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Descobrimento: 22 de Abril de 1500 Independência: 07 de Setembro de 1822 Proclamação da República


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Participação no PIB nacional: 9,4% (2004). Composição do PIB: agropec.: 8,8%; ind.: 44,1%; serv.: 47,1% (2004). PIB per capita: R$ 8.770 (2004). Export. (US$ 13,5 bilhões): minério de ferro (26,1%), produtos siderúrgicos e ferroligas (20,9%), café em grão e solúvel (12,8%), metais não-ferrosos (7,2%), outros produtos agropecuários (6,2%), veículos e peças (5,9%), celulose (4%). Import. (US$ 3,9 bilhões): veículos e peças (20,2%), metais não-ferrosos (15,7%), carvão (12,1%), máquinas e equipamentos (8,9%), fertilizantes (4,7%), petroquímicos (3,7%), miscelânea (32,6%) - 2005.

ENERGIA ELÉTRICAGeração: 47.659 GWh; consumo: 32.604 GWh (2004).

TELECOMUNICAÇÕESTelefonia fixa: 4,2 milhões (maio/2006); celulares: 9,5 milhões (abril/2006).

CAPITAL – Belo Horizonte. Habitante: belo-horizontino. Pop.: 2.399.920 (2006). Automóveis: 880.567 (2006). Jornais diários: 07 (2006). Prefeito: Fernando Damata Pimentel (PT). Nº de vereadores: 32 (2006). Data de fundação: 12/12/1897.

Fatos históricos:

            As Minas Gerais surgem no final do século XVII, com as primeiras descobertas de jazidas pelos bandeirantes paulistas. Em pouco tempo, a região atrai colonos portugueses que, com seus escravos africanos, buscam lavras de ouro e diamante. À medida que cresce a produção, aumenta a fiscalização por parte da Coroa. Despontam conflitos pelo direito de exploração das minas, como a Guerra dos Emboabas, que opõe mineradores paulistas e comerciantes portugueses e brasileiros, e a Revolta de Vila Rica, em reação à política fiscal de Portugal. Em meados do século XVIII, a mineração está no auge da capacidade produtiva e a sociedade mineira vive o esplendor do barroco. Logo começa o declínio, provocado pelo esgotamento dos veios e pela pesada tributação. Em 1789, a capitania deve à Coroa perto de 400 arrobas de ouro, ou aproximadamente 6 t, em quintos atrasados. Esse excesso de imposto alimenta movimentos favoráveis à independência, como a Inconfidência Mineira, na qual se destaca a figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

            Após a independência, Minas começa a recuperar-se graças à expansão cafeeira, sobretudo no sudoeste e em áreas vizinhas ao Vale do Paraíba. A província participa ativamente da vida política do império. Junto com Rio de Janeiro e São Paulo, forma o núcleo do poder e a base de apoio do governo central contra as revoltas provinciais durante a Regência. Na república, a força e o prestígio político da oligarquia mineira estão presentes na política do café-com-leite com os paulistas, com os quais se reveza na Presidência. E, quando essa aliança é rompida por São Paulo, pressionado pela crise do café, Minas reage aderindo à Revolução de 1930, que põe fim à República Velha.

Participação política - Sempre dividido entre dois partidos tradicionais - Liberal e Conservador, no império, e Partido Social Democrático (PSD) e União Democrática Nacional (UDN), na república -, o estado continua a intervir na vida política do Brasil. Há o Manifesto dos Mineiros de 1943 contra o Estado Novo, a eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência da República em 1955 e o apoio ao golpe de 1964. Até a década de 60, porém, Minas Gerais permanece num plano secundário em relação ao desenvolvimento industrial do país, mantendo-se como grande fornecedor de insumos - como minérios, energia elétrica, produtos siderúrgicos, químicos e agropecuários - a outros centros.

            A partir dos anos 70, com os incentivos fiscais dos governos federal e estadual, Minas amplia e diversifica sua base industrial, sobretudo nos setores têxtil, químico, mecânico-metalúrgico e agroindustrial. É criado também um pólo automobilístico na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essa crescente industrialização reduz o setor primário, provocando êxodo rural e grande aumento da população urbana.

            Com quase todo o território localizado em planaltos, Minas Gerais tem uma paisagem marcada por montanhas, vales e grutas. Sua principal atração turística é o patrimônio de arquitetura e arte colonial conservado em cidades históricas como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Sabará, São João del Rey e Diamantina, que prosperaram em virtude da extração de ouro no século XVIII. Em 1999, Diamantina é tombada pela Unesco como patrimônio histórico da humanidade e torna-se a segunda cidade mineira a integrar a relação da instituição. A primeira, Ouro Preto, foi tombada em 1980. No sul, os pontos turísticos são as estâncias hidrominerais, como Caxambu, Cambuquira, Lambari, São Lourenço e Poços de Caldas .

            Maior estado do Sudeste e principal produtor de café e leite do país, Minas torna-se nos últimos anos o segundo estado brasileiro mais industrializado, atrás apenas de São Paulo, ultrapassando o Rio de Janeiro, conforme estudo de 1999 do Ipea. Entre 1990 e 1998, cerca de 500 novas indústrias instalam-se em território mineiro, atraídas por incentivos fiscais, ampla rede de energia elétrica e facilidade de escoamento dos produtos para diversos pontos do país. O desenvolvimento industrial provoca um aumento de 5% nas exportações de Minas em 2005, que somam 13,5 bilhões de dólares. Trata-se do segundo melhor desempenho do país, atrás de São Paulo. Os produtos mais vendidos pelo estado são minério de ferro, aço, café, pedras preciosas, veículos e autopeças.



Setor automotivo - A presença de diversas montadoras de automóveis em Minas Gerais faz com que um grande número de empresas de autopeças se instale no estado. Boa parte se concentra em Betim, onde a Fiat está desde 1973. Outro pólo se desenvolve em Juiz de Fora, cidade em que, em 1999, a Mercedes-Benz inaugura uma fábrica. Porém, no final da década de 90, as taxas de crescimento começam a declinar. As montadoras estão entre as mais atingidas, o que se reflete na queda da arrecadação de ICMS para o governo, que reduz investimentos.

            O setor moveleiro, concentrado no Triângulo Mineiro, cresce nos últimos anos. Gera 30 mil empregos diretos e coloca Minas Gerais em quarto lugar na fabricação de móveis no Brasil. Outro ramo significativo é o siderúrgico, com destaque para a Usiminas, em Ipatinga. Privatizada em 1997, ela se beneficia do fato de Minas Gerais responder por 75% da produção brasileira de minério de ferro. Outros minerais explorados em território mineiro são ouro, cimento, aço, ferro-liga, zinco, fosfato.



Café e leite - Minas mantém a liderança nacional na agropecuária, que ocupa quase 70% da área estadual e concentra-se sobretudo no sul, no sudeste e no Triângulo Mineiro. O estado produz metade da safra brasileira de café, é o segundo maior produtor de feijão do Brasil, atrás do Paraná, e o terceiro de milho. A cultura de algodão, favorecida pelo aumento da cotação do produto, está substituindo o plantio de arroz. Produtor da maior safra nacional de frutas, Minas destaca-se no cultivo de abacaxi: 27,75% do total do país é obtido no estado.

            Dono do rebanho bovino mais numeroso do Brasil depois de Mato Grosso do Sul, Minas é líder na produção de leite, com 6 bilhões de litros por ano, 27,5% do total brasileiro, e o quarto colocado na de carne, com 606 mil t. O estado responde por 10% da produção nacional de ovos e de carne de frango.



Desequilíbrio norte-sul - Minas Gerais ainda não conseguiu resolver o desequilíbrio social e econômico entre suas regiões. Enquanto o sul concentra as indústrias e grande parte da atividade agrícola, o norte, castigado pela seca, é uma da área bastante pobre em sua maioria. Para atender os 3 milhões de habitantes dos mais de 200 municípios ali localizados, o governo cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Pequenas Comunidades do Norte e Nordeste de Minas. Iniciado em 1999, o programa está identificando as carências sociais da população local com o objetivo de implantar agroindústrias associadas à produção comunitária.

A ORIGEM DO "UAI"                     

            O leitor e amigo Saulo Santiago, de Brasília, DF, traz interessante contribuição ao nosso site: O berço da expressão popular dos mineiros, "UAI". Segundo o odontólogo Dr. Sílvio Carneiro e a professora Dorália Galesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek que os incentivou a pesquisar a origem. Depois de exaustiva busca nos anais da Arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do Estado de Minas Gerais, Dorália encontrou explicação provavelmente confiável.

            Os Inconfidentes Mineiros, patriotas mas considerados subversivos pela Coroa Portuguesa, comunicavam-se através de senhas, para se protegerem da polícia lusitana. Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da Maçonaria nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam: - Quem é ? E os de fora respondiam : "UAI" - as iniciais de União, Amor e Independência. Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes.

            Conjurada a revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre as gentes das Alterosas. Os mineiros assumiram a simpática palavrinha e, a partir de então, a incorporaram ao vocabulário quotidiano, quase tão indispensável como tutu e trem. Uai, sô ...



"Esta matéria foi publicada no Jornal "Correio Braziliense", de Brasília-DF"

MINAS  GERAIS  É  ASSIM

                         Fiquei com saudade de um mundo que perdi (por culpa própria): o mundo do tempo comprido, arrastado (os paulistas ficam aflitos ouvindo a fala vagarosa e cantada dos mineiros....); dos móveis feitos a golpes de enxó, orgulhosos de sua rusticidade; das crianças de pés descalços na enxurrada; do cheiro dos cavalos suados; do frango com quiabo, angu e pimenta; do caldo de “ora-pro-nobis” com fubá; do café na canequinha de folha; da cadeira de vime à porta de casa; na rua, meninada brincando; meu pai fumando cachimbo; do banho de cachoeira; sobretudo, saudades do Mar de Minas.

                        O Mar de Minas não é no mar
                        O Mar de Minas é no céu 
                        Pro mundo olhar para cima e navegar 
                        Sem nunca ter um porto aonde chegar..... 

                        Que coisa mais louca: uma “Maria Fumaça” resfolegando e apitando sob o mar infinito.



                         Minas Gerais é assim: mistério........

Por: Rubem Alves / Cenas da vida.

Cidades Brasileiras
   Belo Horizonte - MG

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Belo Horizonte e sua história (Apresentação em PowerPoint - 1,19 Mb)
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            Belo Horizonte é a moderna capital de Minas Gerais, 5ª mais populosa cidade brasileira (3ª se considerada a área metropolitana), segundo estimativas do IBGE de 2007. Os dados da capital mineira são os seguintes:

Habitante (naturalidade): belo-horizontino
Data de fundação: 12.12.1897
Área: 330,95 km²
Limites: Ribeirão das Neves (Norte e Noroeste), Santa Luzia (Norte e Nordeste), Sabará (Leste), Nova Lima (Sul e Sudeste), Ibirité (Sudoeste) e Contagem (Noroeste e Oeste).
Altitude média: 858,3 metros
DDD nacional: 31
Distância de Brasília: 716 km pela BR-040
População: 2.375.444 (2010)
Área Metropolitana: 4.885.000 (2006)
População urbana: 93,27% (2006)
População rural: 6,73% (2006)
Domicílio particulares: 628.334 (2001)
Empresas registradas: 116.613 (2003)
Automóveis: 626.577 (2004)
Jornais diários: 06 (2001)
Bibliotecas públicas: 09 (2003)
Museus: 08 (2003)
Teatros e casas de shows: 22 (2003)
Cinemas: 21 (2001)
Estabelecimentos de ensino pré-escolar: 777 (2005); Estabelecimentos de ensino fundamental: 595 (2005); Estabelecimentos de ensino médio: 258 (2005); Professores no ensino pré-escolar: 2.580 (2005); Professores no ensino fundamental: 19.554 (2005); Professores no ensino médio: 7.535 (2005); Professores no ensino superior: 10.375 (2004); Taxa de alfabetização: 95,7% (2001); Estabelecimentos de saúde: 1.032, sendo 825 privados (2002); Leitos hospitalares: 9.209, sendo 5.933 disponíveis ao SUS (2003); Nascidos vivos em 2002: 42.561; N° de seções eleitorais: 3.516 (2002); N° de eleitores: 1.680.169 (2006); Agências bancárias: 368 (2003); Receitas orçamentárias realizadas: R$ 2.587.158.202,00 (2003); Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM: R$ 129.309.691,50 (2003); PIB: R$ 18.622.989.000,00 (2002) + 9,24% em relação a 2001; Arrecadação com impostos em 2001: R$ 3.440.687.000,00; e Renda per capita aproximada: R$ 7.800,00 (2006).


História:

            A Cidade de Minas, futura Belo Horizonte, nasceu nos primeiros anos do regime republicano, quando setores da elite agro-exportadora assumiram o poder político. Em Minas, grupos emergentes ligados à cafeicultura da Zona da Mata e Sul de Minas, assumiram a bandeira da mudança da capital, contra os interesses consolidados na região mineradora, em processo de estagnação e decadência econômica. A escolha do Arraial do Curral Del Rei foi uma solução de compromisso entre os dois grupos da elite mineira.

            Os representantes da região mineradora não queriam a mudança, enquanto as novas forças políticas pugnavam pela transferência para a Várzea do Marçal, na Zona da Mata. Os sulinos ameaçavam até mesmo com o separatismo. O impasse foi resolvido com a escolha do Curral Del Rei, pelo Presidente Afonso Pena. 

            Belo Horizonte, cidade planejada e construída pelas elites do Estado para ser a capital política e administrativa, foi concebida sob a égide da ideologia republicana. Seu planejamento, fortemente influenciado pelas idéias positivistas, dentro do paradigma de modernidade da época, buscava controlar, através da concepção urbanística, as instâncias política e privada da população.

            Logo após a instalação e a mudança para a nova capital, começaram a surgir as primeiras indústrias, mas logo veio o problema energético e a Primeira Guerra Mundial, causando crise e recessão. Mas a partir da década de 20 a cidade experimentou grande crescimento e progresso.             

           Entretanto, a zona industrial no bairro do Barro Preto, dentro da área urbana da cidade, não comportava a instalação de indústrias pesadas, devido às limitações de espaço e a proximidade com o centro. A instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ), foi uma grande frustração para os mineiros, cada vez mais conscientes da necessidade de garantir para Minas Gerais os benefícios da indústria extrativa, para qual o estado foi historicamente vocacionado. 

            Novamente o governo do estado atuou, objetivando impulsionar o desenvolvimento e consolidar Belo Horizonte como o principal pólo do estado, assinando o Decreto n° 770, de 20 de Março de 1941, que criou a Cidade Industrial, no município de Ferrugem, município de Contagem. Embora tenha demorado a se consolidar, a Cidade Industrial representou um marco fundamental do processo de industrialização de Belo Horizonte e, Contagem fica localizada na área metropolitana da capital.

            Posteriormente veio o governo de Juscelino Kubitscheck, que em 1952 criou a CEMIG. O governo de Getúlio Vargas também teve importância para os belo-horizontinos ao lançar a pedra fundamental da Companhia Siderúrgica Mannesman, no bairro chamado "Barro Preto", que começaria a produzir tubos sem costura em 1956. A década de 50 é até hoje considerada a década de ouro para a industrialização da capital e do estado. Nos anos seguintes, o capital estrangeiro investiu em peso no estado, fechando muitas indústrias e empresas comerciais de pequeno e médio porte, mas gerando recursos e empregos fundamentais ao crescimento sustentado da cidade.

            Uma nova transformação ocorre nos anos 70, com a chegada de grandes empresas multinacionais de bens de capital e com a instalação da fábrica italiana de automóveis FIAT, no município de Betim, na "Grande Belo Horizonte"  - a primeira montadora a se implantar no país, fora do eixo Rio-São Paulo. 



            As décadas de 80 e 90 foram marcadas por longos períodos de estagnação econômica e recessão, a população passa a exigir cada vez mais uma maior qualidade de vida e projetos que não destruam o meio-ambiente. É neste contexto, que a centenária Belo Horizonte passa a se constituir hoje, num dos mais importantes pólos industriais do país, com empresas de ponta nas áreas de confecção, calçados, informática, alimentação, aparelhos elétricos e eletrônicos, perfumaria e do turismo, com empresas de renome nacional, estruturas produtivas leves, ampla terceirização de atividades e grandes investimentos em marketing e publicidade.

            A vida noturna da cidade é de alta qualidade, dispondo de modernos sistemas de iluminação pública, telefonia e telecomunicações, se transformando no terceiro mais importante centro urbano do país, após São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de possuir somente pouco mais de 100 anos de sua fundação.       

- B R A S I L -
Região Centro-Oeste

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Mato Grosso do Sul - Clique aqui


Área total: 1.612.077,2 km²
População (2000): 11.616.742 habitantes
Densidade demográfica (2000): 7,20 hab/km²
Maiores cidades (Habitantes/2000): Brasília (2.043.169); Goiânia (1.090.737); Campo Grande (662.534); Cuiabá (483.044); Aparecida de Goiânia-GO (335.849); Anápolis-GO (287.666).

Relevo:

            A região Centro-Oeste engloba os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. O relevo da região, localizada no planalto central, caracteriza-se por terrenos antigos e aplainados pela erosão, que originaram chapadões. A oeste do estado de Mato Grosso do Sul e a sudoeste de Mato Grosso, encontra-se a depressão do Pantanal Mato-Grossense, cortada pelo Rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano.



Clima, vegetação e recursos minerais:

            O clima da região é tropical semi-umido, com frequentes chuvas de verão. A vegetação, de cerrado nos planaltos, é variada no Pantanal. No sudoeste de Goiás e no oeste de Mato Grosso do Sul, o solo é fértil, em contraste com a aridez do nordeste goiano. Os recursos minerais mais importantes são calcário (em Goiás e Mato Grosso), água mineral, cobre, amianto (no norte goiano), níquel e ferro-nióbio (em Goiás). O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, muito utilizado na indústria automobilística. Em Mato Grosso, aumenta a exploração da madeira, cuja retirada predatória cria um dos mais graves problemas ambientais do estado.



Meio ambiente:

            No início da década de 90, restavam apenas 20% (vinte por cento) da vegetação original dos cerrados. Em Goiás, as práticas ambientais agressivas adotadas pela agropecuária, esgotam os mananciais e destroem o solo. No nordeste de Goiás e Mato Grosso, há constante desertificação, ocasionada pelo desmatamento sem controle. Entre 1998 e 2000 (três anos), quase 900 mil hectares de floresta são derrubados.



Turismo:

            O turismo vem se desenvolvendo rapidamente no Centro-Oeste, atraindo visitantes de várias partes do mundo. A região mais conhecida é o Pantanal Mato-Grossense. Trata-se da maior bacia inundável do mundo, com vegetação variada e fauna muito rica. Outros pontos de interesse são as chapadas, como a dos Guimarães, em Mato Grosso, e a dos Veadeiros, em Goiás. No sudeste goiano, a atração é o Parque Nacional das Emas. Há ainda Brasília, fundada em 1960 e caracterizada pela moderna arquitetura e que hoje é uma das maiores cidades brasileiras - "Patrôminio da Humanidade".

            As cidades históricas goianas de Pirenópolis e Goiás (ex-capital do estado de Goiás), preservam casários e igrejas do período colonial, com mais de 200 anos, possuindo boa rede hoteleira.

Economia:

            E economia da região, baseou-se inicialmente, da exploração de garimpos de ouro e diamantes, sendo posteriormente substituídas pela pecuária. A transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília e a construção de novas vias de acesso, aceleraram o povoamento, contribuindo para o seu desenvolvimento.

            A economia do Centro-Oeste, cresce em um ritmo semelhante ao do país. Isso faz com que a região tenha, desde 1991, uma participação de 7,2% no PIB brasileiro, segundo o IPEA (acima de US$ 40 bilhões em 1999).

            A agroindústria é o setor mais importante da economia da região. Ela é a maior produtora de soja, sorgo, algodão em pluma e girassol. Responde pela segunda maior produção de arroz e pela terceira maior produção de milho do país. O Centro-Oeste possui também o maior rebanho bovino do país, com cerca de 56 milhões de cabeças, principalmente em Mato Grosso do Sul.

            As indústrias são principalmente do setor de alimentos e de produtos como adubos, fertilizantes e rações, além de frigoríficos e abatedouros. As maiores reservas de manganês do país estão localizadas no maciço do Urucum, no Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco exploradas.

Urbanização:

            A região Centro-Oeste vive intenso  processo de urbanização. Na década de 70, a população rural representava cerca de 60% do total de habitantes. Em apenas dez anos, o percentual caiu para 32%, até atingir 15,6% em 1996 (cerca de 84,4% de população urbana). Essa progressão se dá não só pelo êxodo rural, mas pelo aumento do fluxo migratório de outros estados brasileiros para os centros urbanos do Centro-Oeste.

            Consequência direta dos programas de mecanização da agricultura, a migração do campo, modifica a distribuição demográfica da região. A nova configuração exige dos estados, investimentos em infra-estrutura urbana e serviços. A mobilização, contudo é insuficiente. Atualmente a região registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira. Uma exceção é o Distrito Federal, detentor das melhores taxas de escolaridade e da mais elevada renda per capita, da quantidade de veículos e telefones por habitante, de todo o país.

População e transportes:

            Os principais centros urbanos da região são Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Dourados e Anápolis. O estado de Goiás possui a segunda melhor e mais conservada malha rodoviária do país, apenas atrás de São Paulo. O aeroporto internacional de Brasília, possui tráfego intenso e fica apenas atrás dos de São Paulo e Rio de Janeiro. O Aeroporto de Santa Genoveva (Goiânia) e os de Campo Grande e Cuiabá possui razoável infra-estrutura e movimento pequeno. Existe um razoável movimento de cargas fluviais nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.





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- O Cerrado Brasileiro -

             É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade . 

            Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.


Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.

Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.





Área total:
aprox: 2.100.000 km2
com ação antrópica: 700.000 km2






Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.




A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.



Saiba mais sobre o Cerrado Brasileiro:

Cerrado - Clima e Relevo
Cerrado - Código Florestal
Cerrado - Conservação
Cerrado - Fauna e Flora
Cerrado - Legislação
Cerrado - Leis de Crimes Ambientais
Cerrado - Tipos de Cerrado
Cerrado - Vegetação



Caracterização do Cerrado

            A província do cerrado, como denominada por EITEN, englobando 1/3 da biota brasileira e 5% da flora e fauna mundiais.É caracterizada por uma vegetação savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos e árvores esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos, caracterizados pela heterogeneidade de sua distribuição.


 
            Muitos autores aceitam a hipótese do oligotrofismo distrófico para formação do Cerrado, sua vegetação com marcantes característica adaptativas a ambientes áridos, folhas largas, espessas e pilosas, caule extremamente suberizado, etc. Contudo apesar de sua aparência xeromórfica, a vegetação do cerrado situa-se em regiões com precipitação média anula de 1500 mm, estações bem definidas, em média com 6 meses de seca, solos extremamente ácidos, profundos, com deficiência nutricional e alto teor de alumínio.

            Segundo EITEN os  tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e subsurpeficial. Os principais tipos de vegetação são:



TIPOS DE INTERFLÚVIO

            Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares  arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.

            Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação.

            Campo rupestre - encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada.

            Campos litossólicos miscelâneos - são caracterizados pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se deparar com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa.

            Vegetação de afloramento de rocha maciça - representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos.



TIPOS ASSOCIADOS A CURSOS D'ÁGUA

            Florestas de galerias e florestas de encosta associadas -  são tipos de vegetação que ocorrem de modo adjacente, estão associados a proximidade do lençol freático da superfície do solo. Assim como as florestas mesofíticas, constituem um tipo florestal, contudo estão situadas sob solos mais férteis e com maior disponibilidade hídrica, o que lhes atribui uma característica mais densa.

            Buritizais e veredas - ocorrem nos fundos vales em áreas inundadas, inviáveis para o desenvolvimento das florestas de galerias. São caracterizados pela presença dos denominados "brejos" e a ocorrência de agrupamento de exemplares de buriti (Mauritia vinifera M.), nas áreas mais úmidas, e babaçu (Orbignya barbosiana B) e carnaúba (Copernicia prunifera M), em éreas mais secas.

            Campo úmido - caracterizado por um campo limpo, com raras espécimes arbóreas,  que permanece encharcado durante a época chuvosa e ressecado na estação seca, ou no final desta, em geral constitui uma área de transição que separa a floresta de galeria ou vereda do cerrado de interflúvio.



Distribuição do cerrado

            O cerrado é a segunda maior região biogeográfica do Brasil, se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares (4), englobando 12 estados. Sua área "core", ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal.

            Prolongações da área "core" do cerrado, denominadas áreas marginais, estendem-se, em direção ao norte do país, alcançando a região centro-sul do Maranhão e norte do Piauí, para oeste, até Rondônia, existem ainda fragmentos desta vegetação, formando as áreas disjuntas do cerrado, que ocupam 1/5 do estado de São Paulo, e os estados de Rondônia e Amapá.

            Podem ser encontradas ainda manchas de Cerrado incrustadas na região da caatinga, floresta atlântica e floresta amazônica.

            Devido a sua localização, o cerrado, compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros (floresta amazônica, caatinga e floresta atlântica). devido a esse fato possui uma biodiversidade comparável a da floresta amazônica. Contudo devido ao alto grau de endemismo, cerca de 45% de suas espécies são exclusivas de algumas regiões (4), e a ocupação desordenada e destrutiva de sua área o cerrado é hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do "desenvolvimento".

- Cerrado -
Clima e Relevo

            O clima predominante no Domínio do Cerrado é o Tropical sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual fica em torno de 22-23ºC, sendo que as médias mensais apresentam pequena estacionalidade. As máximas absolutas mensais não variam muito ao longo dos meses do ano, podendo chegar a mais de 40ºC. Já as mínimas absolutas mensais variam bastante, atingindo valores próximos ou até abaixo de zero, nos meses de maio, junho e julho. A ocorrência de geadas no Domínio do Cerrado não é fato incomum, ao menos em sua porção austral.

            Em geral, a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm. Ao contrário da temperatura, a precipitação média mensal apresenta uma grande estacionalidade, concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), que é a estação chuvosa. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer em meio a esta estação, criando sérios problemas para a agricultura. No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.

            Disto resulta uma estação seca de 3 a 5 meses de duração. No início deste período a ocorrência de nevoeiros é comum nas primeiras horas das manhãs, formando-se grande quantidade de orvalho sobre as plantas e umidecendo o solo. Já no período da tarde os índices de umidade relativa do ar caem bastante, podendo baixar a valores próximos a 15%, principalmente nos meses de julho e agosto.

            Água parece não ser um fator limitante para a vegetação do cerrado, particularmente para o seu estrato arbóreo-arbustivo. Como estas plantas possuem raízes pivotantes profundas, que chegam a 10, 15, 20 metros de profundidade, atingindo camadas de solo permanentemente úmidas, mesmo na sêca, elas dispõem sempre de algum abastecimento hídrico. No período de estiagem, o solo se desseca realmente, mas apenas em sua parte superficial ( 1,5 a 2 metros de profundidade). Consequência disto é a deficiência hídrica apresentada pelo estrato herbáceo-subarbustivo, cuja parte epigéia se desseca e morre, embora suas partes hipogéias se mantenham vivas, resistindo sob a terra às agruras da sêca. Vários experimentos já demonstraram que, mesmo durante a sêca, as folhas das árvores perdem razoáveis quantidades de água por transpiração, evidenciando sua disponibilidade nas camadas profundas do solo. Muitas espécies arbóreas de cerrado florescem em plena estação seca como o ipê-amarelo, demonstrando o mesmo fato. A maior evidência de que água não é o fator limitante do crescimento e produção do estrato arbóreo-arbustivo do cerrado é o fato de aí encontrarmos extensas plantações de Eucalyptus, crescendo e produzindo plenamente, sem necessidade de irrigação. Outras espécies cultivadas em cerrado, como mangueiras, abacateiros, cana-de-açúcar, laranjeiras etc, fazem o mesmo. A termoperiodicidade diária e estacional parece ser um fator de certa importância para a vegetação do cerrado, particularmente para o estrato herbáceo-subarbustivo. Geadas, todavia, prejudicam bastante as plantas matando suas folhas, que logo secam e caem, aumentando em muito a serapilheira e o risco de incêndios.

            Ventos fortes e constantes não são uma característica geral do Domínio do Cerrado. Normalmente a atmosfera é calma e o ar fica muitas vezes quase parado. Em agosto costumam ocorrer algumas ventanias, levantando poeira e cinzas de queimadas a grandes alturas, através de redemoinhos que se podem ver de longe. Às vezes elas podem ser tão fortes que até mesmo grossos galhos são arrancados das árvores e atirados à distância.

            A radiação solar no Domínio do Cerrado é geralmente bastante intensa, podendo reduzir-se devido à alta nebulosidade, nos meses excessivamente chuvosos do verão. Por esta possível razão, em certos anos, outubro costuma ser mais quente do que dezembro ou janeiro. Como o inverno é seco, quase sem nuvens, e as latitudes são relativamente pequenas, a radiação solar nesta época também é intensa, aquecendo bem as horas do meio do dia. Em agosto-setembro esta intensidade pode reduzir-se um pouco em virtude da abundância de névoa seca produzida pelos incêndios e queimadas da vegetação, tão freqüentes neste período do ano.

            Por estas características de clima, o Domínio do Cerrado faz parte do Zonobioma II, na classificação de Heinrich Walter.

            O relevo do Domínio do Cerrado é em geral bastante plano ou suavemente ondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Cerca de 50% de sua área situa-se em altitudes que ficam entre 300 e 600 m acima do nível do mar; apenas 5,5% vão além de 900m. As maiores elevações são o Pico do Itacolomi (1797 m) na Serra do Espinhaço, o Pico do Sol (2070 m) na Serra do Caraça e a Chapada dos Veadeiros, que pode atingir 1676 m. O bioma do Cerrado não ultrapassa, em geral, os 1100 m. Acima disto, principalmente em terrenos quartzíticos, costumamos encontrar os Campos Rupestres, já característicos de um Orobioma. Ao contrário das Matas Galeria, Veredas e Varjões, que ocupam os fundos úmidos dos vales, o Cerrado situa-se nos interflúvios. Aqui vamos encontrar, também, manchas mais ou menos extensas de matas mesófilas sempre-verdes, semi-caducifólias ou caducifólias, que já ocuparam áreas bem maiores que as atuais, mas que foram reduzidas a relictos pelo homem, devido à boa qualidade das terras e à riqueza em madeiras-de-lei. O Mato-Grosso-de-Goiás, hoje completamente devastado e substituído pela agricultura foi um bom exemplo destas matas de interflúvio.

            Originando-se de espessas camadas de sedimentos que datam do Terciário, os solos do Bioma do Cerrado são geralmente profundos, azonados, de cor vermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeáveis, bem drenados e, por isto, intensamente lixiviados. Em sua textura predomina, em geral, a fração areia, vindo em seguida a argila e por último o silte. Eles são, portanto, predominantemente arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou, eventualmente, argilosos. Sua capacidade de retenção de água é relativamente baixa.

            O teor de matéria orgânica destes solos é pequeno, ficando geralmente entre 3 e 5%. Como o clima é sazonal, com um longo período de seca, a decomposição do húmus é lenta. Sua microflora e micro/mesofauna são ainda muito pouco conhecidas. Todavia, acreditamos que elas devam ser bem características ou típicas, o que, talvez, nos permitisse falar em "solo de cerrado" e não apenas em "solo sob cerrado", como preferem alguns. Afinal, a flora e a fauna de um solo são partes integrantes dele e deveriam permitir distingüí-lo de outros tantos solos, física ou quimicamente similares.

            Quanto às suas características químicas, eles são bastante ácidos, com pH que pode variar de menos de 4 a pouco mais de 5. Esta forte acidez é devida em boa parte aos altos níveis de Al3+, o que os torna aluminotóxicos para a maioria das plantas agrícolas. Níveis elevados de ions Fe e de Mn também contribuem para a sua toxidez. Baixa capacidade de troca catiônica, baixa soma de bases e alta saturação por Al3+, caracterizam estes solos profundamente distróficos e, por isto, impróprios para a agricultura. Correção do pH pela calagem (aplicação de calcário, de preferência o calcário dolomítico, que é um carbonato de cálcio e magnésio) e adubação, tanto com macro quanto com micronutrientes, podem torná-los férteis e produtivos, seja para a cultura de grãos ou de frutíferas. Isto é o que se faz em nossa grande região produtora de soja, situada, como se sabe, em solos de Cerrado de Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, etc. Além da soja, outros grãos como milho, sorgo, feijão, e frutíferas como manga, abacate, abacaxi, laranja etc, são também cultivados com sucesso. Com a calagem e a adubação, os cerrados tornaram-se a grande área de expansão agrícola de nosso país nas últimas décadas. A pecuária também se expandiu com o cultivo de gramíneas africanas introduzidas, de alta produção e palatabilidade, como a braquiária, por exemplo.

Em parte dos Cerrados, o solo pode apresentar concreções ferruginosas - canga - formando couraças, carapaças ou bancadas lateríticas, que dificultam a penetração da água de chuva ou das raízes, podendo às vezes impedir ou dificultar o desenvolvimento de uma vegetação mais exuberante e a própria agricultura. Quando tais couraças são espessas e contínuas, vamos encontrar sobre estas superfícies formas mais pobres e mais abertas de Cerrado. Que porcentagem dos solos apresenta este tipo de impedimento físico não sabemos, embora ela deva ser significativa.

            Quando pastagens nativas de cerrado são sobrepastejadas, o solo fica muito exposto e é facilmente erodido. Devido às suas características texturais e estruturais ele é também frequentemente sujeito à formação de enormes voçorocas. Estas características dos solos do Bioma do Cerrado permitem-nos considerá-lo como um Pedobioma, do Zonobioma II de Heinrich Walter.



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Código Florestal
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