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A psicologia2 arte Manuela Monteiro q, Milice Ribeiro dos Santos


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RATHU5, op. cit., p. 326
Palavras- comportamento observávei, determinismo recíproco, modelação/modei agem,
PROPOSTA DE--, TRABAI H 0
Relaciona a teoria da personalidade de Bandura com o que aprendeste sobre a aprendizagem social no capítulo S.
Fl- Relé as pp. 76 e ss.

Carl Ranson Rogers nasceu nos EUA, em Cal< Park, nos arredores de Chicago. Ele mesmo nos


conta como foi marcado pela vida: “Fui educado numa família extremamente unida onde reinava uma
atmosfera religiosa e moral muito estrito e intransi-
gente, e que tinha um verdadeiro culto pelo valor do trabalho. Fui o quarto de seis filhos. Os meus pois tinhom-nos um grande afecto e o nosso bem-estar
era para eles uma preocupação constante. Controlavam também o nosso comportamento de uma maneira ao mesmo tempo subtil e afectuosa.” (Rogers, 1970, p. 17) Aos doze anos, os pais compraram uma fazenda e ERS
esta experiência suscitou-lhe um grande interesse pela zoologia e agricultura. Fez uma formação, durante dois anos, para ser pastor protestante, mas desistiu, tendo-se formado em Psicologia. No entanto, uma grande religiosidade marcou com um cunho missionário o
trabalho como psicólogo e impregnou de idealismo os aspectos de prevenção social de que se revestia a sua teoria e prática. Afirmou que apresentava as suas ideias “como hipóteses de trabalho para serem aceites ou rejeitGdGs”. A sua teoria de não-directividade foi por si considerada como
uma filosofia de vida, uma maneira de ser.
As suas concepções humanistas, numa teoria do ego, valorizavam
a pessoa, que ele concebia como naturalmente
boa, com capacidades de racionalidade e de mudança, numa procura contínua de afirmação pessoal e de auto- realização.

0 centro universitário de aconselhamento, por si criado, foi um laboratório vivo de experimentação, reflexão e produção de saber. Rogers foi o primeiro terapeuta a declarar que gravava as sessões


com os seus clientes e que a análise das sessões
gravadas tinha sido a base de um estudo crítico
sobre o processo terapêutico. Denunciou o carác-
ter negativo da rotulagem psiquiátrica e da relação

902~ 1987) 1 de dependência terapeuta-doente. Para este psicólogo, os problemas das pessoas não deveriam ser patologizados. A abordagem centrada na pessoa marcou a psicologia com con-


ceitos importantes como os de congruência, aceitação incondicional positiva e empatia. Com esta base conceptual, o seu trabalho clí-
nico de relação de ajuda, para além da psicoterapia individual, desenvolveu-se com os “grupos de encontro” onde procurou aprofundar estes princípios numa comunicação autêntica e igualitária. É uma terapia de crescimento do ego (self growth). Foi professor nas Universidades de Ohio, Chicago e Wísconsin.
Entre a sua vasta obra, salientamos: Tornar-se Pessoa; Relação de Ajuda e Psicoterapia; Grupos de Encontro; Liberdade para Aprender e
Terapia Centrada no Cliente.
ROGERS E A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
Rogers é um humanista’ que apresenta uma abordagem globalizante cemi-ada na pessoa e que, tal como Maslow (ver pp. 178 e 179), acredita na capacidade natural de auto-realização do indivíduo.
Apresenta uma teoria fciiotiiciio](')gic@,i da personalidade preocupada com a
forma como cada um se representa a si próprio e à realidade social, bem como
vivencia as experiências da vida.
Carl Rogers opoe-se à ideia da pessoa como ser irracional dominado pelas pulsões e com dificuldades de autocontrolo. Para ele, a pessoa tenta racionalmente organizar a sua vida para atingir os objectivos pretendidos.
A personalidade é positiva, racional e realista. A pessoa é autónoma e capaz de se desenvolver, de se afirmar, de se autodirigir e desfruta de um potencial de crescimento pessoal e de uma “orientação positiva”.
“( .. ) a experiência mostrou-me que as pessoas têm fundamentalmente uma
orientação positiva. “ “( .. ) a vida, no que tem de melhor, é um processo que fluí, que se altera e onde nada está fixado. “
ROGERS, C. R., Tornar se Pessoa, Moraes, 1970, pp. 37-38
@I --Rogers foi também considerado um fenomenólogo por ter em conta o sujeito e a sua experiência subjectiva da realidade.

A teoria da personalidade rogeriana baseia-se numa racionalidade centrada na pessoa e no seu potencial de crescimento, na sua capacidade de auto-realização. Existe uma tendência inerente ao indivíduo para’ desenvolver activamente as suas potencialidades na procura das finalidades pretendidas.


A pessoa tem competências que lhe permitem conhecer-se, aceitar-se e traris-
formar-se. Assim, vai resolver problemas, avaliar-se a si própria e às situações e
orientar racionalmente a sua vida. A pessoa deve atingir o “sentimento positivo de satisfação consigo mesma”. Tem, pois, uma capacidade de auto-realização.
“0 indivíduo possui dentro de si vastos recursos para a autocompreensão, para a modificação dos seus autoconceitos, das suas atitudes e do seu comportamento autónomo.
ROGERS, C. R., Um,feito de Ser, UU, 1983, p. 38
Rogers construiu a sua teoria fenomenológica da personalidade baseado na sua actividade clínica. Os problemas da personalidade são, em
grande parte, incongruências entre a auto-ima-
gem, o autoconceito e a realidade. A pessoa deve saber integrar a experiência no conheciA mento de si própria, evoluindo com confiança,
realizando~se.
A pessoa é sensível às representações e ava-
liações que os outros fazem de si. A abordagem centrada na pessoa deve facilitar o processo de mudança do sujeito criando as condições psico~ lógicas através da relação interpessoal, de autenticidade, aceitação e empatia’.
“A autenticidade, a aceitação e a empatia são a água, o sal e os nutrientes
quepermitem que a gente cresça como um carvalho vigoroso. “
MYERS, OP. cit, p. 391
Um clima “facilitador do crescimento” deve ter estas três condições:
Autenticidade - é uma atitude de abertura ao outro, com expressão dos sen-
timentos. Ser-se autêntico é ser-se com transparência, não sendo “uma fachada, um papel ou umaficção”.
A autenticidade implica a necessidade de se ser congruente* entre o comportamento, os pensamentos e as emoções.
‘julgo que aprendi isto junto dos meus pacientes, bem como através da
minha experiência pessoal - não podemos mudar, não nos podemos afastar do que somos enquanto não aceitarmos profundamente o que somos. Então a
mudança parece operar-se mesmo sem termos consciência disso. “
ROGERS, C. R., Tornar-se Pessoa, Moraes, 1970, p. 29
@I -A terapia não-directiva aprofundou estas características, consideradas necessárias na construção de um clima de
confiança que possa permitir ao cliente autoconhecer-se e transformar se,

Accitação - é uma atitude de “consideração positiva incondicional” que se


baseia numa atitude de atenção, de procura de compreensão sem critica nem julgamento. A pessoa precisa de ter confiança em si e de se sentir aceite pelos outros. Necessita de um “ olhar positivo” sobre si própria e os seus comportamentos. A possibilidade de um indivíduo se realizar depende da existência deste clima promotor e facilitador’.
“Descobri que é quando posso aceitar uma outra pessoa, o que significa especificamente aceitar os sentimentos, as atitudes e as crenças que a constituem como elementos integrantes reais e vitais, que eu posso ajudã-la a tornar-se pessoa: ejulgo que há nisto um grande valor. “
ROGERS, C. R., Op cit, p 32
Enipatia - é uma atitude afectiva e compreensiva de comunicação interpessoal. Procura-se a compreensão da pessoa e do seu mundo interior, como ela própria o entende.
A compreensão por empatia exige que sejamos capazes de nos descentrarmos para entendermos o outro do seu ponto de vista.
Y ... ) captar o mundo particular da pes-
soa ( ... ) como se fosse o seu próprio mundo, mas sem nunca esquecer esse carácter de ‘como se'- é isso a empatia.
ROGERS, C. R., op. cit., p. 265
Algumas criticas tecidas à sua teoria dirigem-se ao facto de este autor não ter tido suficientemente em conta a realidade social e os seus conflitos.
aceitação, autenticidade, congruência, empatia, não-directividade.
:_MI 01 11111L9"1-
(i) Was minhas relações comas pessoas descobri que não ajuda, alongo prazo, agir como
sejosse eu.
ROGERS
1. 1. Diz quais são as atitudes e condições subjacentes a esta citação e caracteriza-as.
(2) Pergunta a várias pessoas de várias idades o que é uma pessoa autêntica. Sintetiza os dados
recolhidos e confronta-os com o conceito rogeriano.
@I - A maioria das pessoas vivem em climas onde existe uma “consideração positiva condiciortal”, isto é, onde se aceitam apenas determinados comportamentos da pessoa e onde se impõem condições (Só gosto de ti se não fores preguiçoso ... ).

MASLOW E A TEORIA DA AUTO-REALIZAÇÃO


Para Maslow, é a hierarquia das necessidades - a pirâmide de Maslow -, que estudaste no capítulo sobre a motivação’, que está na base da sua teoria da auto~ -realização. A motivação é o motor da vida das pessoas, sendo a personalidade marcada pelos diferentes itinerários livremente escolhidos, percorridos pelo indivíduo à medida que as necessidades são satisfeitas.
Maslow, tal como Rogers, é um humanista, dando particular atenção à necessidade de realização dos talentos e potenciais individuais. Para estudar e identificar as características da personalidade de indivíduos que considerava auto-realizados, Maslow analisou várias biografias: Abraham Lincoln, Thomas jefferson, Albert Einstein, Albert SchweitZer2@ entre outros. Observou e entrevistou amigos, colegas e estudantes universitários, que ele considerava auto-realizados, procurando através destes processos construir uma lista com as principais qualidades de pessoas que teriam atingido o vértice da pirâmide das necessidades,
Segundo Maslow, os indivíduos auto-realizados:
* Percebem a realidade de modo preciso;

* aceitam~se a síprópríos, aos outros e ao mundo;

* são espontâneos e despretensiosos;

* centram-se mais nos problemas do que em si próprios;

* valorizam a solidão;
* são autónomos;
* reagem com respeito aos mistérios da vida;

* têm experíênciasforTes;

* identificam-se com a humanidade;

* têm relativamente poucos amigos, mas levam-nos a sério;

* partilham valores democráticos;

* têm uniforte sentido ético;

* têm sentido de humor sem hostilidade;
* são criativos;

* resistem a enculturação.


NIASLOW, A., Motivation andPei@wna1ij@,, citado por GRAY, P., op. cit,, p. 584 (adapt.)
Maslow vai demarcar-se criticamente da concepção freudiana de criatividade. Contrariamente ao fundador da psicanálise, Maslow considera que as pessoas só podem desenvolver a sua criatividade se as necessidades básicas estiverem relativamente satisfeitas. A produção artistica e científica não resultaria assim do direccionamento das energias recalcadas - fundamentalmente de natureza sexual -
para fins mais elevados.
@_1-_Relê as pp. 124 e ss.
2 -A. LincoIn (1809-1865) foi presidente dos El JA (1860-1865), tendo proclamado a emancipaçào dos escravos;
T. jefferson (1743-1826) foi presidente dos EUA entre 1801 e 1809; A. Einstein (1879-1955) foi um cientista, principalmente conhecido pela descoberta da teoria da relatividade; A. Scliweitzer (1875-1965), médico e teólogo francês, recebeu o Premio Nobel da Paz em 1952.

Uma das críticas apontadas a Maslow refere-se ao carácter pouco rigoroso, não cientificamente provado, da sua teoria: teria analisado e estudado pessoas que ele previamente considerara auto-realizadas. Segundo os


críticos, ao escolher determinadas biografias e ao observar determinadas pessoas, usou um processo circular e
partiu de valores e caracterizações pessoais que os seus
estudos só vieram confirmar. Além disso, o conceito de auto-realização é difícil de ser objectivado e, portanto, analisado cientificamente.
Apesar destas críticas, a concepção de Maslow é considerada por muitos uma matriz que ajuda a compreender a personalidade humana. A hierarquização das necessidades, reflectidas na sua pirâmide, passou a ser
uma referência importante no estudo da motivação e da personalidade humana.
auto-realizaçào, hierarquia das necessidades, motivação.
P R 0 P 0 5 T A
T R A 8 A L- H 0
(1) De entre as personalidades da vida nacional e internacional, escolhe uma que consideres uma pessoa auto-realizada. Justifica as razões da tua escolha.
Henry Alexander Murray nasceu em Nova rICHA forque. Formou-se na Escola de Medicina e
Cirurgia de Colúmbia em 19 15, tendo-se doutorado em Bioquímica na Universidade de Cambridge, em Inglaterra, em 1927. Foi neste ano
que se começou a interessar pela psicologia, tendo contactado com a corrente psicanalítica. Chegou, inclusive, a fazer uma breve análise com
Cari Jung, em Zurique. Afastou-se das concepções da corrente freudiana, regressando aos EUA @z como professor de Psicologia na Universidade de
Harvard, passando, em IM, a dirigir a Clínica Psicológica da Universidade. Aí, dedicou-se sobre- lVIU RRP tudo ao estudo da personalidade, tendo publicado, em 1938, a obra Investigações Sobre a Personalidade. Nas suas pesquisas recorreu a vários métodos: clínico, experimental, histórico, psicanalítico...
G R A F C À1 Foi um dos fundadores do Instituto de Psicanálise
de Boston, tendo concluído uma formação que lhe permitiu praticar psicanálise. Uma das contribuições mais conhecidas deste autor para o estudo da personalidade foi o desen-
volvimento, com Cristiana Morgan, do Teste de Apercepção Temática (TAT), muito utilizado nos
nossos dias,
Após 36 anos de leccionaçâo em Harvard, deixou esta Universidade em 1962, tendo recebido a
medalha de ouro da Fundação Psicológica Americana pelos seus trabalhos.

893-198L)@ 0 desenvolvimento das suas pesquisas sobre a


personalidade levou-o ao estabelecimento de uma teoria que denominou personalogia. Os seus ensaios e trabalhos foram reuni-

dos em volume editado pelos seus colegas sob o título: Os Estudos


de VidGs: Ensaios Sobre a Personalidade de Henry A. Murroy.

MURRAY E A TEORIA DAS NECESSIDADES PSICOLõGICAS


Murray considera que só a análise aprofundada do indivíduo, enquanto pessoa, pode conduzir ao estudo e conhecimento da personalidade. 0 carácter único da personalidade leva-o ao estudo aprofundado de casos individuais. Será na Clínica de Psicologia de Harvard que Murray e os seus colegas vão levar a cabo pesquisas em amostras restritas de indivíduos. Para isso, recorrem a vários meios: análise de dados biográficos pormenorizados, observação directa do comportamento dos sujeitos, entrevistas efectuadas por diversos investigadores. Eram efectuados estudos longitudinais dos sujeitos ao longo dos anos, procurando conhecer
a sua evolução e desenvolvimento.
Para estudar a vida do indivíduo, eram analisados vários itens: o desenvolvimento na infância, as experiências e recordações mais significativas, a história escolar do indivíduo, as suas relações familiares e escolares, o desenvolvimento sexual, as capacidades e interesses, os valores éticos e estéticos perfilhados... A partir da história da vida da pessoa, do seu passado e das suas aspirações relativamente ao futuro, seria possível caracterizar a personalidade. Segundo Murray, é possível, a partir dos casos individuais estudados, inferir algumas regras gerais de comportamento.
Na sua teoria das necessidades psicológicas, que o autor designa por personalogia, destacam-se fundamentalmente dois conceitos: necessidades e pressão.
NECESSIDADES
Para Murray, a nccessidade, uma força que pode ter origem no interior ou no exterior da pessoa, organiza e orienta os mais diferentes processos psicológicos: a memória, o pensamento, a percepção, a acção. Isto é, as necessidades organizam o modo como as pessoas percebem, sentem, pensam, recordam e se comportam.
Murray apresenta uma longa lista de necessidades a partir das investigações que conduziu: identificou 12 necessidades viscerogénicas, isto é, primárias ou orgânicas, e 18 necessidades psicogénicas, secundárias ou psíquicas. As primeiras estão relacionadas com a sobrevivência: necessidade de ar, de oxigénio, de alimento, etc.
As necessidades psicogénicas, que derivam das necessidades primárias ou
orgânicas, podem em determinados momentos, inclusive, superá-las. Isto significa que nem todas as pessoas vivem as necessidades do mesmo modo: há necessidades que podem dominar a vida de uma pessoa e ser só relativamente sentidas por outras. No quadro seguinte, apresentamos algumas necessidades psicogénicas ou
secundárias de Murray.

Quadro 12 - Lista de necessidades psicogénicas de Murray


Necessidade
Definição ou exemplo
Realização
Atingir algo de difiki. Dominar, manipular ou organizar objectos ffsicos, seres humanos ou ideias tão rápida e independentemente quanto poss(vel. Ultrapassar obstáculos e atingir um n@ve elevado. Aperfeiçoar-se e ultrapassar-se a si próprio. Rivalizar e ultrapassar os outros.
Afiliação
Aproximar-se e cooperar com prazer com um outro. Agradar e conquistar a
afeição de outro. Manter-se leal a um amigo.
Domínio
Contro ar o seu ambiente humano, influenciar ou dirigir o comportamento de outros através da sugestão, persuasão ou comando. Convencer outros da correcção da sua opinião,
Exibição
Causar impressão. Ser v sto e ouvido. Provocar, fascinar, d vertir, chocar ou entreter outros, Atrair as atenções através de maneirismos, gestos ou discursos. Monopolizar
as conversas.
Evitamento
social
Evtar a humilhação. Abandonar situações embaraçantes que podem conduzir à humilhação. Refrear uma acção por medo de falhar. Associar-se a inferiores.
Comportamento de apoio
Ser simpático e responder às necessidades de uma pessoa indefesa. Ajudar uma
pessoa em perigo. Alimentar, ajudar, apoiar, consolar, proteger, confortar e curar
Ordem
Pôr coisas em ordem. Procurar limpeza, harmonia, organização, equilibrio, arruma-
ção, clareza e precisão.
jogo
Agir por divertimento, sem qualquer outro propósito. Empenhar-se em actividades agradáveis, sem ansiedade, de faz-de-conta. Dedicar os tempos livres aos desportos, à dança, a beber, em festas, a jogar cartas.
Sexo
Procurar e promover uma relação erótica.Ter actividade sexual.
Reforço
Ter as suas necessidades satisfeitas com a ajuda de um aliado. Ser apoiado, protegido, aconselhado, guiado e perdoado. Exagerar uma injúria. Permanecer ligado a um protector devotado.Ter sempre um apoiante.
HJELLE, L. e ZIEGLER, D., Personality Theor@es, McGraw-Hill, 1981, p. 158
Da anãlise dos dados que estudou e da contribuição de outras ciências (como, por exemplo, da antropologia), Murray considerou que certas necessidades se manifestam abertamente dado serem aceites pela sociedade. Designa-as por necessidades abertas, o que, na sociedade ocidental, seriam as necessidades de afiliação, de realização, de ordem, etc. outras necessidades não se podem exprimir em determinado contexto sociocultural, sendo reprimidas, inibidas. São o que designa por necessidades latentes as quais, mantendo-se inconscientes, se manifestam nos sonhos, nas fantasias, em sintomas neuróticos, etc. Enquadram-se neste tipo de necessidades o sexo, a agressão... De notar que as necessidades abertas e latentes não são universais dado que o seu carãcter depende e varia nas diferentes culturas (o que é uma necessidade aberta numa cultura ou época pode ser uma necessidade latente noutra).
MUrray considera que entre as diferentes necessidades existe uma grande interacção, decorrendo daí o seu carãcter dinâmico. Nalguns casos, as necessidades fundem-se, realizando-se na mesma actividade ou objecto. Contudo, é frequente surgir um conflito quando duas necessidades apresentam forças iguais ou seme-
lhantes, originando assim um estado de tensão.

PRESSAO
Intimamente relacionado com o conceito de necessidade está o de pressão. A pressão pode ter origem num objecto ou pessoa do meio que facilita ou dificulta a satisfação de uma necessidade.


As necessidades exprimem-se num determinado meio ambiente, num contexto que bloqueia ou permite a concretização de uma
necessidade, 0 comportamento individual j.oga-se na interacção que existe entre as
necessidades e a pressão do meio - é nesta
relação que se gera a dinâmica do comportamento individual. Murray designa por teilia-unidade o padrão psicológico do indivíduo, que resulta da forma como ele organiza as
relações entre as suas necessidades e o contexto em que vive. É o tema-unidade que dá continuidade à sua personalidade. É da relação unica entre necessidades e pressão’ do ambiente que se vai construindo, ao longo do tempo, a personalidade individual,
0 DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
A personalidade de uma pessoa é produto quer do seu passado - a sua história de vida - quer dos objectivos que aponta para o futuro.
Directamente influenciado pelos psicanalistas, Murray considera que a primeira infância tem um papel fundamental na formação da personalidade: distingue cinco estádios que deixariam marcas na personalidade sob a forma de complexos, influenciando de modo decisivo o desenvolvimento normal do indivíduo, A patologia só surge quando a pessoa se fixa num estádio impedindo o desenvolvimento, a maturidade,
Na formação da personalidade intervêm factores de vária ordem: factores relacionados com a constituição física da pessoa, a cultura a que pertence, os grupos de que faz parte, Murray refere ainda a importância dos factores relacionados com
o estatuto e o papel que a pessoa ocupa e desempenha na sociedade. Por exem-
@-l--murrày distingue a pressão alfa da pressão beta, À primeira, corresponde o conjunto de pessoas, objectos, aconteci-
mentos, que existem de facto num determinado momento, A pressão beta corresponde à pressão do ambiente como
é sentida, vivida subjectivamente, pelo indivíduo (por exemplo, pode interpretar como hostis todos aqueles que o
rodeiam), Geralmente, os dois tipos de pressão equilibram-se.

plo, o estatuto da mulher na nossa sociedade determina, segundo este psicõlogo, aspectos da sua personalidade. 0 estatuto adquirido, como, por exemplo, a profissão, afecta também a personalidade dos sujeitos.


Contudo, Murray não esquece as determinantes da situação, isto é, os aconte-
cimentos que ocorrem na vida quotidiana das pessoas: por exemplo, um encontro ocasional pode levar a um casamento, determinando muitos aspectos da sua vida futura.
A teoria de Murray sobre a personalidade reflecte a influência da psicanálise e das teorias humanistas, destacando-se o carácter interactivo e dinâmico das suas concepções. Alguns cúticos apontam a ausência de estudos empíricos que fundamentem a sua teoria.
Uma das aplicações mais conhecidas da teoria das necessidades é a construção do TAT (ver p. 65 da 1.’ parte), um dos testes projectivos mais utilizados em que se pretende a apreensão e interpretação dos aspectos menos visíveis da personalidade: fantasias, desejos, conflitos...
0 homem faz jogg@ng ou foge de um
atacante? Esta fotografia é semelhante às apresentadas no
Teste de Apercepção Temática (TAT).
necessidades, personalogia, pressão, TAT, tema-unidade.
(1) Para Murraya dimensão tempo marca a personalidade.
1.1. Comenta esta afirmação reportando-te aos factores que, segundo o autor, influenciam
a construção e o desenvolvimento da personalidade.

E N T R E V 1 S T A com


M, mfn”, JA M.ITMI
Júlio Machado Vaz nasceu, em 1949, na cidade do
Porto. Licenciou-se em Psiquiatria, tendo-se doutorado
em Psicologia Médica. Desenvolve a sua actividade
como professor na regência da cadeira de
Antropologia Médica no curso de Medicina do Instituto
de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, no Porto.
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