhor?” Esta é uma reflexão extremamente importante para todos que desejam ter uma vida cristã poderosa. As Escrituras demonstram claramente que o desejo de Deus para nós é que sejamos servos, semelhantes a Jesus: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus... que... esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo...” (Fl 2.5,7). Mas será que temos sido servos realmente? Este livro vai esclarecer este assunto, tirar dúvidas, trazer novos entendimentos e levar você a um verdadeiro crescimento espiritual. Além disso o livro traz informações preciosas sobre a cultura e a língua grega e um estudo minucioso de várias palavras gregas que nos darão um melhor entendimento sobre o servir no Novo Testamento.

Este livro foi escrito não apenas por alguém que conhece o assunto, mas por um servo que vive este assunto. O Pr. Francisco Castelo Branco tem praticado a arte do servir tanto a Deus quanto aos homens e isso faz com que os conceitos trabalhados no livro ganhem vida e unção.

Tenho a certeza de que a leitura do livro abençoará grandemente a sua vida e enriquecerá sobremaneira os seus conhecimentos bíblicos e teológicos.
Pr. Fernando Pereira

Pastor-Presidente da Igreja Batista Ebenézer de Jacarepaguá

Bel. Em Teologia pelo Seminário Teológico Betel

Graduando em Psicologia



SUMÁRIO

1.

Apresentação..........................................................................................................

3

2.

Prefácio...................................................................................................................

4

3.

Agradecimentos.......................................................................................................

6

4.

Introdução................................................................................................................

7

5.

I - História e cultura da Língua grega......................................................................

9

6.

1.1. Conquistas por Alexandre................................................................................

9

7.

1.2. A helenização do mundo através dos generais de Alexandre.........................

12

8.

II – Conceitos Teológicos dentro do Novo Testamento..........................................

16

9.

2.1. Servir................................................................................................................

16

10.

2.2. Substantivos usados no grego, com ênfase em servir.....................................

18

11.

III – Humildade, princípio norteador do Servo.........................................................

35

12.

3.1. Ser humilde e deixar o “Eu” pelo “Ele”.............................................................

43

13.

IV – Amor.................................................................................................................

51

14.

V – Senhor...............................................................................................................

56

15.

Conclusão ...............................................................................................................

60

16.

Referências bibliográficas.......................................................................................

61



AGRADECIMENTOS

...e sede agradecidos” (Col 3:15b).

Primeiramente a Deus pela oportunidade, com sua ajuda indispensável na elaboração deste livro;

À minha amada e querida esposa Elizângela Castelo Branco, por suas constantes orações e incentivos e meu filho Miguel, presente de Deus para nossas vidas;

Aos meus pais, Luiz Jurandir e Maria de Fátima, pela perseverança e educação;

Aos meus sogros Sebastião Souza e Elza Ramos, pelo amor e cuidado;

À Igreja Batista Ebenézer em Jacarepaguá (Rio de Janeiro – RJ, pela formação bíblico-evangélica;

Ao meu pastor Fernando Pereira, pelo seu dinamismo e seriedade na obra do Senhor;

Ao pastor Neander, exemplo de vida e dedicação na obra do Senhor;

Ao Seminário Teológico Betel, responsável por minha formação acadêmico-cultural;

À amada do Senhor e saudosa Tabita, pelo exemplo de vida e influência em minha vida, no tocante a uma vida de oração;

Ao professor Aldir Leite, pela revisão gramatical;

Aos alunos e amigos que me incentivaram no preparo deste livro;

A todos, enfim que, direta ou indiretamente, contribuíram para mais essa vitória, sem os quais teria sido impossível alcançá-la;

Deus nos abençoe e que a leitura deste livro mude a nossa visão do que é ser servo.

JH ca>riv tou~~ Kuri>ou jIhsou~~ Cristou~~, kai< hJ ajga>ph tou~~ qeou~~, Kai< hJ koinwni>a tou~~ JAgiou~~ Pneu>matov meta< pa>ntwn uJmw~~n. Amh>n. (PROS KORINQIOUS B – 13.13).

“A graça de Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. Amém.


INTRODUÇÃO

Elaborei o presente livro que, diga-se logo de início, não pretende de maneira nenhuma ser original, e, menos ainda, a última palavra sobre o assunto, mas uma simples colaboração para ajudar aos que querem entender o real sentido de servo. Ademais, ainda que quisesse ser autêntico, o que de fato não sou, seria facilmente desmascarado, não por Deus que sabe o que sou e quem sou, muito menos por mim mesmo, que penso que sou o que não sou, porém pelos que não sabendo o que sou nem quem sou, logo descobririam numa rápida leitura que está repleto de citações e até mesmo de transcrições extraídas de ilustres mestres, aos quais nem mesmo, guardado o devido respeito, pode-se atribuir autenticidade, visto que como bem citou Emerson “Todo homem é uma citação dos seus ancestrais”.

O título desse livro foi engendrado a partir de uma monografia elaborada por mim quando estava estudando no Seminário Teológico Betel, tendo como título: “Servo ou Senhor? – Algumas considerações à luz da língua Grega no mundo Neotestamentário”.

Antes de você começar a ler esse livro, reflita sobre a seguinte pergunta: “Sou servo ou senhor?”.

O servo não é soberbo. Dentro de seu coração tão somente reina a humildade, a qual por sua vez é o alicerce. Sem este alicerce, o servo pode ser tudo, menos servo.

Ao refletir sobre o meio de servir, percebi que muitos não entendem na práxis, o verdadeiro sentido de servir. Abordo de início, a História da língua grega, enfatizando a preciosidade da cultura grega, onde grande parte da cultura helênica dominou entre as classes mais elevadas. Os nomes gregos foram usados até pelos judeus sinceros, o que se vê, por exemplo, nos nomes de Filipe e André, entre os apóstolos de Cristo. Os judeus piedosos só os conheciam como nomes familiares, colocando-os nos filhos por ignorarem sua origem grega, mas isto serve para mostrar mais ainda a influência da penetração helenizante na vida judaica, que era tão radicada que passavam despercebidos em muitos casos. Enfim, o grego influenciou não apenas a cultura, mas, também: nomes e economia.

Mais adiante, abordo a conquista de Alexandre e a helenização do mundo pelos seus generais.



As campanhas do macedônio levaram o idioma grego aos mais elevados lugares, ou como assinala Dana a respeito do grego “.... a ponto de ser veículo de uso quase universal, a ponto de Paulo escrever em grego a carta aos romanos. Os imperadores romanos valiam-se do grego como língua para impressão de selos oficiais” . (DANA, 1990:15)

Assim sendo, procuro apresentar um panorama histórico abrangendo na síntese o contexto para que o grego se tornasse a língua do Novo Testamento. Apresento até mesmo a influência do grego no judaísmo

Introduzo conceitos teológicos de palavras chaves do Novo Testamento, como por exemplo: Servir, Amor e Senhor. Diante dessas 3 palavras, farei exegeses de alguns textos para um melhor embasamento.

Trabalharei com cinco palavras que significam, servir, apresentando textos bíblicos,tais como Filipenses 2 e dentro deste texto num sub- tópico falo sobre as bem aventuranças ; 1 Coríntios 3 e 4 para embasamento do meu estudo. No qual aperfeiçoará o leitor no que se refere ao aprofundamento destas palavras.

Abordo a morfologia da palavra amor, até porque não dá para servir sem amor. Amor esse que será analisado de uma forma mais profunda, e o texto que será usado, será o de João 21, o qual na maioria das versões não trás o texto autêntico, por isso, me disponho analisar o diálogo do Senhor Jesus com Pedro.

E a última palavra a ser analisada é a palavra Senhor, pois as pessoas servem a muitos senhores, mas não servem ao Senhor dos senhores. Ademais, muitos querem ser “senhores”, mas não querem ser “servos”.



E ainda, esquecem “os senhores” que Deus não divide sua glória com ninguém.

Enfim, concluo que é impossível servir ao Senhor sem amor, pode-se até servir, porém sem o amor agápe, dificilmente será atingido o que Cristo quer e deseja de nós, ou seja, que o amemos de todo o coração, mente e forças. Que este livro seja aplicado em sua vida, para transformação do caráter.



II – CONCEITOS TEOLÓGICOS DENTRO DO NOVO TESTAMENTO.

2.1 - SERVIR

A priori, trabalhar como servo é ser auxiliar. O servo não precisa aparecer, é dependente.

Segundo Coenen, ao falar sobre servir coloca que: “quando falamos acerca do “servir” damos a entender o trabalho feito para outra pessoa, ou voluntária ou compulsoriamente (escravo), o benefício do qual pertencerá à pessoa para quem foi feito. O serviço não exclui a recompensa. A atividade de servir contrasta-se com a de reinar. O serviço fiel pressupõe a humildade naquele que serve, como sendo inferior, em contraste com o orgulho. Aquele que serve está em posição de dependência e sua liberdade é limitada”. (COENEN, 1991: 2341).

Infelizmente não estamos acostumados a servir, por isso ficamos no “mundo do hedonismo”, ou seja, o mundo do prazer; do pensar só em si. Enfim, do egoísmo. Mas, o servo não faz parte desse mundo, ele faz parte do mundo do servir, pois aprendeu com Jesus Cristo que veio servir e não ser servido, “...não veio para ser servido, mas para servir...” – Mc 10.45.

Querido leitor, servir não é fácil. É um processo, e nesse processo é necessária à renúncia, ou seja, matar o “eu”.

No tocante ao servir Swindoll coloca que “Servir e dar não são gestos que brotam

naturalmente de nós.” (SWINDOLL, 1983: 12)

É interessante observar que quando Jesus estava dirigindo as pessoas sobre o vocábulo servo, estas conheciam perfeitamente este termo, que melhor traduzido é escravo.

Hoje em dia não existem mais tais condições. A melhor aplicação que poderíamos fazer do termo, seria para servos ou empregados, contudo estes recebem um recebem um determinado salário, têm um contrato de trabalho e são registrados num sindicato.

O servo do primeiro século era um escravo mesmo. Era uma pessoa que fora destituída de tudo que possuía neste mundo. Perdera a liberdade, a autonomia pessoal, a vontade própria, e até o nome.

Fora vendido no mercado como um animal. Uma etiqueta com o preço fora dependurada ao seu pescoço, e os interessados haviam discutido a respeito de seu valor.

Porém, no fim, alguém o adquirira, e o levaria para a casa.

Depois fizera uma perfuração em sua orelha e colocara nele um brinco de argola que trazia inscrito o nome de seu dono. E então ele perdera sua identidade. Não se chamava mais Paulo ou Pedro, porém sim o escravo de determinado Senhor.

E ele não recebia nenhuma paga pelos seus servidores. Perdera totalmente sua liberdade de ação. Se o seu amo lhe dissesse: “Você terá que se levantar às seis horas”, ele então se levantaria às quatro.

Se o seu amo quisesse que ele lhe prestasse um serviço à meia noite, teria que fazê-lo. Era escravo. Não tinha liberdade, muito menos o direito de escolha, ou como disse Kessler “servo não tem vontade.” (KESSLER, 2005: 78). Enfim, não tinha nada.

Uma outra característica do escravo era que ele sempre tinha que servir primeiramente ao seu amo. Ele tinha que se lavar, trocar de roupa, preparar a refeição e servi-la, e só depois que o seu senhor houvesse jantado e tivesse ido deitar-se, então o escravo estaria livre para comer do que sobrara.

Servir no grego, vem do verbo grego diakone>w, (DIAKONÉO) que significa servir, apoiar, do latim Conari, que significa “dar-se trabalho”. Chantraine ao traduzir este verbo, traduz como, “servir”, “ser servo, criado.” (CHANTRAINE, 1999:277)


2.2 - SUBSTANTIVOS USADOS NO GREGO, COM A ÊNFASE EM SERVIR.

Através de inúmeras pesquisas, coloco 4 substantivos que tem a conotação de servir, ou seja, de servo, destarte vemos abaixo:

1º - de>smiov (DÉSMIOS) significa servo, preso, “prisioneiro de Cristo”

A raiz de>sm- contêm a significação fundamental de atar, unir, atar

No Novo Testamento aparece 18 vezes, sendo a maioria das vezes principalmente nos sinópticos, Atos e nos escritos paulinos.

Paulo usa várias vezes essa expressão, nas seguintes passagens Filemom 1, 9, 13; Efésios 3.1, 4.1; 2 Tm 1.8.

O servo é aquele que não está preso a dogmas, pensamentos, filosofias, mas, a Cristo. É aquele que morre para si, e vive para Cristo, é prisioneiro de Cristo. Quando a pessoa está presa a Cristo, ela vive não mais ela, mas Cristo vive nela. Servo é aquele que está preso a Cristo; é um prisioneiro de Cristo; é dependente, não auto-suficiente. Em suma, servo é aquele que é auto-dependente de Cristo.

2º - dia>konov (DIÁKONOS), significa servo, segundo Taylor é um garçom, trabalhando a questão de servir, administrador, ministro, enfim diácono. (TAYLOR, 1991: 55).

Respeito a definição de Taylor, contudo, prefiro definir através da etimologia, destarte vemos abaixo:

A palavra “DIÁKONOS” é a junção da preposição dia< (DIA), onde é usada com o caso acusativo, onde se traduz, através de + o substantivo koniorto>v (KONIORTÓS), que significa pó. Ou seja, “DIÁKONOS” é aquele que está entre a poeira, mas, como servo, faz a diferença, varre a poeira.

Esse substantivo é traduzido 3 vezes para “Diákonos”; 7 para “Ministro” e 20 vezes para “Servo”, num total de 30 vezes. Para enriquecer esse cito Vine, o qual coloca:

“Diákonos em português denota primariamente ‘criado’, aquele que faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários. A palavra está provavelmente relacionada com o verbo diw>kw (DIÓKO), que significa sigo, prossigo, persigo, apressando-se após, perseguir, talvez dito originalmente acerca de um corredor”. (VINE, 2002: 563).

“DIÁKONOS” diz respeito ao seu serviço em prol da Igreja, dos seus Irmãos e do seu próximo, em prol da comunhão, quer o serviço se realize ao servir á mesa, com a palavra, ou de alguma outra maneira. O “Diákonos” sempre é aquele que serve em nome de Cristo e que continua o serviço de Cristo para o homem exterior e interior; preocupa-se com a salvação dos homens. Como o próprio apóstolo Paulo

3º - dou~~lov “DOÛLOS”, significa servo.

O substantivo dou~~lov “DOÛLOS” significa servo, melhor traduzido, escravo.

Segundo Coenen “O Doûlos é aquele que se sujeita completamente ao Senhor. O Doûlos pela própria natureza das coisas não pertencia a si mesmo, mas sim, a outra pessoa...Das 124 ocorrências de Doûlos, 30 aparecem em Paulo; 30 em Mateus e 26 em Lucas.” (COENEN, 1991: 673, 676).

4º - uJphre>thv (HYPERÉTES), significa servo, ministro, auxiliar.

Essa palavra tem um significado muito especial; ela deriva de um contexto específico. No império romano havia muitos escravos e, muitas vezes, naqueles grandes navios eles tinham que usar força humana para movimentar essas embarcações, não havia motores como os de hoje.



No andar de cima da embarcação, ficavam os homens nobres, eram cidadãos romanos, oficiais romanos, romanos nobres; todos esses ficavam no andar superior. Contudo, no porão da embarcação, ficavam os escravos acorrentados; todos eles eram remadores que faziam o barco movimentar-se. Esses remadores eram chamados ‘remadores de baixo’, remadores do porão. Eles tinham que remar com muita força porque os soldados romanos estavam ali vigiando, e se eles não remassem forte o suficiente, então entravam em problemas. A velocidade do navio dependia do quanto eles remassem. Se o rei, que estava no andar de cima, queria chegar em determinado lugar a uma certa hora, o soldado recebia uma ordem para aumentar a velocidade. Então os remadores tinham que colocar mais força naquilo que estavam fazendo. Alguns deles estavam exaustos, muitos até desmaiavam, porém os soldados jogavam água neles e eles acordavam e remavam novamente. Esse, então, é o escravo conhecido como ‘escravo do compartimento de baixo, logo é o auxiliar. Nosso Deus procura urgentemente Hipéretes.

Apresento 4 textos para nosso embasamento, assim como vemos abaixo:  



  1. Em Lucas 1.2 está escrito “...e ministros da palavra.”, o termo ministros no grego é ‘KAÌ HYPERÉTAI TOÛ LÓGOU “kai< uJphre>tai tou~~ lo>gou“. Enquanto no hebraico esse mesmo termo é Mesharatei ra davar “מְֹשָרֲתֵי הַדָבָר"

  2. Em João 18.36 Está escrito “...os meus ministros / súditos lutariam por mim...”, o termo ministros no grego é ‘HOI HYPERÉTAI EMOÍ  “oiJ uJphre>tai ejmoi<

  3. Em Atos 13.5 “Tinham também a João como auxiliar.”

  4. Em Atos 26.16 está escrito “... ministro e testemunha...”, o termo ministro no grego é HYPERÉTEN KAÌ MÁRTYRA “uJphre>thn kai< ma>rtura

  Será que queremos ficar no compartimento de baixo?

  Infelizmente, nós temos um conceito errado, quando pensamos em servir ao Senhor, pensamos em glória. Se você ama ao seu Senhor, você quer ser Seu escravo; você vai desejar permanecer naquele compartimento inferior do navio. Deixe que outras pessoas vão para o andar de cima.

A palavra “Hyperétes ” é a junção da preposição uJpo<< (HYPÓ), onde é usada com dois casos; com o ablativo se traduz: por, às mãos de, por meio de, já com o caso acusativo é, sob, debaixo + o substantivo uJphre>thv (HYPERÉTES), que significa ministro, ajudante, assistente. Porém, etimologicamente é a junção da preposição Hypó “uJpo<<”(embaixo) + o verbo ERÉSSO “ejre>ssw” (remar), ou seja, os HYPERÉTES são aqueles que estão embaixo remando.

O verbo uJphrete>w (HYPERETÉO) significa servir, ajudar, assistir, obedecer, ser dócil.

Para corroborar com a explicação cito Kittel, quando afirma que:

“esse verbo ocorre somente em Atos dos apóstolos, nas seguintes passagens: (At 13:36; 20:34 e 24:23. Nesse mesmo raciocínio, ele diz que: “Isso trata do censo como de “ajudar” concordando com a expressão do outro. Isto está imediatamente aparente em Atos 24:23”. (KITTEL, 1979: 620).



Bailly traduz este verbo como “servir como remador ou como marujo.” (BAILLY, 1901:905)

Às vezes, Diákonos é substituído por Hyperétes, como em Lc 1.2 (“ministro da palavra”) e 1 Coríntios 4.1 (“ministros de Cristo”). A palavra originalmente significava um “remador”, e daí um ‘servo’, ‘ajudante’, ‘criado’. É o remador inferior como já falamos, é aquele que luta pelo seu mestre, defende com a sua própria vida, como em João 18:36 “...os meus ministros (servos / seguidores) se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus...”. Em outros lugares no Novo Testamento, normalmente significa o ‘servo’ (armado) de uma pessoa de autoridade, um ‘oficial’ do tribunal da justiça, como nos textos do evangelho de João 18.3, 12, 18, 22 e em Mateus 5.25.



Nós precisamos ter ação de servir, ou seja, o dom do serviço;

Deus te convida para ser remador (ERÉTĒS) “ejre>thv”

Conclusão

Portanto, a respeito de servir, vimos que o servo não pertence por natureza a si mesmo, senão a outro, como vimos o exemplo de Jesus Cristo que não pertencia a si mesmo, mas ao Pai, só fazia aquilo que o pai mandava fazer, porque o amava de todo coração, mente e forças.

Nossa servidão ao Senhor Jesus deve expressar-se em nossa servidão ao nosso semelhante. Escrevendo aos Coríntios o servo Paulo diz: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus.” – 2 Coríntios 4.5. é interessante observar que a humildade da posição que assumimos para com o Senhor é julgada por ele pela posição humilde que tomamos para com o nosso semelhante.

O Senhor considera-nos como falta de disposição para servir a nossa falta de disposição para servir outros. O nosso exemplo maior de servo, veio servir e não ser servido, e Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz. Jesus escolheu a cruz ao invés da glória, porque a cruz é símbolo de vitória, só quem escolhe a cruz é servo. O amor de Jesus Cristo é muito mais lato que o nosso, ao ponto dEle morrer por nós em obediência ao seu Senhor; como servo se submeteu ao batismo, realizado por João Batista e se submeteu às autoridades. Como servo, mostrou para a humanidade que o servo perdoa tantas vezes forem, como foi o caso de Pedro, no capítulo vinte e um do evangelho de João, mostrando o seu amor agápe, o amor invencível, ter esse amor é quando ponho o “eu” de lado no esforço de ajudar a abençoar outrem, indo a ponto de sofrer se necessário, a fim de abençoar o próximo. Servir ao Senhor Jesus Cristo sem amor pode ser tudo menos servir. Em suma, não dá para servir ao Senhor sem amor.

E que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor imensurável de Deus e a consolação do Espírito Santo seja com toda Igreja espalhada sobre a face da Terra. Amém.

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