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A psicologia2 arte Manuela Monteiro q, Milice Ribeiro dos Santos


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Scicnces Hiunames, n ‘ 69, Fev. 9 71, p 35
TEXTO A INTELIGÊNCIA É INATA OU ADQUIRIDA?
‘Sciences Humaines: (,orno w sitria no debate inato-adquificio?
Howard Gardner: (orno a maior pane dos investigadores cru biologia , rejeito a oposição entre estes dois termos. (,olii efeito, todo o coniportarnento, hurnano é governado pela genética, irias por outro lado nada se consegue sem rim anibiente favorável, que aliás exerce a sua influência não desde o nascimento, inas desde a concepção.
Tomemos o exeruplo da inúsica. Estou convencido de que os genes ele Mozart estavam mais predispostos, para a música que os da maior parte das outras pessoas. Mas uma pedagogia liãbil pode permitir a qualquer pessoa tocar uni instrumento ao mais alto nível. Quando nós, americanos, ouvimos pela primeira vez crianças japonesas tocar violino, de unia forma notável, pensámos que (@rarn sobredotadas. Mas ciu seguida descobrimos o
método elo mestre japonês Shinichi Siiziiki, intitulado ‘A educação do talento’. Compreendernos, então, que não crarri as crianças que eram geniais, irias o método pedagógico. 0 sucesso de Suzuki verti do facto de ter identifi-
cado os factores que pe@rmitcm desenvolver a competência ineisical nas crianças. São, por exemplo, os dedilha-
elos possíveis no violino, os motivos que os jovens podem facilmente reconli(@cer e cantar, a tendência para se
identificarem corri os colegas mais velhos. Ora, estou convencido que se pode fazer com as outras inteligências o
que Siiziiki conseguiu fazer no domínio inusical.”
Sciences Iiiii7iai@ie,@, n.’ 69, Fe\,, 97, 1).

TEXTOS
HEREDITARIEDADE, MEIO E TEMPO


-.1J1 constatânios a iniportancia da hereclitariedade e (lãs com o nicio rio desenvolvirriento intelec-

1 ual. É também essencial corupreender a n@itLII'CZ@l dCSta interacçao sol) o Ponto ele \ ista cio teiripo.


Actualinente, a maioria elos psicólogos eslá convencida de que a experiência precoce tem unia profuncla influência no desen\ o]\ inicrito cognitivo. Blooni apresenta esta posição de forma perciriptória, ao afirmar qUe Os
efeitos do nicio sobrc a inteligência atingern a sua máxinia expressão durante os priniciros anos ele \ ida.
Durante os priniciros anos, um lúcio favorável terá unia eficácia máxinia na promoção elo (-Iesen\@ol@nto intelectotal. nias â medida que o tempo passa este airibiente benéfico tem cada vez inenos efeito. Do mesino
modo, tini anibiente ciiipol)r(@cielo c@,n_isará triaiores prejuízos durante esses críticos priniciros anos.
A couibinaçâo dos.1àctores
NUI-lCa é de InaiS WaIÇ`31- (JUC Os reSLIII@1(108 elos diVCI-SOS CSuldos sobi-t- a inteligência devcin ser iiitcrl)i-cLi(los com base cri] todos os três coluponentes clã inteliÍ(ência, nonicadanientu, a licreclitaric(kide, o nicio e o tempo. A interaccao entit, estes f ,actores, não obstante a SU@1 (@Vi@ICI-ite complexidade, é de iniportância crucial na com-
preensão dos parânietros Iglobais do cortiportairiento 11U111a110. COII-10 nos releiribra Sandia Scarr, as pic)prias pie- (liSI)OSiCõCS genéticas de UnIa pessoa exerceiri uiria influência sobre o seu nicio e estc- por sua vez, pode aliniciatar ou abafar as tendências biOlOgiCaS (JUC sc vão revelando. Por exemplo, crianças muito activas t(--n(lctii a
procurar actividades e @unigos que possani ser inais estinaulantes (ou pelo inenos diferentes) do que os que são escolhiclos por uma criança com um baixo nível ele actividade, Assim, a licreditaricelade, o incio e o teiripo não deseiripenhaiu os seus papéis no vazio, ou ele fornia totaltriente indepenclente. Crianças muito inteligentes poden-i fazer-se activaincritt, rodcar dos tipos de influências de nicio (fite tenderia a inant(--r ou a fortalecer as suas
capacidades intelectuais CM iiiattir@iç@,io.”
SPRINTI1ALL N. e SPRINTI1ALL, R., Psicol()gia 199,@, J)t). 43@-4_-@6
CRIATIVIDADE
“Outro enfoque de ânálise criadora é o realizado por Wallas, que distingue quatro I, ses: 1) Pre,1)araçào. A pussoa esta iniersa no seu tema conseguindo fainiliarizâr-sc@ corri os probIt-trias e complexidades de unia área
determinada; 2) incubação. Depois do trabalho triental consciente, agora é o inconsciente que estabelece aqueIas conexões inesperadas que constituem a genuma descoberta. A incubaçào ocorre somente fora do quadro ela consciência@ @) iluminação. 0 problerna e a sila solução são intuídos de forma clara e coerente; 4) ver@ficaçào.

0 probletria e a sua corresponelente solução são confrontados com a evidência disponível.---


1,1,FRAJ. B., 11@ico1ogia, Vozes, 199_@, p, 2,3.@
TEXTO
PERSONALIDADE: DEFINIÇÃO
personalidade não é um ‘estímulo social’, neiri personageiri, nem ficção, nem entidade inetafísica. Para chegaririos, a unia definição formal que não esteja ligada directamente a uria sistema, o inelhor é referiririo-nos às
diversas características que uni conceito compreensivo deve conotar.
1) A personalidade é única, própria de um indivíduo, ainda (fite ele tenha traços comuns com os outros.
2) Ela não é unicamente uma sorria, um todo de funções, irias unia organização, uma integração; iiicsillo se
esta integração não é sempre realizada, é pelo menos esta tendência integrativa qUe define esta noção de centro organizador.

3) A personalidade é temporal porque é sertipre a ele um indivíduo que vive historicamente.

4) Por fim, não senclo nera estímulo nem resposta, apresenta-se como variável interinédia, afirina-se corno
uni estilo através e pela conduta.
A seguinte definição delimitará suficientemente o objecto que aqui nos preocupa: a personalidade é a configura@ão Única que, toma no decorrer da bistória de um indivíduo o confunto dos sislemas responsáveis da sua con-
diita. Esta definição teórica não se afasta, de resto, de um certo número de definições clássicas, como a ele Allport.”
FILLOUX, J. C., La PÉr.@oiiiicilit(@, PIT 1963, pp. 10-11

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GOSTAVA DE SER UM DIA
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@207 COMPLEMENTA.RES . .... . ..


PERSONALIDADE: INTEGRAÇÃO E INDIVIDUALIDADE
“É a essa natureza complexa e secreta, própria de cada indivíduo, como diz Renê ]e Serme, a essa totalidade concreta do eu ‘que chamamos pen-onalidade@ 0 conceito de personalidade implica, assim, duas ideias diferentes: a de integração mais ou menos perfeita: ela é o conjunto ou o sistema de tudo o que há em mim - e a de indivi-
dualidadc: a forma que tomam em mim os elementos que aí figuram pertence-me e distingue-me dos outros. Falar de personalidade humana, quer dizer, em suma, que cada Homem é um e que ele é único’. A umidade pode ser mais ou menos perfeita e variar entre a harmonia e a cliscordância. De igual modo, o indivíduo poderá ser mais ou menos semelhante a tais ou tais outros indivíduos sem deixar de ser único. Conservará sempre, pelo menos, essa unidade e unicidade que lhe imporia, para além de outras razões, a existência do seu corpo.”
BERGER, G., Caractére et Personnalité, PUE 1971, p, 8
*Offi=M NATUREZA DA PERSONALIDADE
---A identidade de cada pessoa é constituída por urna multitude de elementos, que não se limitam evidente-
mente aos que figuram nos registos oficiais. Existe, claro, para a maior parte das pessoas, a pertença a unia tradição religiosa; a uma nacionalidade, por vezes a duas; a um grupo étnico ou linguístico; a uma família mais ou menos alargada; a uma profissão; a uma instituição; a um determinado meio social... Mas a lista é bem mais
extensa, virtualmente ilimitada; pode sentir-se unia pertença mais ou menos forte a uma província, a uma aldeia,
a um bairro, a um clã, a uma equipa desportiva ou profissional, a um grupo de amigos, a uma empresa, a um partido, a uma associação, a uma comunidade de pessoas que partilham as mesmas paixões, as mesmas preferências sexuais, as mesmas diminuições físicas, ou que se achem confrontadas com os mesmos problernas.
Estas pertenças não têm, evidentemente, todas a mesma importância, pelo menos não ao mesmo tempo. Mas nenhuma delas é totalmente desprovida de importância. Elas são os elementos constitutivos da personalidade, poder-se-ia quase dizer ‘os genes da alma’, na condição de precisarmos que na sua maior parte não são inatos.
Se cada um destes elementos se pode encontrar num grande número de indivíduos, jamais encontraremos a mesma combinação em duas pessoas diferentes, e é justamente isso que produz a riqueza de cada um, o seu
valor próprio, aquilo que faz de cada pessoa um ser singular e potencialmente insubstituível.”
MAALOIT, A., IdentidadesAssassinas, Difel, 2000, pp, 18-19
M~0"45 A TEORIA DOS TIPOS
“De entre as teorias da personalidade talvez a mais antiga e popular seja a teoria dos tipos. De facto, foram os Gregos os primeiros a tentar classificar a personalidade das pessoas através de quatro tipos a partir de características somaticas. Segundo Hipócrates (séc. IV a, C.), seriam os fluidos, os ‘humores’ corporais - o sangue, a linfa, a bílis amarela e a bílis
negra -, que determinariam quatro temperamentos distintos: o tipo sanguíneo (alegre e confiante), o fleumático (calmo, não emotivo), o colérico (irritável) e o melancólico (triste e deprimido). Esta concepção vai dominar durante toda a Idade Média.
Recentemente, esta concepção baseada nos tipos físicos é retomada por Sheldon. Este psicólogo americano contacta, numa viagem que faz à Europa, com Freud, Kretscluner e Jung. É muito influenciado pelo segundo psicólogo, que propõe uma classificação do carácter dos indivíduos a partir da sua constituição física.
Sheldon vai desenvolver longas pesquisas para identificar a relação existente entre a estrutura física dos indi-
víduos e a personalidade. Analisa cerca de 4000 fotografias de estudantes universitários do sexo masculino, con-
cluindo que existem três grandes tipos de constituição física:
* Endomorfo - gordo, aparência mole, estrutura óssea e muscular pouco desenvolvida.

* Mesomorfo - musculoso e robusto, apresenta grande capacidade atlética.

* Ectornorfo - alto, magro, frágil, com músculos pouco desenvolvidos.

TEXTOS
Em seguida, procurou relacionar estas características físicas com componentes da personalidade. A partir da análise estatística dos resultados da aplicação de escalas de avaliação de comportamentos, Sheldon distingue três tipos de personalidade:


* Viscerotono - apreciador de comida e de conforto. É sociável, optimista, tolerante.

* Somatotono - agressivo, dominador, apreciador da actividade física.

* Cerebrotono - pouco expansivo, apreciador da solidão, com reacções rápidas.
Apesar de esta tipologia ter tido muita popularidade junto do grande público, foi sujeita a muitas críticas. Em
primeiro lugar, uma pessoa raramente corresponde fisicamente a todas as caracteristicas de cada um dos tipos Físicos. Por outro lado, a personalidade, ao aparecer determinada pela constituição física, esquece o seu carácter
dinâmico e flexível. Além disso, é negligenciada a influência que o meio e a cultura têm na constituição e na
estrutura (Ia persortalidade.”
MONTEIRO, M. e RIBEIRO DOS SANTOS, M., Psicologia 2, Ilorio Editora, 1995, pp. 179-180
itxTofiZMEZE
5 A ESTRUTURA EU-MUNDO

6,
“Uma personalidade é um modo de funcionamento que engloba essencialmente dois pólos: o eu e o mundo.


0 eu é o conjunto das funções e das potencialidades psíquicas do indivíduo, o mundo é o seu objectivo intrínseco. Na realidade o funcionamento psíquico, a percepção e o comportamento em geral, tal corno a motivação, coiripreende necessariamente um objecto corno termo intrínseco do próprio processo. Este funcionamento não pode desde então senão situar-se numa estrutura que implique uma referência intrínseca e activa do eu a um
inundo de objectos. Este mundo dos outros e dos objectos não se encontra somente em face do eu, mas consti-
tui o próprio conteüdo da vida psíquica personalizada. Isto significa que funcionalmente uma personalidade não pode existir senão no quadro de urna estrutura que ultrapasse o organismo somático psíquico, noutros termos, numa estrutura eu-mundo. ( ...)
0 mundo, com efeito, constitui de algum modo o conteúdo da personalidade e o conteúdo da actividade psíquica constitui uni elemento essencial desta actividade. É por isso que convém dizer que a personalidade não está simplesmente situada num mundo e aberta a esse mundo, mas que esse mundo entra como elemento inte-
grante na própria personalidade. (...)
É assim que os nossos pais, os nossos filhos, a nossa oficina ou o nosso meio de trabalho, todo esse mundo
da nossa actividade ou da nossa afeição positiva ou negativa, fazem parte da nossa personalidade, na medida em
que constituem o seu conteúdo. Neste sentido, a personalidade possui o seu mundo como parte integrante do que ela é.”
NLTUIN, J,, LaStructure de Ia Personnalit@, PUF, 1979, pp. 210-216
TEXTO=~,, METODOS E TECNICAS DE INVESTIGAÇAO DA PERSONALIDADE
47
A confluência de vários métodos e técnicas de pesquisa da personalidade - uns com características mais objectivas e quantitativas e outros com características mais projectivas e qualitativas - tem permitido uma pro-
funda investigação nesta área. Entre outros, referimos a observação clínica, a observação sistemática, a entrevista,
os testes (objectivos e projectivos), os estudos biográficos, o estudo de caso, a interpretação de desenhos e tex-
tos, os inquéritos e os estudos experimentais.

TEXTOS
li í --- r ir, @.@ r !%, o


0 quadro apresenta alguns testes de personalidade.
TESTES DE PERSONALIDADE
Teste
Tipo
0 que avalia
Idade do testado
Tarefa
Administração
Inventárb da Personalidade de Eysenk
Inventário da personalidade
Estrutura da personalidade
+ 14 anos
Extroversão Introversão Estabilidade Instabilidade
Individual ou colectivo
Inventário Mutifás@co de Personalidade de Minesota (1111PI)
lnventário da personalidade
Perfil da personaidade em termos de diagnóst co psiquiátr@co
Adolescente / adulto
Perfi da persona@ dade reflectindo nove dimensões da personalidade
Individual
Rorschach
Project@vo
Estrutura e patologia da personalidade
3 anos / adulto
Associações do doente em relação às manchas de tinta
Individual
Teste de Apercepção Ternábca (TAT)
Teste de Apercepção para Cr ancas (CAT)
Projectivo
Estrutura e patologia da personalidade
Adulto -TAT
Criança - CAT
0 doente constrói histór@as depois de ver quadrosestímulos
Individual
Desenho da figura humana, da familia, da árvore, da casa
Projectivo
Capacidade intelectual e da persona @dade
2 anos / adulto
Desenhos livres não estruturados
Individual
MONTEIRO, M. e RIBEIRO DOS SANTOS, M., Psicologia 2, Porto Editora, 1995, p. 172
0 FUNCIONAMENTO PSíQUICO
“0 funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de vista: o económico (existe uma quantidade de energia que “alimenta” os processos psíquicos), o tópico (o aparelho psíquico é constituído por um
número de sistemas que são diferenciados quanto à sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considerá-lo como “lugar” psíquico) e o dinâmico (no interior do psiquismo existem forças que entram em conflito e estão permanentemente activas. A origem dessas forças é a pulsão). Compreender os processos e fenómenos psíquicos é considerar os três pontos de vista simultaneamente.”
BOCK, A. M. B., FURTADO, 0. e TEIXEIRA, M. L. T., Psicologias - Uma Introdução ao Estudo de Psicologia,
Editora Saraiva, 1999, p. 76
0 SUPEREGO
“0 superego deriva da influência exercida pelos pais, pelos educadores, etc. Regra geral, estes últimos conformam-se, no que respeita à educação da criança, às prescrições dos seus próprios superegos. ( ... ) 0 superego da criança não se forma pois à imagem dos pais, e sim à imagem do superego destes últimos; enche-se do mesmo conteúdo, torna-se o representante da tradição, de todos os julgamentos de valor que subsistem assim através das gerações.”
FREUD, S., Nouvelles Confierences, Idées, s/d, p. 94

E N T R E V 1 S T A


com
Licenciado em Psicologia pela Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de
Coimbra. Exerceu a actividade durante cinco anos na
formação de educadores de infãncia e professores
primários em Leiria. Trabalhou na área de orientação
escolar e profissional em escolas secundárias e foi
consultor de recursos humanos numa empresa de
serviços. Em .1988, ingressou na Associação
Industrial Portuensc como técnico de formação,
sendo actua@niente director do Departamento de
Forrn@-_iCü- PrOflS-,iOna@,
Qu a I a área de intervenção do
psicólogo organizacional?
Passe a redundância, diria que constituem áreas de potencial intervenção do psicólogo organizacional todas as que dizem respeito à existencia e ao
desenvolvimento das organizações, independentemente da sua dimensão e/ou
enquadramento específico. De um ponto de vista mais prático, constatamos hoje a participação de psicólogos em dinâmicas organizacionais de múltipla natureza - em empresas, instituições e/ou entidades de administração, organismos profissionais, associações, clubes, ou seja, num conjunto razoavelmente alargado de organizaçoes mais ou menos complexas e

com áreas de actuação muito ou pouco definidas, no domínio vasto de sistemas e


valores que regulam a vida dos indivíduos
em sociedade.
Em resumo, diria que as áreas de interven-
ção do psicólogo serão tantas e tão largas quanto os conceitos de organização o permitam, ou recomendem.
@ - Que métodos e técnicas são mais utilizados na sua prática?
- Todas as abordagens científicas integram um conjunto de saberes essenciais e
de ferramentas práticas de aplicação e/ou intervenção sustentadas por modelos teóricos sólidos e obviamente enquadrados no
tempo e no espaço em que são produzidos. A evolução da psicologia transporta assim um conjunto de abordagens que incorporam os seus conhecimentos nucleares e ferra-
mentas de análise e intervenção, procurando aplicá-las a problemática das organizaçoes -
as componentes, os objectivos, a estrutura, a
sua natureza “viva” - de acordo com o cir-
cunstancialismo incontornável de produção das práticas e saberes que as suportam.

Posto isto, espero que tenham percebido que são validos os métodos e as técnicas


que aprenderam neste livro, desde que devidamente adaptados a cada realidade e
às suas circunstâncias.
P. - Quais as problemáticas da sociedade contemporãnea quejustificam a intervenção do psicólogo organizacional?
A. i@. - Na minha opinião, uma das problemáticas centrais da sociedade contemporárica diz respeito a essa palavra simultaneamente atraente e assustadora: a
mudança. Trata-se de um conceito difuso, de difícil enquadramento teórico ou metodológico, mas que atravessa as sociedades e os seus modos de organização. Qualquer que seja o nível da análise em
que nos posicionemos - o individual, o grupal ou o organizacional -, gerir a mudança constitui um acto de sobrevivência - porque é inevitável e inultrapassável (a mudança é permanente e cada vez mais rápida!). Em cada indivíduo como em cada organização, o entusiasmo e a abertura à mudança - generalizadamente aceite por todos - incorporam sempre sintomas mais ou menos firmes de resistência à mudança, não necessariamente percepcionados como
tal. Chamar-lhe-ia o paradoxo virtuoso. Se é assim, haverá desafio mais aliciante para o profissional que analisa ou actua no
desenvolvimento organizacional?
P. - Na sua prática, interage com psicólogos de outras áreas, designadamente com psicólogos clínicos e escolares?
À Nos nossos dias, o êxito advém quase sempre de intervenções pluridiscipli-
nares e multiprofissionais. 0 profissional que na sua actividade não interage com
outros profissionais de outros ramos e
saberes científicos limita claraniente o
âmbito e a qualidade da sua acção, logo, os horizontes do seu percurso. Em resumo, é desejável interagir com psicólogos de outras áreas, irias tambéni
com grupos profissionais de diferentes especialidades: engenharia, economia, sociologia.... num registo de permanente entrecruzamento de saberes e competên-
cias.
Que questões éticas se colocam na sua acção como psicólogo?
1 - Em qualquer actividade profissional podemos considerar um plano mais visível
que tem a ver com o desempenho e a execução e um plano menos visível que deriva de valores socialmente aceites.
As questões éticas são, na acção do psicõlogo, o instrumento regulador dos valores e convenções socialmente partilhados e ao
mesmo tempo o “escudo protector” do sujeito que vive em cada ser humano.

E N T R E V 1 S T A


Dra. Lisete Barbosa
Lisete Barbosa pós-graduou-se em Pedagogia e Psicologia Clínica em Paris, onde fez também a sua
formação inicial. Coordenou durante dez anos a Divisão de Orientação Educativa da então Direcção-Geral do Ensino Básico. Durante esse período trabalhou directamente com professores e alunos e co-construiu uma equipa pluridisciplinar de formação e de apoio para as escolas preparatórias. É professora coordenadora na Escola Superior de Educação de Setúbal. Autora de artigos de psicologia da educação e dos livros: Gerír o Trabalho de
Projecto e Trabalho e Dínãmica dos Pequenos Grupos.
Pergunta - Qual a área de intervenção do psicólogo escolar? Lisete Barbosa - Costuma associar-se a expressão “psicologia eclucacional” à intervenção dos psicólogos dentro das instituições escolares e muito especificamente para apoiar alunos que manifestam, num
ou noutro momento, dificuldades. De facto, a intervenção do psicólogo educacional visa o desenvolvimento de pessoas que, na maior parte dos casos, são alunos de uma determinada escola. Por isso, é necessário que a escola seja um contexto
onde as crianças e jovens se desenvolvam bem. Isto implica jogar com factores organizacionais, contactar com professores, pais e outros profissionais ligados à saúde ou
aos outros contextos sociais. Assim, a área de intervenção do psicõlogo educacional é * aconselhamento; mas é também dialogar * provocar encontros entre pais, professores, outros profissionais; é também criar e
gerir situações de formação. P. - Que métodos e técnicas são mais utilizados na sua prática?
L. B. - A comunicação interpessoal. Dialogos, capacidade de escuta, condução e participação em reuniões, trabalho de equipa, entrevistas individuais ou de grupo. É fundamental ter uma boa formação nesta área para ter intervenções construtivas junto dos jovens, dos adultos que trabalham nas
instituições e, eventualmente, dos pais. Muito esporadicamente, os testes. P. - Quais as problemáticas da sociedade contemporãnea que justificam a intervenção do psicólogo educacional?
L. B. - A perspectiva de dificuldades no
mercado do trabalho, que funciona como
um pano de fundo mais ou menos cons-
ciente para a falta de motivação para as
actividades escolares. As condições de vida com grande perda de tempo em transportes e na obrigação de consumir que leva a que as ocasiões de diálogo e conversa entre as pessoas escasseiem. Por vezes, a presença de um profissional desencadeia um processo que cria espaço e tempo para as pessoas se encontrarem, se conhecerem e, a partir daí, poderem colaborar na procura de soluções ou de alternativas. A ideologia dominante de individualismo traduz-se numa grande solidão e na perda da consciência deste facto simples: a união faz a força.

0 próprio funcionamento da escola como instituição e as suas ambiguidades e contradições. P. - Que questões éticas se colocam na sua acção como psicóloga?

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