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A psicologia2 arte Manuela Monteiro q, Milice Ribeiro dos Santos


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0 que caracteriza o pensaniento COliVerOcilte é a existência de uma resposta ou conclusão que surge como única: o pensamento é orientado em direcção a essa resposta que surge como a melhor. É um pensamento dominado pela lógica e objectividade.
0 peri,,arnei---lto di\ ergente é caracterizado por uma exploração mental de soluções várias, diferentes e originais para um mesmo problema.
A partir da definição destes dois tipos de pensamento, Guilford reconh que há indivíduos nos quais domina o pensamento convergente e outro que domina o pensamento divergente.
Assim se, por exemplo, num grupo de pessoas pedirmos para enu
para que serve um sapato, há quem se limite a dizer: para meter os pé matar uma aranha, dar um pontapé a uma bola; e quem encontre fun múltiplas e espantosas como tapar uma frincha, impedir a queda de livros numa prateleira, esconder prendas de Natal, servir de estojo d costura, etc., etc. Poderás inclusive, ao visitar uma exposição, po exemplo, encontrar um sapato como elemento escultórico.
As pessoas criativas têm uma fluência de ideias imaginativas, uma flexibilidade e uma sensibilidade que as torna
capazes de apreenderem relações, não visíveis, existentes nos problemas.
@l --Guilford apresenta um modelo de estrutura da inteligência a três climensóes: as operações (como o conhecimento, a
memorização, a prudução convergente e divergente, o juízo*), os conteúdos (por exemplo, visual ou verbal) e os produtos (por exemplo, a unidade, a classe, a relação, o sistema), Colocou a hipótese de existirem 150 factores de inteligência.

0 texto que se segue distingue o pensamento convergente do pensamento divergente:


“Suponbamos um problema que exíja uma, solução única e imediata; muito estruturado e comportando dados rigorosos e limitativos, ele exíge um modo operatório particular. Tôda a actividade mental em que o pensamento é estreitainente canalizado, encerrado em normas restritivas, submetido a instruções rígidas no sentido de uma solução única, favorece e apela para um modo de pensamento chamado convergente. É o modo de pensamento próprio da n@fÓrInacão, (Ia memória, (Ias aprendizagens em geral, como aprender a ler e a guiar automóvel. É também o pensamento conforinista, prudente, rigoroso mas estreito. E, segundo Landsbeere, a inteligência do Homem disciplinado, rotineiro, bem COnio do burguês circunspecto, do estudante-modelo, do pe@ffito contabilista...
Por outro /ado, o pensamento divergente é aquele que perante um problema procura todas as soluções possíveis, menos adstrito à conformidade da resposta do que à sua originalidade, tranquilo em,làce das questões amplas e mal defini- (Ias,. capaz de apreender relações entrejàctos nunca anteriormente notados e de produzir,lórinas novas através de ensaios e erros, por `aproximaçúo experimental’. É o pensamento que caracteriza o espírito de aventura e dejàntasia, o pensalnento do artista, do sábio, dopioneiro, do inovador, também afiorma depensamento dominante na criança de idade pré-escolar. Digamos que o pensamento divergente é a própria tradução, no plano psicológico, do termo ‘criatividade’. “
CLERO, R., A Actit,i(l(iclc Crúidom da C@ança, Ed. Estampa, Lisboj, 1980, pp 35-36
CRIATIVIDADE
Uma das preocupações de Guilford, foi desenvolver uma reflexão sobre o pensamento criador, sobre a criatividade. Segundo o autor, a criatividade apresenta três aspectos essenciais: a fluidez, a flexibilidade e a originalidade.
A fluidez ou fluência consiste na capacidade para descobrir múltiplas soluções; a flexibilidade é a capacidade para mudar de estratégia na resolução de um pro- 1£"62m"lcl blema; a originalidade caracteriza-se pela descoberta de novas formas para resolver problernas, sendo a principal característica da criatividade.
Godefroid sintetiza o fundamental de cada uma destas características:
“A fluidez conduz o criador a propor um grande número de soluções onde a
maiorparte dos indivíduos só encontra algumas ( .. ).
A flexibilidade é a qualidade que permite passar,facilmente de uma categoria de coisas, ou de um aspecto de um problema, a outra, em vez de se limitar apenas a um ponto de vista ( .. ).
A originalidade, enfim, constitui a característica por excelência da críatividade no sentido em que a obra criada resulta da síntese de uma nova combinação de ideias. “ (KO','I'LER, 1964)
GODEFROID, up. cit., pp. 458-459
Este autor define ainda a criatividade como “o cboqueforluito, ou em todo o caso ínexplícado, de dois contextos diferentes e sem qualquer relação aparente entre si. É o caso de Arquimedes na sua banbeira. Existe no cérebro deste último

um primeiro contexto, no centro do qual se encontra o prazer de tomar banbo numa banbeira cbeía até à borda, e a contrariedade de ver a água transbordar quando se entra nela. É o cboque entre estes dois contextos que provoca o nascimento da sua teoria de medição dos volumes”.’


Taylor e Barron, dois psicólogos cognitivistas, interessaram-se particularmente pela manifestação da criatividade nas ãreas científica, técnica e artística. Num estudo publicado em 1963, e citado por Droz e Richelle (op. cit., pp. 251-252), apresentam alguns traços característicos da personalidade criativa:
A personalidade criativa é autónoma nos seus pensamentos e acções, não se integra facilmente num grupo e não se submete aos valores do grupo, se
as actividades e valores não são conformes às opções pessoais; tende a ser menos dogmática e mais relativista na sua concepção de vida que as personalidades menos criativas; admite os aspectos irracionais do seu comportamento; -prefere a complexidade e a novidade à simplicidade e ao conbecido;

- aprecia o bumor e tem um bom sentido de bumor-

- acentua ao mesmo tempo valores teóricos e estéticos.”
De notar que, tal como a inteligência, a expressão e o desenvolvimento da criatividade estão intimamente ligados às condições do meio.
@I - GL[ilford, citado por DUBOIS, 0 Labiffiao da Inteligência. Da Inteligência Natural a Inteligência Fractal. Instituto
Piaget, 1994, p. 189.

No texto que se segue, Carl Rogers aborda o processo criador.


A criatívidade não está, na minha opinião, restringída a um conteúdo determinado qualquer. Penso que não há uma diferença fundamental entre o
processo criador, tal como ele aparece na acção de pintar um quadro, compor uma sinfonia, inventar novos instrumentos para matar, desenvolver uma teoria científica, descobrir novas formas para as relações humanas ou criar novos processos que desenvolvam a personalidade de um indivíduo, como a psicotera~ pia (foi, defacto, pela minha experiência neste último domínio, mais do que em qualquer das artes, que me veio o meu interesse especíalpela criatividade e
pelos elementos que a facilitam. 0 conhecimento íntimo da forma como o indi~ viduo se remodela a si mesmo na relação terapêutica, com originalidade e com
uma destreza efectiva, provoca em nós uma confiança nas potencialidades criadoras de todos os indivíduos).
Portanto, a minha definição do processo criador é que se trata de uma emergência na acção de um novo produto relacíonal que provém da natureza única do indivíduo, por um lado, e dos materiais, acontecimentos, pessoas ou circunstâncias da sua vida, por outro. “
ROGERS, C., Para uma Teoila da üiatividade, Iniciação Cultural, s/d, pp. 7-10
paiavras- criatividade, inteligência, QI, teste de inteligência. . h a @-
T “0 pensamento divergente é a própria tradução, no plano psicológico, do termo criati-
vidade.
CLERO

1.1. Distingue pensamento convergente de pensamento divergente.


1.2. Mostra a relação que existe entre estes dois tipos de pensamento.
1.3. Comenta a afirmação do autor.
‘Jntelectualmente, o pensamento criador afirma-se como uma operação ao mesmo
tempo convergente e divergente, espontaneamenteflexível e adaptativa, orientada para a busca de soluções originais.
VERALDI
A criatividade é “uma forma especial de resolverproblemas que envolve a combinação de elementos novos ou não usuais”.

GARDNER
2. 1. Comenta o texto reportando-te às características do pensamento criativo.


2.2. Reflectindo sobre a tua experiência, diz de que forma a escola valoriza o pensamento
convergente e divergente.
Propomos-te que vejas o filme “Mentes que Brilham” realizado por Joclie Foster e interpretado porAdam Hans-Byrd,jodie Foster e DianineWiest.
0 filme suscita a reflexão sobre várias questões: a sobredotação, a importância da emoção e
da afectividade no desenvolvimento da inteligência... Para além destas, outras questões são levantadas. Identifica-as e comenta-as.

ÁLVARO DE CAMPOS


“DEPUS A MASCARA, E TORNEI A PO-LA.
ASSIM É MELHOR.
SEM A MASCARA.
E VOLTO À PERSONALIDADE COMO A UM TÉRMINUS DA LINHA.
A palavra personalidade tem origem no termo latino persona, que significa máscara. Os actores do teatro antigo, concretamente da tragédia grega, usavam
uma máscara durante toda a representação, permitindo aos espectadores reconhe-
cer a personalidade das diferentes personagens. A máscara, pela sua constância, possibilitava prever o comportamento dos intervenientes ao longo da acção.
A personalidade é o elemento relativamente estável da conduta de uma pessoa, a estrutura que subjaz à constelação das características de cada um de nós. É o que nos torna unos e únicos, distinguindo-nos de todos os outros.
As referências à personalidade são muito frequentes na conversação comum, atribuindo-se classificações e valores à maneira de ser daqueles que nos rodeiam. Assim, é frequente referirmos que alguém é tímido ou sociável, seguro ou inseguro, introvertido* ou extrovertido*, disciplinado ou impulsivo... Por vezes até se avançam explicações para certas formas de estar e ser, procurando justificações

para aqueles que estão sempre à defesa, que encaram o mundo como hostil, que se


dedicam a grandes ideais perseguindo utopias. Subjacentes a estas considerações, que fazem parte do quotidiano, estão vulgarizacoes de algumas teorias da personalidade que estudarás neste capítulo.
Algumas perturbações e patologias da personalidade como a despersonalização*, a
personalidade esquizóide*, paranóide-compulsiva*, obsessiva*, anti-social*, múltipla* são objecto de grande curiosidade.
0 conceito de personalidade percorreu este livro. Neste capítulo, procuraremos reelaborar uma síntese integradora do que estudaste nas unidades anteriores. Aliás, a
compreensão da personalidade envolve o
entrecruzamento de saberes de várias áreas do conhecimento: psicologia’, biologia, sociologia, neurologia, antropologia e, também, história, artes plásticas, literatura, etc. Só uma visão interdisciplinar respeitará a complexidade, pluralidade e
dinamismo desta dimensão do ser humano.
Conceito de personalidade
Natureza da personalidade - seu dinamismo
Factores gerás que influenciam a personalidade
Teorias da personalidade
1 --A psicologia diferencial/ psicologia comparada estuda comparativamente as diferenças individuais, isto é, as carac-
terísticas seinelhantes e distintivas entre as pessoas e os grupos, aos níveis físico, mental ou de padrões comportamentais.

CONCEITO DE PERSONALIDADE


1
0 conceito de personalidade, apesar da grande diversidade conceptual, centra-
-se em alguns itens aglutinadores como consistência, essencialidade, estabilidade, continuidade, estrutura, entre outros. A personalidade diz respeito a um conjunto de características pessoais, persistentes e suportadas numa coerência interna.
Quando nos referimos à personalidade de alguém, temos em conta os seus

41 sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, comportamentos, motivações,


tomadas de decisão, projectos de vida. Falar de personalidade é também falar do sentido que a pessoa dá às diferentes ocorrências e experiências da sua vida. Falar de personalidade é ainda falar de comunicação e de relações interpessoais, de comportamento social. A personalidade envolve a totalidade da pessoa.
A personalidade é um conceito que Pffi---NEM apela para o indivíduo, para a sua unici-
dade, no que há de mais nuclear e específico em si mesmo, mas, também, para a sua diferenciação, no que há de distintivo dos outros. A personalidade permite que nos reconheçamos e sejamos reconhecidos mesmo quando, ao desempenhar os vários papéis sociais, usamos diferentes máscaras para repre~ sentar as diferentes personagens. A per sonalidade representa uma fidelidade, uma continuidade, consistência de formas de estar e de ser.
“A diversidade do comportamento humano não acontece desordenadamente, ou à sorte, mas organiza-se em padrões ou pautas de conduta facilmente ident@ficáveis e características das pessoas. Estes padrões de compor~ tamento, diferentes uns dos outros, constituem um fenômeno complexo, que inclui, pelo menos, dois elementos, ambos relevantes. 0 primeiro é o facto d@/èrencial.- pessoas díferentes reagem e comportam-se de modo diferente
numa mesma situação. 0 outro é a continuidade ou (relativa) estabilidade do modo de conduzir~se de cada pessoa, que parece tender para uma certa seme-
lhança de comportamento mesmo quando a situação é diferente. “
FIERRO, A., Psicologia Básica, Euderna, 1993, p. 538
Muitas denominações têm sido dadas para referir um mesmo objecto de
1 estudo: personalidade, identidade, se@f, carácter, proprium
A personalidade é um conceito dinâmico, global, que vai entrosar com consistência factores biológicos específicos - temperamento* e carácter* - que estão na
@1 - 0 livro de L'Ecuyer, Le Concept de Soi, aprofunda as diferenças conceptuais entre as várias designaçóes (ver bibliografia).

base das caracteristicas instintivas e emocionais -, bem como aspectos cognitivos, fisicos, relacionais.


“A personalidade é simultaneamente um factor de unidade e de comparaçao, permitindo precisamente distinguir no homem que actua aquilo quefaz que seja um homem e o quefaz com que ele seja aquele homem.
Mais claramente, é cómodo, e para além disso banal, confrontar a personalidade com noções próximas, nomeadamente as de pessoa, carácter e teinperamento.
A pessoa designa um indivíduo concreto. Na linguagem comum, a personalidade pode designar também um ser concreto: quando, por exemplo, se diz de alguém que é uma personalidade foi-te. Em psicologia, no entanto, a personalidade distingue-se da pessoa ao designar o conjunto de esquemas que organizam o comportamento do indivíduo. É, portanto, um conceito abstracto fácil de se
díferencíar do de pessoa quando, por exemplo, se diz de tal pessoa que, com uma personalidade como a sua, é surpreendente que tenha agido de tal maneira.
A personalidade é, muitas vezes, confundida com o carácter, Contudo, este designa, antes de mais, as componentes ínstíntivo-afectivas da personalidade, enquanto que aquela engloba, não só características de carácter (jovialidade, agressívídade ... ), mas também aptidões cognitivas (imagrinação, inteligência.---) e, ainda, componentesfisicas.
Quanto ao temperamento, remete prioritariamente para as componentes fisíológicas hereditárias. Portanto, não é mais que um aspecto da personalidade.
Quando se diz que a personalidade é um conceito abstracto, isso quer dizer que repousa sobre inferências. Do mesmo modo que a agressívídade é ínferida a
partir da agressão, a personalidade é inferida, a um segundo nível, a partir de traços como a agressividade, a timidez, etc. Ela substitui a motivação, que é oca-
sional, enquanto a personalidade assegura a continuidade do comportamento. “
PIRE, F., Questions de Psycbologie, De Boeck, 1994, p. 176 (adapt.)
Antes de analisarmos os diferentes olhares dos vários psicõlogos sobre este conceito, referiremos a polémica personalidade-comportamento. Assim, a personalidade é, nalgumas concepções, inferida a partir dos comportamentos observados, enquanto, noutras, é a personalidade que vai explicar os comportamentos. Nesta última perspectiva, a personalidade “( ... ) transcende o estudo do comportamento, ela é a trama sobre a qual se tecem diversos padrões” (Petit, OP. cit., P. 176).

@O-1 -h,711151111.1 de Fernando Pessoa correspondem a


várias personal dades viv das pelo poeta.
Eis algumas das muitas definições de personalidade:
‘A personalidade não existe do mesmo modo que uma pele ou uma pessoa; não se pode acaríciã-la nem apertar-lhe a mão. É uma construção hipotética inferida a partir do que diz (ou não diz) e faz (ou não faz) um ser humano, para nele se perceber uma estrutura relativamente estável de elementos que lhe são característicos, quefazem com que ele não seja confundido com qualquer outro e sepossaprever o seu comportamento anterior numa dada situação. “
LEYENS
“0 que a personalidade representa essencialmente é a noção de unidade integrativa de um Homem, com todo o con *unto das suas características diferencíais permanentes (inteligência, carácter, temperamento, constituição) e as suas
modalidades próprias de comportamento. “
PIERON
‘A personalidade é a totalidade Psicológica que caracteriza um Homem em particular. “
MEILI
“A personalidade é constituída pelos modelos de comportamento distintos, incluindo os pensamentos e as emoçoes, que caracterizam a adaptação de uma
pessoa às exigências da vida. “
RXMUS

“A personalidade é aquilo que permite um prognóstico do que a pessoafará numa dada situação. “


“Um padrão total de acções. “
CAMLL
CATELL, 1963
“Um padrão de acções, sendo a acção um padrão de con-
duta, uma disposição a comportar-se de uma maneira descritível.’>
jANIS’, 1969
Tormas relativamente estáveis, características do indivíduo, depensar, experimentar e comportar-se,”
ROrITEW, 1954
Tadrões de conduta e modos de pensar característicos de uma pessoa, que determinam a sua adaptação ao meio que a rodeia.
HILGARD. AUINSON e ATKINSW, 1975
“Um sistema relativamente específico, definido e consistente de disposições de necessidade, que operam como reacções selectivas às alternativas que se apresentam ao indivíduo a partir da situação.
PARSONS’, 1951
“A personalidade é a organização distinta e única de traços de um indivíduo, que se reflecte nas reacções que este tem em relação a sipróprío e aos outros, na maneira como os outros reagem a ele e
no modo como ele enfrenta as suas frustrações e conflitos, isto é, como se ajusta ao ambiente. “
JOHNSON e MEDINUS
‘A personalidade é o conjunto de traços, disposições ou características relativamente permanentes que dão, de algum modo, consistência ao comportamento de uma pessoa. “
FEIST
A multiplicidade das definições de personalidade leva a que nos interrogueMOS COM Petit (op. cit, p. 173): ‘A questão dapersonalidade recebeu tantas respostas que se pode considerar uma questão sem resposta”.
@I - Citados por FIERRO, A., in Ptiente, op. cit., P. 539

NATUREZA DA PERSONALIDADE2


Ao analisarmos as várias definições da personalidade retém-se uma característica fundamental: a personalidade é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida. Tem os seus alicerces no temperamento, no meio social em que esta~ mos inseridos, sendo também fruto de uma elaboração da nossa história de vida, isto é, da forma como sentimos, representamos e integramos as nossas experiências.
A personalidade não se pode isolar de aspectos pessoais como a dimensão TEXTO fisiolOgica, emocional, intelectual, sociomoral, não sendo também independente da
consciência e da representação de si, que cada um tem, nem da sua auto-estima*.
Compreende-se, assim, por que razão se afirma que a personalidade é um
processo dinâmico, uma construção contínua que decorre ao longo da vida do indivíduo.
A personalidade acompanha e reflecte a maturação psicológica e esta avalia-se por caracteristicas como a autonomia, o autocontrolo, a capacidade de comunicação interpessoal, a expressão das ideias e dos afectos* e a construção de projectos de vida. 0 processo de maturação obtém-se através dos conflitos, gratificações afectivas, frustrações*, realizações, crises com que nos confrontamos.
No capítulo sobre o desenvolvimento, tiveste oportunidade de abordar as dife~ rentes dimensões e perspectivas de desenvolvimento, o que, de um modo mais ou menos directo, te remete para a evolução e construção da personalidade.
A personalidade é um processo dinâmico no qual intervêm diferentes factores.
FACTORES QUE INFLUENCIAM A PERSONALIDADE
Nos diferentes capítulos, discutimos, de forma mais ou menos desenvolvida, as
influências da hereditariedade, do meio social e das experiências pessoais no com-
portamento e desenvolvimento dos seres humanos. Por isso, faremos apenas uma breve referência a estes factores e à forma como intervêm na construção da personalidade.
As diferentes teorias da personalidade vão privilegiar, como verãs, uns factores em detrimento de outros. Contudo, eles estão intimamente relacionados: a personalidade é produto da organização dinâmica das diferentes componentes. A influência destes factores é, à& obviamente, diferente nos diferentes indivíduos.e nas
fases diferentes do ciclo de vida.
Analisemos então três factores gerais que influenciam a personalidade:
* influências hereditãrias;
* meio social;
0 experiências pessoais.

INFLUÊNCIAS HEREDITÁRIAS


0 património genético do indivíduo define-se na sua singularidade morfológica, fisiológica, sexual (ser homem ou mulher). Na determinação do temperamento estão as variações individuais do'organismo, concretamente a constituição fisica e o funcionamento dos sistemas nervoso e endócrino, que são em grande parte hereditários.
Quando estudaste os fundamentos da psicofisiologia, tiveste oportunidade de analisar o papel da hereditariedade no desenvolvimento e comportamento dos seres humanos. 0 estudo dos gêmeos - um dos métodos usados para analisar o
papel da hereditariedade (ver p. 118 da V parte) - demonstrou que, na generalidade, é nas características da personalidade que a semelhança é menor, em comparação
com as semelhanças físicas e intelectuais.
Para, perceberes melhor a importância que os factores biológicos têm na personalidade, basta recordares as perturbações daqueles que são afectados pela disfunção do sistema nervoso e do sistema endócrino.

“0 padrão genético estabelecido no momento da concepção influencia as


características da personalidade que uma pessoa desenvolverá. Deforma muito óbvia, o dano encefálico herdado ou os defeitos de nascença podem ter influência pronunciada sobre o comportamento da pessoa. Além disso, os factores somátícos (orgânicos) como altura, peso ( .. ), ofuncionamento dos órgãos dos sentidos e outros podem qfectar o desenvolvimento da personalidade. “
WITnG, A., Psicologia Geral, McGraw-HilI, 1981, p. 7 (adapt.)
As primeiras teorias da personalidade, concretamente as teorias dos tipos, enfatizam o papel dos factores biológicos e da componente hereditária na estru- 1~@45 tura da personalidade, subalternizando o papel do meio e das experiencias pessoais. A psicanálise vai chamar a atenção para a componente pulsional de raiz biológica na construção da personalidade.

MEIO SOCIAL


0 papel dos factores sociais no desenvolvimento e no comportamento do ser
humano foram objecto de análise detalhada nos capítulos sobre a psicologia social e o desenvolvimento.
0 meio social - família, grupos e cultura a que se pertence - desempenha um
papel determinante na construção da personalidade. A personalidade foriria-se num processo interactivo com os sistemas* de vida que a envolvem: a família, a escola, o grupo de pares, o trabalho, a comunidade...
Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização em que a família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito importante, pelas características e qualidade das relações existentes e pelos estilos educativos.

0 tipo de ambiente e o tipo de clima vivenciados (gratificante, hostil, violento, harmonioso) também influenciam a personalidade. As investigações ecossistémicas e

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