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Centro espírita nosso lar grupo de estudo das obras de andré luiz e manoel philomeno de miranda


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(FONTE: 2a PARTE, CAPÍTULOS VIII a X.)
1. A conversa com Gilberto deixa Cláudio intrigado - Gilberto se modificou perante a brandura inesperada com que Cláudio o tratou. Pa­recia-lhe ouvir um outro Nogueira, mais velho, mais amigo... E perce­beu que Cláudio lhe falava em tom de lágrimas, agradecendo-lhe o apreço. Terminada a conversa ao telefone, Cláudio pediu ao rapaz o nú­mero do telefone de Márcia e confiou-se à meditação. Pelo tom da con­versa, notara que Gilberto se alterara de todo e em tudo o que falara media as frases. Sem dúvida, o rapaz estava desencantado. Mas, que te­ria ele desejado dizer com aquelas duas palavras "certas coisas"? Com certeza, algo de muito grave ocorrera. Deduziu então que Marina fora apanhada em algum flagrante desagradável, baqueando e caindo em abati­mento devido a isso. Pensou, assim, na filha e compadeceu-se, porque sabia agora que a obsessão provocava tragédias. Depois de muito pen­sar, telefonou para Márcia, que lhe comunicou estar descansando junto de pessoas amigas, em Petrópolis. Ciente da morte de Marita, ela con­fessou-se aliviada, pois não a desejava sobrevivendo ao desastre, de­formada como a vira. Cláudio percebeu, pela inflexão de voz da esposa, que ela se encontrava num dia amargo. Sarcasmo e irritação eram evi­dentes em sua fala. Cláudio esclareceu que não queria interromper-lhe a excursão, mas estava preocupado com Marina. Se possível, ensinasse-lhe o melhor meio de visitá-la com urgência, informando o nome do mé­dico que a assistia. Márcia pediu um tempo e, passados alguns minutos, retornou dizendo que estaria no Rio, na manhã seguinte, para conversa­rem. (2a parte, cap. VIII, pp. 253 e 254)
2. Cláudio convida Márcia à renovação - O encontro ocorreu no dia seguinte, logo de manhã. Márcia estava sorridente e muito bem vestida. A aparência física não escondia, porém, as larvas que a carcomiam, visto que Márcia jazia assessorada por pequena corte de vampirizadores desencarnados que lhe alteravam a cabeça. A mãe de Marina estava irre­conhecível. Metalizara-se-lhe a voz. Seu olhar fizera-se mais frio. Cláudio assustou-se. Afinal, padeciam em casa a provação de uma filha morta e outra enferma... De que maneira Márcia se amoldava a uma ex­cursão assim festiva? Recordou, então, Gilberto e a alusão a "certas coisas" e ficou a cismar. Márcia sentou-se e, indagada por Marina, sintetizou -- evidentemente interessada em outros problemas -- a his­tória da enfermidade, indicando o médico que respondia pelo caso. Em seguida, relatou que a filha estava tendo todo o conforto necessário, enfatizando a generosidade de Nemésio Torres, que não calculava sacri­fícios para que lhe sobejasse assistência. Sugeriu, por fim, a idéia de transferir Marina para um sanatório em São Paulo, onde estagiasse, no tratamento devido, por alguns meses. Bastava que ele, Cláudio, con­cordasse. Nemésio, em sinal de gratidão pelos serviços prestados pela moça, custearia todas as despesas. Cláudio não recusou a ajuda, mor­mente agora que os cuidados com Marita lhe haviam esgotado as reser­vas, mas argumentou que não lhes seria lícito abandonar a filha con­turbada, que reclamava deles carinho, dedicação. E, após enfileirar judiciosos apontamentos, que Márcia recebia, contrafeita, levantou para ela os olhos súplices, convidando-a a abraçar, junto dele, uma existência nova. Falou-lhe então da transformação que experimentara nas últimas semanas. Declarou-se espírita-cristão. Sentia-se outro ho­mem. Aspirava, agora, à bênção do lar, à tranqüilidade da família... Comprometia-se a adotar conduta reta, ser-lhe-ia companheiro leal. Não a constrangeria a aceitar-lhe as idéias; mas, desejava mostrar-lhe quanto a amava... (2a parte, cap. VIII, pp. 255 e 256)

3. Márcia diz que entre ambos tudo acabou - Cláudio contou à es­posa que vinha orando, desde a véspera, rogando a Jesus o inspirasse, no sentido de revelar-se a ela, abertamente, para que ela lhe perdo­asse e o compreendesse... Concedia-lhes Deus o futuro à frente. Peni­tenciar-se-ia quanto aos erros cometidos; dispunha-se a testemunhar-lhe fidelidade, afeição... Márcia, porém, aprumou-se de um salto, pôs as mãos na cintura e, numa risada de escárnio, zombeteou: "Sim, se­nhor! O diabo, depois de velho, se fez ermitão!... sempre a mesma his­tória!..." E aditou, com ar de troça: "Era só o que faltava! Você es­pírita!... Eu logo vi!... Juro que no hospital você já estava nessa baboseira. Aquele jeito de conversar, quando Nemésio e eu fomos lá, aquele modo de tratar Marita!... Ora, ora!... quem teria hipnotizado você dessa forma?!..." Francamente ofendido, Cláudio perguntou-lhe se ela conhecia o Espiritismo. Márcia respondeu, irônica: "Perfeitamente, conheço sim! Quando Aracélia morreu, andei conversando nisso com ami­gas e acabei desistindo". "Os espíritas me parecem cães querendo sen­tar na poltrona da falsa virtude. Asneira deles! Temos de rolar é no chão mesmo..." Cláudio replicou dizendo não pensar assim. "Pois se você pensa de maneira diversa e se é verdade tudo o que você me falou -- continuou Márcia --, é pena que a mudança chegue tão tarde!... Venho de Petrópolis, justamente para dizer a você que entre nós tudo está acabado... Agora, meu velho, faça a sua vida, que eu vou me arran­jar..." Cláudio escutou-a, muito triste, e, recordando os textos lidos no hospital, concluiu que aquele matrimônio destruído era obra dele mesmo. Recolhia agora apenas o que semeara. Uma filha morta, ou­tra doente e a esposa obsessa. Mas, num átimo, o "homem velho" desper­tou e lhe veio a idéia do revide. Não estava habili­tado a receber tanta injúria sem revolta. Indignou-se. Quis esbrave­jar, reagir, es­pancá-la... Entretanto, ao querer deslocar a destra, a fim de agredi-la, a noção de responsabilidade acordou-se-lhe, de re­pente.. Cláudio recordou, então, o hospital e reviu na imaginação a pequena mão gelada de Marita que o saudava, num gesto de perdão, no momento de adeus... (2a parte, cap. VIII, pp. 257 e 258)


4. Cláudio visita a filha - Ao lembrar-se de Marita, súbita calma lhe to­mou o coração e ele entrou em lágrimas copiosas... Márcia diver­tiu-se. Destacou que não faria falta a um marido que se efeminara, tornando-se poltrão e choramingueiro, e afirmou que, mediante aquele espetáculo de covardia, estava decidida a não contar com Marina re­feita. Tomaria atitude. Nada mais tinha a ver com aquela casa. Dizendo que mandaria buscar depois os seus pertences, estrondou a porta, voci­ferando, colérica, sem dizer nem mais uma palavra ao esposo, que perma­neceu na sala, esmagado de sofrimento. Cláudio, após refazer as forças, procurou Salomão, em sua farmácia em Copacabana, de onde tele­fonou ao médico que a esposa nomeara. O especia­lista foi cortês. Cláu­dio poderia ver Marina no dia seguinte. Ciente do caso da jovem, Salo­mão prometeu ajudá-la, in­formando possuir diversos companheiros dedi­cados à desobsessão. Em se­guida, vendo que Cláudio estava desesperado, procurou confortá-lo, permutando confidências, projetos, esperanças. Partilhariam atividades espirituais, seriam irmãos no trabalho. Cláu­dio retornou ao Flamengo, aliviado, e no dia seguinte visitou a filha, que encontrou sob forte depressão. Emagrecera. Desfigurara-se. Seus olhos revelavam uma alma incendiada de angústia. Moreira, já a postos, esmerava-se por fazer o que prometera a Félix. A moça abraçou-se ao pai numa explosão de lágrimas e perguntou pela mãe. Por que não viera? Por que a desprezava? Empenhou-se Cláudio em acalmá-la e fê-lo de tal modo que a menina, espantada, cobrou mais ampla lucidez. O pai diri­giu-se a ela num tom que nunca ouvira e lhe falou, então, que fora iniciado nos júbilos da prece, desde o acidente que lhe arrebatara Ma­rita, de cuja desencarnação a inteirou com afetuosa cautela. Escla­recendo que lhe transmitiria oportunamente as instruções recebidas de amigos, acerca da reencarnação, do sofrimento reparador, da obsessão e do intercâmbio espiritual, pediu-lhe tivesse paciência, calma e con­fiança naqueles que a tratavam. (Cap. VIII, pp. 259 e 260)
5. Marina desabafa com o pai - Cláudio disse à filha que estava ali para alentá-la, entendê-la. Que desabafasse; nada lhe ocultasse; nada temesse. Queria vê-la robusta, feliz. Essas palavras foram ditas com tanto carinho e tanto amor, que ela se lhe aconchegou ao peito com mais devoção e, confiante no apoio paterno, confessou-lhe todo o seu envolvimento com Nemésio Torres, que se apaixonara por ela e de quem se fizera companheira. Narrou em seguida o namoro com Gilberto, que desde o primeiro encontro admitiu ser o homem com que sonhava... Reve­lou, então, sua dupla ligação com o pai e o filho, esclarecendo que a indiferença que sentia por Nemésio transformara-se depois em aversão, à medida que aumentava o amor pelo rapaz. A morte de Beatriz precipi­tara os acontecimentos. Vendo que o chefe estava positivamente deci­dido ao matrimônio, apegara-se a Gilberto com loucura, a ponto de ser surpreendida por Nemésio em situação desconcertante... Cláudio a escu­tava, compungido. Parecia que tomava contacto com os familiares pela primeira vez, em toda a vida. Machucado ainda pelas palavras de Már­cia, ignorava agora quais as feridas que mais lhe doíam na alma, se as que a insensibilidade da mulher lhe abrira no espírito, se as que lhe eram produzidas nos tecidos do coração pelos segredos da filha. Enla­çou-a, porém, com mais ternura, e Marina, encorajada, repetiu que ane­lava libertar-se de Nemésio, ansiando casar-se com Gilberto. Cláudio prometeu cooperar, destacando, no entanto, a necessidade da saúde pri­meiro. O doloroso relatório, porém, não terminara, porquanto Marina o cientificou de que, ali mesmo, quatro dias atrás, fora visitada por Nemésio, que lhe asseverara que não a cederia ao filho de modo algum e que a esperaria para as segundas núpcias, mantendo todos os compromis­sos anteriormente formulados, se ela abandonasse o rapaz, a quem, na qualidade de pai, pretendia remover para o Sul. Porque respondera cla­ramente que não renunciaria a Gilberto, Nemésio revoltara-se, amea­çando matá-la, caso o preterisse... (Cap. VIII, pp. 261 a 263)
6. Nemésio promete vingar-se - Marina chorara, suplicara compai­xão, assegurando não ter coragem de fingir por mais tempo. Amava Gil­berto, queria viver com ele e por ele... Nemésio, porém, rira, acen­tuando que ela lhe pagaria a desconsideração, que jamais lhe permiti­ria a felicidade junto daquele filho que passara a odiar e que, para humilhá-la, acintosamente, conquistara as atenções de Márcia, sem qualquer resistência, decidindo-se a levá-la para Petrópolis, em lugar dela mesma... Moreira confirmou para André essa informação, aditando que chusmas de Espíritos perturbadores, após a desencarnação de Bea­triz, lhe haviam arrebatado o marido, explorando-lhe as energias gené­sicas. Cláudio percebeu a gravidade do problema, mas reconfortou a filha, prometendo tudo fazer para que seus planos de felicidade fossem concretizados. Quando ele se retirou do hospital, André foi com Neves ao encontro de Félix. Neves encontrava-se asserenado, contente, por­quanto acompanhava o restabelecimento de Beatriz, nutrindo júbilos no­vos. Relatou então as surpresas da filha recém-chegada ao plano supe­rior, onde afeições de outros tempos e familiares queridos chegavam de longe para felicitá-la. E' que Beatriz concluíra nobre tarefa -- den­tre as muitas empresas admiráveis cuja extensão é avaliável apenas na pátria dos Espíritos --, a tarefa da renovação íntima, obtida à custa de sacrifícios ignorados. As lágrimas vertidas no silêncio e as dores anônimas lhe haviam granjeado paz e luz. Decerto não retornara alçada à glória angélica, mas, tanto quanto possível, na condição em que re­nascera, voltara triunfante. (2a parte, cap. VIII e IX, pp. 263 e 264)
7. O instituto "Almas Irmãs" - Em breve tempo, Neves e André che­gavam ao instituto "Almas Irmãs", destinado ao socorro dos irmãos ne­cessitados de reeducação sexual e que, exibindo plano extenso de cons­truções, ocupava quatro quilômetros quadrados de edifícios e arruamen­tos, parques e jardins. Inalava-se ali tranqüilidade, alegria. Rostos sorridentes os saudavam, de permeio com os semblantes circunspectos que lhes lançavam olhares de simpatia. Todas as idades ali se expres­savam nos companheiros de ambos os sexos. Neves, que já conhecia o instituto, informou que a agremiação possuía vasta dependência reser­vada a enfermos e que os verdadeiros alienados em conseqüência de alu­cinações emotivas, trazidas da Terra, permaneciam reclusos em manicô­mios, sob tratamento, sempre que apartados das falanges dementadas nas regiões tenebrosas. As entidades que os cumprimentavam, tranqüilas, pacificadas e lúcidas, remanesciam de tragédias passionais vividas in­tensamente no mundo. Belino Andrade, amigo que André não via fazia aproximadamente dez anos, avisou-os de que Félix os atenderia mais tarde, na própria residência. O amigo, depois dos cumprimentos, infor­mou-os de que eles pisavam num hospital-escola de suma importância para os candidatos à reencarnação. Os internados ou estudantes vinham, em maioria, de estâncias purgatoriais, após alijarem as conseqüências mais imediatas dos vícios e paixões aviltantes, acalentadas no plano físico. Examinados com rigor, atendiam a critério de seleção, nas pa­ragens de angústia expiatória em que se demoravam, e somente depois de julgados dignos entravam naquele pouso de refazimento para estações mais ou menos longas de estudo e meditação, pesquisando as causas e observando os efeitos das quedas de natureza afetiva em que se haviam precipitado... Depois de instruídos, todos são recambiados ao do­micílio terrestre, onde reencarnam nos ambientes em que faliram e, tanto quanto possível, nas equipes consangüíneas que lhes impuseram prejuízos ou lhes sofreram os danos. No instituto obtinham a láu­rea do conhecimento; na Terra volviam a aplicá-lo, através das dificuldades e tentações da faina material, que nos comprovam a assimilação das vir­tudes adquiridas. (Cap. IX, pp. 265 a 267)
8. Apenas 18% vencem nas lutas do mundo - Comparando as finalida­des do instituto aos centros de cultura superior existentes no mundo, Belino explicou que os Espíritos ali se rearticulam, aprendem, refa­zem, restauram, mas sempre, de modo geral, com o objetivo de retornar ao mundo, a fim de incorporarem em si mesmos o valor das lições rece­bidas. Acrescentou que, a não serem as reencarnações compulsórias, o problema do regresso requeria considerações específicas e preparações adequadas, razão pela qual muitos companheiros do "Almas Irmãs" se corporificavam na Terra com programas domésticos preestabelecidos, de maneira a hospedarem com os seus próprios recursos genésicos os cole­gas afins. Do instituto, esses colegas, que se lhes indicavam na posi­ção de filhos para o futuro, os resguardavam e defendiam, até a oca­sião em que lhes fosse possível mergulhar na carne, constituindo-se, dessa forma, famílias inteiras, em provas e edificações redentoras. Aquele hospital-escola qualificava-se, pois, na condição de posto avançado da espiritualidade construtiva, sustentando permanente con­tacto com a vida humana. Cada indivíduo reencarnado com vínculos no "Almas Irmãs" ali se encontra devidamente fichado, com todo o histó­rico do que está realizando na reencarnação obtida, no qual se lhes vê o balanço dos créditos conquistados e dos débitos contraídos. Belino referiu-se, então, a pedido de André, aos resultados de tal esforço: em 82 anos de existência do instituto -- que possuía habitualmente uma população oscilante de cinco a seis mil pessoas -- de cada 100 estu­dantes o educandário apresentava: 18 vitoriosos nos compromissos da reencarnação, 22 melhorados, 26 imperfeitamente melhorados e 34 onera­dos por dívidas lamentáveis e dolorosas. Ninguém na Terra, acrescentou o amigo, pode avaliar a expectativa, a ternura, o esforço e o sacrifí­cio com que os amigos desencarnados torcem pelo triunfo ou pelo apri­moramento pessoal dos afeiçoados em serviço no mundo, nem imaginar a desolação que lhes sacode o ânimo, quando não logram abraçá-los de volta. E' que os companheiros fracassados passam automaticamente, após a desencarnação, às zonas inferiores, onde, por vezes, se demoram por muito tempo em desequilíbrio ou devassidão, havendo ali, porém, vários casos de Espíritos que foram rematriculados depois dessas refregas. (Cap. IX, pp. 267 e 268)
9. Nas aulas o sexo é o tema central - Belino exaltou, em se­guida, os prêmios atribuídos aos vencedores. Os aprendizes que se lau­reiam, através do aproveitamento substancial dos recursos fornecidos pela organização, ali se honram com admiráveis oportunidades de tra­balho, em estâncias superiores, conforme os desejos que expressem. Le­vado a conhecer os salões de aula, onde o sexo, por tema central, me­recia o maior apreço, André encantou-se com a simpatia dos professo­res. As matérias eram professadas ali em regime de especialização. Cada faculdade atendia determinada especialidade. Sexo e amor. Sexo e matrimônio. Sexo e ma­ternidade. Sexo e estímulo. Sexo e equilíbrio. Sexo e penalogia. Sexo e evolução. E outras discriminações. As turmas de alunos eram muito numerosas, mas os assuntos "sexo e maternidade" e "sexo e penalogia" tinham a preferência geral. O primeiro reunia cen­tenas de criaturas que se endereçavam aos ajustes de lar, na Terra; o segundo enfeixava enorme quantidade de Espíritos conscientes que exa­minavam a melhor ma­neira de afligirem a si mesmos determinadas ini­bições, para se corri­girem de hábitos deprimentes no curso da reencar­nação. Muitos -- in­formou Belino -- chegam a deixar escritas nos ar­quivos da casa as sen­tenças que lavram contra si mesmos, antes de se envolverem nas pro­vações necessárias ao aperfeiçoamento que demandam. Félix, em compa­nhia do Irmão Régis, seu substituto eventual, acolheu os amigos ama­velmente. O ambiente em que os alojara ressumava simpli­cidade sem ne­gligência, conforto sem luxo. Por trás da sua poltrona, uma tela muito grande retratava nobre matrona em prece nas regiões in­feriores. A ve­nerável mulher elevava os braços para o céu e, em torno dela, magotes de Espíritos conturbados se rojavam no solo, entre con­solados e estar­recidos. Era uma lembrança de magnânima servidora do Cristo, consagrada no mundo espiritual ao socorro de co­rações mergulhados nas trevas. (Cap. IX, pp. 268 a 270)
10. O sexo no plano espiritual - A missionária, a quem Félix de­via o primeiro contacto com a verdade, oitenta anos atrás, chamava-se Irmã Damiana. O quadro, confeccionado a pedido dele próprio, não o deixava esquecer as responsabilidades e encargos de que fora inves­tido, e a lama em que um dia se afundara e de que fora arrebatado por aquela missionária engrandecida no Espaço, a serviço dos infelizes. Na seqüência da conversa, Irmão Régis falou sobre o profundo respeito de­dicado ali aos estudos do sexo, em face da desconsideração com que au­toridades da Terra habitualmente o menoscabam; e sublinhou, com humor, que os homens são contraditórios, porquanto, sempre ávidos de conser­tar uma tomada em desajuste, normalmente sonegam a Deus o direito de socorrer e reabilitar os seus filhos em desequilíbrio emotivo. Félix aproveitou o ensejo para dizer que na Espiritualidade Superior o sexo não é considerado unicamente por baliza morfológica do corpo da carne, distinguindo macho e fêmea, definição unilateral que, na Terra, ainda se faz seguir de atitudes e exigências tirânicas, herdadas do compor­tamento animal. Entre os desencarnados, a partir daqueles de evolução mediana, o sexo é categorizado por atributo divino na individualidade humana, qual ocorre com a inteligência, com o sentimento, com o racio­cínio e outras faculdades menos aplicadas nas técnicas da experiência humana. Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta. Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engendra sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres morais conseqüentes, passa a responder por dívida justa. Todo desmando sexual danificando consciências re­clama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso do raciocínio. Homem que abandone a companheira sem razão, ou mulher que assim proceda, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico no pró­prio caminho, pois ninguém prejudica a outrem sem embaraçar a si mesmo. Na Crosta, disse Félix, os temas sexuais têm sido considerados na base dos sinais físicos que diferenciam o homem da mulher, mas isso não define a realidade integral, porque, regendo esses marcos, perma­nece um Espírito imortal, com idade às vezes multimilenária, encer­rando consigo experiências complexas, a ponto de a Ciência terrena proclamar, presentemente, que masculinidade e feminilidade totais inexistem na personalidade humana, do ponto de vista psicológico. (2a parte, cap. IX, pp. 271 a 273)
11. Homossexuais e intersexos - Félix acrescentou que homens e mulheres, em espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos ele­vada de característicos viris e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, se­gundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabele­ceu para o meio social. Neves consultou o benfeitor acerca dos homos­sexuais e Félix asseverou que inúmeros Espíritos reencarnam em con­dições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediên­cia a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte da­queles que as solicitam ou aceitam. Disse ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de reto­mar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa ou na­quela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a des­tinação do mal, o que significa que os delitos, em quaisquer posições, correm por nossa conta. Nos foros da Justiça Divina, as personalidades humanas tachadas de anormais são consideradas tão carecentes de prote­ção quanto as outras, tidas como normais, observando-se que as faltas cometidas por umas e outras são examinadas no mesmo critério e que, em muitos casos, os desatinos dos chamados normais são consideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem, no clima estável da maioria. Aludindo aos preconceitos que existem nesse campo, Félix afirmou que no futuro os irmãos reencarna­dos, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças assacadas, desde muito, contra os que re­nascem sofrendo particularidades anômalas. Nesse ponto da conversa, alguém avisou que Beatriz estava pronta para recebê-los. Félix apre­sentou-lhes, então, suas irmãs Sara e Priscila, que moravam na mesma casa junto com o benfeitor e irmão. (2a parte, cap. IX, pp. 273 e 274)
12. Notícias de Marita - O instituto sustenta zonas residenciais, além dos edifícios reservados à administração, ao ensino, à subsistên­cia e à hospitalização transitória. Aí se acomodam famílias inteiras, casais, Espíritos em conjunções afetivas e repúblicas de estudiosos que se visitam ou recebem amigos de outras organizações e de outras plagas, efetuando excursões edificantes e recreativas ou atendendo a empresas artísticas e assistenciais, de permeio com as obrigações de rotina. Félix informou que Marita se encontrava naquele mesmo sítio, num parque destinado a convalescentes. Ela achava-se ainda bastante traumatizada, conquanto tranqüila. Sua desencarnação precoce acarre­tara-lhe prejuízos, mas ele rogara de orientadores amigos as possíveis concessões, para que fosse reposta, com urgência, no ambiente familiar do Rio, de modo a que se não perdessem medidas em andamento para o resgate do passado. O decesso prematuro representara fundo golpe no programa estabelecido ali, anos antes. Félix esperava, contudo, repa­rar as brechas, restituindo-a ao convívio dos entes caros, pela reen­carnação de emergência. Neves abordou a tese referente ao dia determi­nado para a desencarnação, defendida por alguns religiosos na Terra, ao que Félix enunciou: "Sim, não nos é lícito desacreditar os ensina­mentos religiosos. Há planos prefixados e ocasiões com relativa exati­dão para o deperecimento do veículo físico; no entanto, os interessa­dos costumam alterá-los, seja melhorando ou piorando a própria situa­ção. Tempo é comparável a crédito que um estabelecimento bancário em­presta ou retira, segundo as atitudes e diretrizes do devedor. Não po­demos, assim, olvidar que a consciência é livre para pensar e agir, tanto nas áreas físicas quanto nas espirituais, mesmo quando jungida às conseqüências do passado culposo..." E rematou: "Qualquer dia é dia de criar destino ou reconstituir destino, de vez que todos somos consciências responsáveis". (2a parte, cap. IX, pp. 275 e 276)
13. Beatriz aparece remoçada - Em aposento próximo, Beatriz era assistida por Sara e Priscila. A esposa de Nemésio remoçara e mostrava nos olhos o clarão juvenil da criatura que retomava aspirações há muito esmaecidas. Declarando-se encantada e agradecida a seus hospe­deiros, Beatriz não suspeitava das atenções que Félix lhe dedicara an­tes da desencarnação. A conversa em seu quarto desenvolveu-se em clima de ternura recíproca, mas Félix se empenhava em distraí-la, desentra­nhando-lhe o pensamento do antigo lar. A certa altura, ela disse a Ne­ves não ter tido, ainda, notícias de sua mãezinha que a precedera no mundo espiritual e rogou para que os amigos a favorecessem com uma vi­sita, na primeira oportunidade, à casa que deixara na Terra. Beatriz declarou, então, com humildade e grandeza de alma, ter sido no mundo imensamente feliz, pois vivera ao lado de um esposo que, na apreciação dela, era um dos companheiros mais leais do mundo e pai do melhor dos filhos. Neves confortou-a e prometeu ajudar. Em seguida, estando a sós com Félix, André colocou-o a par dos últimos acontecimentos em casa de Cláudio Nogueira e pediu-lhe permissão para continuar a assistir o pai e sua filha. O benfeitor ouviu-o, preocupado, e deduziu que as difi­culdades de Cláudio e Marina atingiam o clímax. Era necessário, pois, apoiá-los, socorrê-los, sendo impossível, àquela altura do caso, ali­nhar previsões. Félix falava sereno, mas era fácil verificar-lhe o su­plício oculto. Mesmo assim, o benfeitor articulou planos e sugeriu providências. Moreira mostrara-se um cooperador diligente, mas era muito complexo o trabalho de manter a doente livre dos vampirizadores, cujo número aumentava com as atitudes inesperadas de Márcia, estimu­lando Nemésio a uma aventura que raiava pela demência. André deveria, pois, juntar-se ao ex-vampirizador de Cláudio na proteção a Marina, prosseguindo a ajuda a seu pai e, quanto possível, à Márcia e aos Tor­res. (Cap. IX e X, pp. 276 a 278)
14. A Casa da Providência - No dia seguinte, antes de retornar à Crosta, André foi conduzido pelo irmão Félix a pequeno palácio, loca­lizado no centro da instituição, chamado "Casa da Providência". Tra­tava-se de curioso foro do "Almas Irmãs", onde dois juízes atendiam aos petitórios formulados pelos integrantes da comunidade, com res­peito aos irmãos reencarnados na esfera física. Ali, segundo explicou Félix, somente se organizam processos de auxílio e corrigenda, rela­cionados aos companheiros destinados à reencarnação e aos que já se achem reencarnados, espiritualmente ligados aos interesses do insti­tuto. Renascimentos, berços torturados, acidentes da infância, delitos da juventude, dramas passionais, lares periclitantes, divórcios, de­serções afetivas, certas modalidades de suicídios tanto quanto molés­tias e obsessões resultantes de abusos sexuais e uma infinidade de te­mas conexos são ali examinados, segundo as rogativas e as queixas en­tregues aos pronunciamentos da justiça. A Casa da Providência apenas delibera em definitivo nos problemas que se limitem ao "Almas Irmãs"; contudo, os casos, em sua maioria, revelam derivações para outros se­tores. Nessa hipótese, as questões são aí discutidas, seguindo depois para instâncias superiores. Ainda assim, os dois magistrados e Félix, obrigado pela força do cargo a estudar e informar todas as peças, não decidem só por si. Um conselho formado por dez orientadores, seis com­panheiros e quatro irmãs, com méritos suficientes perante a Governado­ria da cidade, opina, através de assembléias semanais, em todas as re­comendações e diligências, aprovando-as ou contrariando-as, para que as decisões não se comprometam em arbitrariedades. Félix acentuou, por fim, que mais da metade dos autos tramitam na direção das autoridades dos Ministérios da Regeneração e do Auxílio, que, aliás, primam pela rapidez nos despachos e provimentos. No corpo do edifício, André e Fé­lix seguiram no rumo do gabinete central, onde o benfeitor o apresen­tou ao juiz Amantino, que estava em serviço, acompanhado de cinco auxiliares. (2a parte, cap. X, pp. 279 e 280)
15. Como o divórcio é tratado - O diálogo com o juiz Amantino foi muito interessante. André perguntou-lhe, de início, qual a percentagem dos companheiros que regressam absolutamente irreprensíveis da exis­tência terrestre. Amantino informou que, em quase 80 anos consecuti­vos, a média de irrepreensibilidade não excedia de 5 em mil, não obs­tante surgirem fichas honrosas de muitos que atingiam mais de 90% na matéria de distinção absoluta, o que, no instituto, representa elevado grau de mérito. O juiz esclareceu que, apesar da eqüidade nos julga­mentos, prevalecia ali o rigor no registro de todas as culpas e de­fecções dos reencarnados, para que não se afrouxe a disciplina. Os li­mites da tolerância na Espiritualidade Superior são, contudo, mais am­plos, porque os árbitros e mentores não se valem apenas dos textos, mas também dos princípios de compreensão humana que lhes palpitam nas consciências, cientes das dificuldades que as criaturas enfrentam para se conduzirem em medidas de correção integral, no dédalo dos próprios sentimentos. Indagado sobre o divórcio, Amantino asseverou que todos os matrimônios terrestres, entre as pessoas de evolução respeitável, se efetuam na base dos programas de trabalho, previamente estabeleci­dos; por isso, o divórcio é dificultado, nas esferas superiores, por todos os meios lícitos, excetuados os casos em que ele seja o mal me­nor. O responsável pela ruptura da confiança e da estabilidade da união conjugal passa à condição de julgado; a vítima é induzida à ge­nerosidade e à benevolência, através dos recursos que a Espirituali­dade Superior possa veicular, para que não se frustrem planos de ser­viço. Assim, alcançam a Pátria Espiritual, na condição de enobrecidos filhos de Deus, as grandes mulheres e os grandes homens, quando supor­tam sem queixa as infidelidades e as violências do parceiro, por amor às tarefas que os desígnios do Senhor lhes colocaram nos corações e nas mãos, seja no amparo moral à família consangüínea ou na sustenta­ção das boas obras. No entanto, os que patenteiem incapacidade de per­doar as afrontas, conquanto se lhes lastime a ausência de grandeza in­terior, são também amparados, no desejo de separação que revelem, adiando-se-lhes os débitos para resgates futuros e concedendo-se-lhes as modificações que requeiram. (2a parte, cap. X, pp. 281 e 282)

16. Em tudo vige a lei do merecimento - Prosseguindo, o juiz Amantino acentuou que a Divina Providência manda exaltar as virtudes dos que amam sem egoísmo, sem desconsiderar o acatamento que se deve às criaturas de vida reta espoliadas no patrimônio afetivo. Os execu­tores das Leis Universais, agindo em nome de Deus, não aprovam a es­cravidão de ninguém e apóiam as consciências livres e responsáveis que se elevem para a Suprema Sabedoria e para o Amor Supremo, ainda que para isso escolham multimilenárias experiências de ilusão e de dor. Aludindo, em seguida, ao instituto da poligamia, que é legalizada em certos países, o magistrado afirmou que a poligamia constitui uma he­rança animal que desaparecerá da face do mundo e que, achando-se numa estância inspirada pelos ensinamentos do Cristo, não lhes cabia olvi­dar que, perante o Evangelho, basta um homem para uma mulher e basta uma mulher para um homem. Advertiu, no entanto, que há provações e circunstâncias difíceis em que o homem ou a mulher são chamados à abs­tenção sexual, no interesse da tranqüilidade e da elevação daqueles que os cercam, situação essa que não modificam sem alterar ou agravar os próprios compromissos. André perguntou-lhe se a Casa providenciava auxílio conforme a extensão dos erros. Ele redargüiu, bem-humorado, que o auxílio se verifica justamente pela extensão dos acertos. Quanto mais exato o Espírito reencarnado, na prática dos deveres que lhe com­petem, mais amparo recolhe nos dias obscuros em que resvale no desa­tino. Qualquer pedido de ajuda ali formulado, antes de tramitar, é analisado à luz de contabilidade segura, pelo documentário pertencente ao candidato para quem se pede favor. Somados haveres e débitos, veri­fica-se até que ponto será possível ou aconselhável o atendimento, de­terminando-se a média do auxílio atribuível a cada pedido individual. Nessa clara aplicação do direito, muitos requerimentos de socorro, nas diligências empreendidas, acabam se transformando, automaticamente, em provisões de corrigenda, porque, se escasseassem créditos aos interes­sados, sobejando dívidas, o resguardo assumia a forma de emenda, o que, às vezes, irritava os solicitantes. Assim, as preces ou mesmo apenas as vibrações de alegria e reconhecimento de todas as criaturas, encarnadas ou desencarnadas, funcionam à guisa de abonos e cauções de significado muito importante para cada um. Creia ou não na imortali­dade, qualquer pessoa é alma eterna. Por isso, as leis da Criação mar­cam no caminho de todo Espírito os bens ou os males que pratique, de­volvendo frutos na base da sementeira. Efetuando-se o aperfeiçoamento moral de etapa em etapa e compreendendo-se a existência física por aprendizado da alma, entretecido de acertos e desacertos, com raras exceções a individualidade é apreciada e sustentada pelo rendimento de utilidade com que se caracterize no bem comum. "Isso -- destacou o juiz -- é princípio geral da Natureza. Ôrvore benfeitora atrai a de­fesa imediata do pomicultor. Animal prestimoso recebe do dono cuidados especiais." E' lícito, pois, que a pessoa, quanto mais valor demonstre para a coletividade na Terra, mais devotamento receba das Esferas Su­periores. (Cap. X, pp. 283 a 285)
17. O caso Iria Veletri - André foi autorizado a assistir, então, a uma audiência. Descerrada a passagem, uma senhora triste compareceu e, vendo Félix, precipitou-se na direção do instrutor, prosternando-se de joelhos. Félix acenou para os guardas e recomendou que a levantas­sem, rejeitando assim qualquer manifestação de idolatria e fugindo à lisonja, que ele usualmente não suportava. "Instrutor, tenha compaixão de nós! -- chorou a mulher, entregando-lhe os autos que trazia -- ro­guei proteção para minha filha e veja o resultado... Manicômio, mani­cômio... Coração de mãe concorda com isso? Impossível, impossível..." Félix leu a peça e respondeu: "Jovelina, sejamos fortes e razoáveis. O despacho é justo". A mulher replicou: "Justo! pois o senhor não co­nhece minha filha?" Félix, com indefinível tristeza a lhe velar o sem­blante, falou-lhe: "Ah! sim. Iria Veletri... Lembro-me de quando se ausentou, há trinta e seis anos... Casou-se aos dezoito e se desligou do marido, homem digno, aos vinte e seis, unicamente porque não pu­desse o companheiro sustentar-lhe a vocação para o luxo desmesurado. Em oito anos de ligação conjugal, nunca se portou à altura dos compro­missos e praticou seis abortos... Abandonando o lar e afundando-se em prostituição, foi convidada, indiretamente, e por várias vezes, sob a inspiração de amigos daqui, para que se afastasse dos hábitos dissolu­tos, fazendo-se mãe respeitável de filhos que, embora nascidos do so­frimento, se lhe transformariam, com o tempo, em tutores e companhei­ros abnegados... Diversos tentames foram empreendidos... Iria, no en­tanto, expulsou todos os filhinhos, arrancando-lhes do seio o corpo em formação... Seis abortos até agora e, até agora, nada fez que lhe re­comende a permanência no mundo... Não lhe consta da ficha o mínimo gesto de bondade à frente dos semelhantes... Ela própria se entregou de bom grado aos vampirizadores que lhe desgastam as energias... E a nossa Casa não lhe opôs contradita à vontade de viver assim obsidiada, para que não continue convertendo o claustro materno em antro da morte..." Félix rematou, então, enlaçando a pobre mulher com paterna solicitude: "Ah! Jovelina, Jovelina!... Quantos de nós aqui teremos filhos amados, nos hospícios da Terra... O manicômio é também refúgio levantado pela Divina Providência para expurgar nossas culpas... Volte aos afazeres e honre a filha, trabalhando e servindo mais... Seu amor de mãe será junto de nossa Iria assim como a luz que remove as tre­vas!..." A requerente fitou os olhos do instrutor e agradeceu, engas­gada de angústia, beijando-lhe a destra com humildade. (2a parte, cap. X, pp. 285 a 287)
9a R E U N I Ã O
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