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AvaliaçÃo do programa de açÃo integrada para o aposentado – pai


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6.2 Sujeitos que Participam do PAI


O presente tópico trata da análise dos dados empíricos colhidos com os questionários aplicados aos aposentados e pensionistas que corresponderam à amostra do estudo, ou seja, 90 sujeitos. O material abrange as informações que permitiram traçar o perfil dessas pessoas, tanto em relação aos dados socioeconômicos e demográficos, quanto ao modo como os sujeitos avaliam o PAI.

Os dados representados no Gráfico 1, mostram que 91,1% dos participantes são do sexo feminino e apenas 8,9% são do sexo masculino, o que, em essência confirma dados de outras pesquisas que indicam a presença sempre diminuta dos homens em serviços de saúde ou em programas semelhantes ao que estamos avaliando.

Cordeiro (2008) afirma que em grupos desse tipo, a presença de homens nunca ultrapassa a 10% do número de mulheres. A partir disso o autor infere que o grupo pode não atender as necessidades dos homens que se mantêm ativos e que diferentemente das mulheres transferem a sociabilidade desenvolvida antes de se aposentarem para o bar e as praças, enquanto outros mais sedentários se acomodam vendo televisão. As mulheres, por sua vez, anteriormente dedicadas ao ambiente doméstico trabalhando para a própria família ou para outras famílias, aderem melhor à proposta dos grupos.

Gráfico 1 - Aposentados segundo o gênero

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Alguns autores tentam explicar a maior participação da mulher em programas e projetos destinados a aposentados e idosos, pelo fato de, na sociedade capitalista, o homem, como provedor, dedicar-se essencialmente ao trabalho, fazendo com que suas amizades ao longo da vida estejam ligadas ao mundo do trabalho. Já a mulher, mesmo desenvolvendo atividades profissionais, dedica-se à casa e a uma vida mais social que o homem, com atividades menos vinculadas ao ambiente de trabalho.

Segundo nossa experiência de acompanhamento de mulheres aposentadas e viúvas, temos observado que nessa etapa da vida, frequentemente elas se sentem liberadas das obrigações com os filhos e o marido, sendo estes outros prováveis motivos para que se vinculem mais do que os homens aos grupos de convivência, nos quais interagem, passeiam, ensinam e aprendem outras habilidades.

De acordo com Pacheco (2005), depois da aposentadoria, as mulheres se voltam ao trabalho doméstico quase sempre por inteiro, desenvolvendo-o, pois no espaço doméstico nunca se esgotam as possibilidades de atenção permanente delas. Isso explicaria porque a utilização do tempo útil na aposentadoria costuma ser menos difícil para elas do que para os homens. Tal explicação é partilhada por Rodrigues (2001).

Fenalti (2001) realizou uma pesquisa sobre os motivos da baixa participação dos homens no “Projeto da Maior Idade”, organizado pela Prefeitura Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, e constataram que 6% deles participariam do projeto, caso a esposa os acompanhassem e observa.

Outra pesquisa realizada em 2003, sobre a participação de pessoas idosas em Universidades Abertas à Terceira Idade, mostrou que acompanhar a esposa a tais atividades funciona como fator motivador da participação masculina, sendo que as mulheres não precisam desse tipo de motivação. Esta constatação seria um dos fatores que explicam a maior participação das mulheres em programas e projetos similares (FENALTI; SCHWARTZ, 2003).

Em relação à idade dos aposentados e pensionistas que responderam os questionários, os resultados estão distribuídos a seguir no gráfico 2 e no quadro 1.

Gráfico 2 – Idade dos aposentados

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
Quadro 1 - Idade mínima, máxima e média dos aposentados e pensionistas


Idade mínima, máxima e média dos aposentados e pensionistas

Mínima

Máxima

Média

Desvio padrão

52

88

67,8

8,3

N = 87

Ausência de resposta = 3



Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Os dados do gráfico 2 mostram que os aposentados e pensionistas se encontravam predominantemente na faixa etária de 60 a 69 anos (40,2%), seguindo-se os da faixas 70 a 79 anos (33,3%), 50 a 59 anos (17,2%) e 80 a 89 anos (9,2%). Já a idade mínima foi de 52 anos, a máxima de 88 anos e a média de idade foi de 67,8 anos, embora ressaltando que três pessoas não responderam a essa questão (Quadro 1).

A distribuição dos aposentados e pensionistas que foi encontrada é compreensível. A menor concentração da faixa de 80 a 89 anos é explicada porque com o avançar da idade a maioria das pessoas têm maior dificuldade de mobilização, além de outras limitações o que faz com que permaneçam mais em casa. O percentual não muito elevado encontrado na faixa de 50 a 59 anos (17,2%), também era esperado, tendo em vista que pelas regras previdenciárias hoje vigentes no Brasil, muito poucas pessoas conseguem se aposentar antes do 60 anos de idade. Por outro lado, a média de idade encontrada (67,8 anos) indica que o PAI é frequentado predominantemente por pessoas ainda com bastante energia e disposição para o desenvolvimento de diversas atividades.

Quanto ao estado civil dos aposentados e pensionistas encontramos 36,7% casados, 25,6% viúvos, 25,6% solteiros, 11,1% separados ou divorciados e somente 1,1% em união consensual (tabela 1).


Tabela 1 - Aposentados e pensionistas segundo o estado civil



Estado civil

N

%

Casado(a)

33

36,7

Viúvo(a)

23

25,6

Solteiro(a)

23

25,6

Separado(a)

10

11,1

União consensual

1

1,1

Total

90

100,0

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Os dados acima indicam que a maioria (62,3%) das pessoas que frequentam o PAI já perdeu ou não conseguiram manter o vínculo afetivo com parceiro do sexo oposto, podendo este fato explicar, em parte, porque eles têm se mantido vinculados às atividades do programa, ou seja, para suprir a sensação de solidão decorrente da ausência de parceiro. A condição civil predominante encontrada vai ter implicações diretas sobre quem se responsabiliza pelo sustento da casa, conforme veremos mais adiante.

Por outro lado a busca pelos grupos por parte das mulheres pode estar vinculadas á liberação das obrigações com o casamento e o cuidado com os filhos. Portanto na aposentadoria elas podem interagir, passear, conhecer novas pessoas, etc.

Com relação à tabela 2, encontramos que 28,9% moram com a família, ou seja, com esposo(a) e filhos(as), 16,7% apenas com o esposo(a), 15,6% apenas os filhos, 20,0% moram sozinhos, 8,8% moram com a mãe, irmã ou com sobrinhos e 7,8% moram com a secretária do lar. Tais dados mostram que, a despeito da maioria dos sujeitos serem separados, viúvos ou solteiros, apenas uma minoria (27,8%) moram sozinhos ou com pessoas que não são da família.


Tabela 2 - Com quem mora os aposentados e pensionistas

Com quem mora

N

%

Família

26

28,9

Empregada doméstica

7

7,8

Esposo(a)

15

16,7



18

20,0

O(s) filhos(s)

14

15,6

Sobrinho

1

1,1

Irmã

4

4,4

Mãe

3

3,3

Total

88

97,8

Ausência de resposta

2

2,2

Total

90

100,0

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
No que se refere ao sustento da casa (tabela 3), na maioria dos casos (61,6%) são os próprios aposentados e pensionistas que assumem tal responsabilidade. Este dado é ainda mais significativo quando se constata que mais de 20,9% deles dividem tal responsabilidade com o parceiro, filhos ou com a genitora.

Tabela 3 - Aposentados e pensionistas segundo quem é o responsável pelo sustento da casa



Responsável

N

%

% de casos válidos

Casal

16

17,8

18,6

O(a) entrevistado(a)

53

58,9

61,6

Esposo(a)

10

11,1

11,6

Entrevistado(a) e filho(s)/mãe

2

2,2

2,3

Filha e neta

1

1,1

1,2

Genro

3

3,3

3,5

Irmã

1

1,1

1,2

Total

86

95,6

100,0

Ausência de resposta

4

4,4

-

Total

90

100,0

-

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Sendo assim, no presente estudo ficou constatado o que algumas estatísticas vêm mostrando. A participação financeira dos idosos representa mais de 50% da renda domiciliar, sendo esta situação ainda mais expressiva no Nordeste (PNAD, 2007).


Tabela 4 - Aposentados e pensionistas segundo a religião



Religião

N

%

% de casos válidos

Católica

79

87,8

90,8

Evangélica

5

5,6

5,7

Testemunha de Jeová

2

2,2

2,3

Espírita

1

1,1

1,1

Total

87

96,7

100,0

Ausência de resposta

3

3,3

-

Total

90

100,0

-

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Os dados da tabela 4 mostram que a grande maioria dos sujeitos é católica (90,8%) e que o percentual de evangélicos e de outras religiões não chega a somar 10%. Este resultado não é surpreendente, uma vez que a maioria da população brasileira é católica.

Quanto à naturalidade (tabela 5), a maioria dos aposentados e pensionistas é de municípios do interior do Ceará (55,8%), mas um percentual bastante significativo (34,9%) nasceram em Fortaleza. Somente 9,3% dos aposentados que responderam a essa questão nasceram em outros estados.
Tabela 5 - Aposentados e pensionistas segundo a naturalidade


Naturalidade

N

%

% de casos válidos

Fortaleza

30

33,3

34,9

Municípios do Interior do Ceará

48

53,3

55,8

Municípios de Outro Estado

8

8,9

9,3

Total

86

95,6

100,0

Ausência de resposta

4

4,4

-

Total

90

100,0

-

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Os resultados acima mostram que a cidade de Fortaleza continua a exercer forte atração sobre as pessoas que nascem em outros municípios, tendo em vista as maiores oportunidades de trabalho, educação e a presença de grande número de instituições prestadoras de assistência à saúde nos mais diversos níveis de complexidade. Também fica evidente que o Ceará não é um pólo importante de atração para pessoas provenientes de outros estados da federação.

Com relação ao nível de escolaridade (tabela 6), encontramos 12,2% dos aposentados e pensionistas com escolaridade de nível fundamental, 17,8% de nível médio, 47,8% com nível superior completo e 20,0% com pós-graduação. Enfatizamos que outro dado obtido na pesquisa apontou que 60,3% dos sujeitos aposentaram como professores. É importante fazer este destaque, tendo em vista que nas décadas recentes tem havido todo um incentivo para que todos os professores, mesmo os do ensino fundamental tenham escolaridade universitária.

Portanto, as pessoas que efetivamente frequentam as atividades do PAI têm escolaridade muito superior à média da população brasileira. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais de 2008, a população no Brasil está assim distribuída em relação à escolaridade: 32.787.000 (59,17%) pessoas de nível fundamental, 9.776.000 (17,64%) de nível médio, 6.258.000 (11,29%) de nível superior, incluindo os que têm pós-graduação (IBGE, 2008)


Tabela 6 - Aposentados e pensionistas segundo o nível de escolaridade

Nível de escolaridade

N

%

Fundamental completo

9

10,0

Fundamental Incompleto

2

2,2

Ensino médio completo

9

10,0

Ensino médio incompleto

7

7,8

Superior completo

43

47,8

Superior incompleto

2

2,2

Pós-graduação

18

20,0

Total

90

100,0

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
No quadro 2 consta que alguns dos aposentados começaram a trabalhar ainda com 14 anos de idade. Isto é compreensível tendo em vista que a maioria deles tem entre 60 e 79 anos de idade e quando eram crianças ainda não havia a proibição formal de trabalharem, o que ocorreu desde 1990 com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe qualquer trabalho para menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendizes, a partir dos 14 anos (BRASIL, 1990).

Quadro 2 - Aposentados e pensionistas segundo a idade em que começaram a trabalhar



Aposentados e pensionistas segundo a idade em que começaram a trabalhar

Mínima

Máxima

Média

Desvio padrão

14

46

21,2

5,5

N = 83

Ausência de resposta = 7



Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Para o grupo de 67 aposentados e pensionistas que declararam a idade em que começaram a trabalhar e a idade em que se aposentaram, a média de tempo de trabalho foi 32,3 anos com desvio padrão de aproximadamente 7 anos (quadro 3). A disparidade entre o tempo mínimo e o tempo máximo trabalhado, respectivamente 20 e 53 anos é compreensível quando são retomados os dados do quadro anterior: entre os que trabalharam menos anos estão incluídos os que começaram a trabalhar tardiamente e também os que se aposentaram proporcionalmente ou por motivo de doença; entre os que trabalharam mais anos estão incluídos os que começaram a trabalhar com 14 anos.


Quadro 3 - Aposentados e pensionistas segundo o tempo de trabalho cumprido antes de se aposentarem



Aposentados e pensionistas segundo o tempo de trabalho cumprido antes de se aposentarem

Mínimo

Máximo

Média

Desvio padrão

20

53

32,9

6,9

N = 67

Ausência de resposta = 23



Fonte: Pesquisa de campo (questionário)

Os dados da tabela 7 mostram que a grande maioria dos sujeitos (74,4%) se aposentou por tempo de serviço, 14,4% tiveram aposentadoria proporcional; 2,25 assinalaram que se aposentaram por tempo de serviço e proporcionalmente porque tiveram dois vínculos empregatícios; 6,7% se aposentaram por doença e 2,2% dos sujeitos eram apenas pensionistas.


Tabela 7 - Motivo da aposentadoria

Motivo

N

%

Tempo de serviço

67

74,4

Proporcional

13

14,4

Doença

6

6,7

Pensionista

2

2,2

Tempo de serviço e proporcional

2

2,2

Total

90

100,0

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
Quanto à renda bruta mensal dos aposentados e pensionistas, a mínima foi de R$ 465,00 e a máxima foi de R$ 22.000,00, sendo a média correspondente a R$ 3.501,20, com um desvio padrão de R$ 3.373,70 (quadro 4).

Quadro 4 - Renda bruta mensal dos aposentados (R$)



Renda bruta mensal dos aposentados (R$)

Mínimo

Máximo

Média

Desvio padrão

465

22.000

3.501,2

3.373,7

N = 74

Ausência de resposta = 16



Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
Os dados acima se complementam com os da tabela - 8 que contém a renda bruta mensal dos aposentados e pensionistas por salários mínimos (SM), com os seguintes resultados: 29,8% dos aposentados e pensionistas recebem entre 1 e 4 SM e 70,1% recebem entre 5 e mais de 12 SM.
Tabela 8 - Renda bruta mensal dos aposentados e pensionistas em salários mínimos (SM)

Faixa de renda (SM)

N

%

% de casos válidos

1 a 2 SM

7

7,8

9,5

Mais de 2 a 4 SM

15

16,7

20,3

Mais de 4 a 6 SM

15

16,7

20,3

Mais de 6 a 8 SM

13

14,4

17,6

Mais de 8 a 10 SM

10

11,1

13,5

Mais de 10 a 12 SM

3

3,3

4,1

Mais de 12 SM

11

12,2

14,9

Total

74

82,2

100,0

Ausência de resposta

16

17,8

-

Total

90

100,0

-

Fonte: Pesquisa de campo (questionário)
Os dados da tabela 8 mostram que 17,8% dos sujeitos não responderam a questão sobre a renda bruta mensal que recebiam. Mas, pelos demais dados da mesma tabela fica claro que a renda bruta mensal dos aposentados e pensionistas que frequentam o PAI é bastante superior aos valores médios recebidos pelos trabalhadores brasileiros, cuja média de rendimentos é de R$ 701,00 (IBGE, 2008).

Em reforço a essa condição diferenciada dos sujeitos da pesquisa, vale acrescentar que outros dados obtidos mostraram que 91,1% deles possuem casa própria, contra 6,7% que moram em casa alugada e 2,2% em casa cedida.


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