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DistribuiçÃo de aves florestais ao longo do gradiente altitudinal do município de santa teresa, espírito santo


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DISTRIBUIÇÃO DE AVES FLORESTAIS AO LONGO DO GRADIENTE ALTITUDINAL DO MUNICÍPIO DE SANTA TERESA, ESPÍRITO SANTO
NASCIMENTO, P. H. S; RESENDE, J. P. O; SANTOS, W. J. S; CALDARA, V. JR.
Coordenação de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão

Campus Santa Teresa

Instituto Federal do Espírito Santo – IFES
ornitologia.grupoifes@gmail.com


INTRODUÇÃO

O Estado do Espírito Santo, situado na região central do domínio da Mata Atlântica, possui um relevo notavelmente acidentado, que se estende do nível do mar aos cumes mais elevados das montanhas do leste do Brasil (IPEMA, 2005). Tal geografia lhe confere uma grande variedade de fisionomias vegetacionais, constituídas por ambientes litorâneos, formações florestais e campos de altitude (IPEMA, 2005; Magnago et al., 2007; Pereira, 2007). Mas como vários outros estados brasileiros, os estudos sobre a distribuição de aves em seu território limitam-se essencialmente a levantamentos pontuais, concentrados especialmente em unidades de conservação (e.g. Stotz, 1993; Venturini et al., 1996; Bauer, 1999; Parker III e Goerck, 1997; Simon, 2006; Simon et al., 2007; Simon et al., 2008; Willis e Oniki, 2002).

Por conseguinte, a distribuição altitudinal de aves é um tema da Biogeografia ainda por ser investigado no Estado do Espírito Santo, região na qual situam-se as maiores altitudes do domínio da Mata Atlântica, o qual da linha costeira até quase 3.000 m acima do nível do mar (Pico da Bandeira, na serra do Caparaó).

Apesar de Santa Teresa possuir inúmeros estudos voltados à composição de sua avifauna (por exemplo, Ruschi 1986, Simon 2000, Willis e Oniki 2002, Simon 2006), nenhuma pesquisa direcionada à distribuição de aves nas encostas florestadas do município foi realizada até o momento. A maioria os estudos realizados em Santa Teresa concentra-se em áreas protegidas, situadas em sua região serrana, acima dos 600 m de altitude. Com efeito, entende-se que a distribuição da avifauna florestal nas diferentes zonas altitudinais de Santa Teresa permanece insuficientemente conhecida.

Assim, o objetivo deste trabalho foi Investigar a distribuição de aves nas encostas florestadas do município de Santa Teresa, envolvendo um gradiente geográfico de quase 1.000 m de altitude, com o intuito de testar se a hipótese do “Mid-Domain Effect” é válida para as aves do bioma Mata Atlântica. Esta hipótese sustenta que as maiores riquezas de espécies concentram-se na zona central de áreas montanhosas (MacCain, 2004)


METODOLOGIA

O inventário das espécies foi realizado em três faixas altitudinais, permitindo analisar a distribuição da avifauna ao longo do relevo montanhoso do município de Santa Teresa, o que permitiu alcançar os objetivos do projeto. Com base nestes fatores os fragmentos escolhidos foram IFES, campus Santa Teresa, Localidade de São João de Petrópolis (altitude ≈ 200 m), Propriedade do Sr. Moacyr Serafini, localidade de Córrego dos Espanhóis (altitude ≈ 500 m), Propriedade do Sr. João Loss, localidade de Alto Tabocas (altitude ≈ 900 m).

Com base nas especificações e objetivos do projeto a metodologia principal utilizada no projeto foi a de levantamento de longa duração com utilização de redes de neblina para captura e posteriormente identificação das aves e como complemento o método auditivo/visual onde as aves foram apenas visualizadas no ambiente e identificadas sendo que sempre que possível eram feitas por gravações e/ou fotografias. No método de captura com rede, eram feitos transectos lineares no sub bosque onde as redes de 12m x 3 de malha 15mm eram montadas em hastes de alumínio fixadas por cordas em troncos e árvores. Para identificação das espécies de aves, foi utilizado guia de campo Avifauna Brasileira (SIGRIST,2009).

Foram feitas expedições (idas a campo) de quatro dias mensais durante 10 meses, com cerca de 12 horas/dia de amostragem, totalizando 48 horas/mês de amostragem por fragmento. Visando maior equilíbrio, o rodízio das campanhas no fragmentos foi pensado de modo que cada um recebesse duas expedições no período reprodutivo e duas no período não reprodutivo das aves. O que coincidia também com uma campanha por fragmento em cada uma das quatro estações do ano .





  1. RESULTADOS



Com realização das campanhas e compilação dos dados, foram registradas as seguintes espécies: Anabazenops fuscus, Automolus, leucophtalmos, Basileuterus culisivorus, Chamaeza campanisona, Chiroxiphia caudata, Dendrocincla, turdina, Dysithamnus mentalis, Florisuga fusca, Lanio melanops, Lathrotriccus euleri, Leptopogon, amaurocephalus, Malacoptila striata, Neopelma aurifrons, Phaethornis idaliae, Phaethornis eurynome, Philydor rufum, Platyrinchus mystaceus, Rhytipterna simplex, Saltator similis, Schiffornes virescens, Pyriglena leucoptera, Hemitriccs diops, Xenops minutus, Sittasomus griseicapillus, Tachyphonus coronatos, Thamnophilus caerulescenss, Turdus albicollis ,Xiphorhynchus fuscus, Lipaugus lanioides, Myiobius atricaudus, Myiobius Barbatus, Thalurania glaucopis, Platycichla flavipes, Conopophaga lineata, Campylorhamphus falcularius, Xiphorynchus fuscus, Tangara cyanoventris, Dendrocincla turdina, Myrmerciza loricata, Drymophila ferruginea, Myobios barbatus, Hemitriccus diops, Myobius atricaudus, Automolus leucophthalmus, Myobius barbatus, Leptopogon amaurocephalus, Attila rufus, Trogon rufus, Selenidera maculirostris e Schiffornis virescens. Algumas destas espécies estão ilustradas nas Figuras 1-16. Outras imagem das demais espécies amostradas podem ser disponibilizadas pela equipe executora. Desta forma, a riqueza total de espécies foi de 50 espécies diferentes, onde juntas somam 248 indivíduos capturados. Entre estas espécies,13foram amostradas no IFES – Santa Teresa (total de 24 espécimes), 27 em Córrego dos Espanhóis (total de 82 espécimes) e 31 em Alto Tabocas (total de 142 espécimes). . Desta foram, pode-se observar que o numero de espécies de aves registradas cresceu simultaneamente ao aumento da altitude e tamanho dos fragmentos. Estes resultados nos permitem reforçam a hipótese do “Mid-Domain Effect” de MacCain, (2004), que afirma que as regiões centrais serranas possuem maior riqueza em sua fauna, correta também para aves de bioma mata atlântica pois.






DISCUSSÃO E CONCLUSÕES





  1. Estes resultados nos permitem responder algumas perguntas feitas na problematização do projeto, pois, de modo comparativo, podemos afirmar que a hipótese do “Mid-Domain Effect”, que afirma que as regiões centrais serranas possuem maior riqueza em sua fauna (MacCain, 2004), é correta também para aves de bioma mata atlântica pois o numero de espécies registradas cresceu simultaneamente ao aumento da altitude e tamanho dos fragmentos. Além disto, pode-se afirmar que ocorre diferença na composição da avifauna entre diferentes zonas altitudinais do município de Santa Teresa, pois os fragmentos explorados com mesmo esforço amostral apresentaram quantidades diferentes de espécimes e espécies. Observou-se maior proximidade faunísticas entre os dois fragmentos situados entre 400 a 1000m de altitude, que também apresentam área maior, o que evidencia o efeito negativo da fragmentação do hábitat, processo em um habitat contínuo é dividido em manchas, ou fragmentos, mais ou menos isoladas (MMA/SBF, 2003).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao IFES campus Santa Teresa, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES), ao Museu de Biologia Mello Leitão e ao Museu Nacional pelo apoio e amparo em nossas pesquisas.



REFERÊNCIAS


  1. BAUER, C., 1999. Padrões de distribuição de aves florestais na região sul do Estado do Espírito Santo, Brasil. Dissertação de Mestrado. Museu Nacional,UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 158p.



IPEMA, 2005. Conservação da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo: Cobertura Florestal e Unidades de Conservação. IPEMA. Vitória, ES. 142p.
MAGNAGO, L. F., ASSIS, A. M. & FERNANDES, H. Q. B., 2007. Floresta Ombrófila Densa Submontana, Montana e Alto-montana. In: Espécies da Flora Ameaçada de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória: IPEMA, p. 45-50.
McCAIN, C. M.; 2004. The mid-domain effect applied to elevational gradients: species richness of

small mammals in Costa Rica. Journal of Biogeography, 31: 19-31


PARKER III, T. A., GOERCK, J. M., 1997. The importance of national parks and biological

reserves to birds conservation in the Atlantic forest region of Brazil. In: J. V. J. REMSEN (Org.). Studies in neotropical ornithology honoring Ted Parker. Washington: The American Ornitologistis'Union. p. 527-541.


PEREIRA, O. J., 2007. A cobertura vegetal no Estado do Espírito Santo. In: M. SIMONELLI & C. N. FRAGA (Org.). Espécies da Flora Ameaçada de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória: IPEMA, p. 17-20.
RUSCHI, A., 1982. Beija-flores do Estado do Espírito Santo. Editora Rios: São Paulo.
SIMON, J. E., PERES, J. & RUSCHI, P. A., 2008. A importância da Serra das Torres para a

conservação de aves no Estado Espírito Santo, sudeste do Brasil. Revista Científica FAESA, 4 (1): 47-62.


SIMON, J. E.; 2006. Efeitos da fragmentação da Mata Atlântica sobre comunidades de aves na região serrana de Santa Teresa, Estado do Espírito Santo, Brasil. Tese de Doutorado: MN-UFRJ, 142p.
SIMON, J. E.; S. R. LIMA & T. CARDINALI, 2007. Comunidades de aves no Parque Estadual da Fonte Grande, Vitória, Espírito Santo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 24 (1): 121-132.
STOTZ, D.F. 1993. Geographic variation in species composition of mixed species flocks in

lowland humid forests in Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, 38: 61-75.


VENTURINI, A. C., OFRANTI, A. M. S., VAREJÃO, J. B. M. & PAZ, P. R., 1996. Aves e

mamíferos da restinga: Parque Estadual Paulo César Vinha – Setiba -Guarapari - ES. Vitória:



Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável – SEDESU.
WILLIS, E.O.; Y.ONIKI.; 2002. Birds of Santa Teresa, Espírito Santo, Brazil: do humans add or

subtract species? Papéis Avulsos de Zoologia, 42 (9): 193-264.


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