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A psicologia2 arte Manuela Monteiro q, Milice Ribeiro dos Santos


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1 Simon@ que criaram a Escala Métrica de inteligência, constituída por testes destinados a medir as capacida~ des mentais. Os testes eram constituídos por questões e


exercícios sobre figuras, números, letras, palavras, em
ordem crescente de dificuldade e variavam de acordo com a idade4.
0 resultado obtido nos testes indicava a idade mental, Se a idade mental coincidisse com a idade cronológica, a criança era considerada normal; assim, se, por exemplo, uma criança de 12 anos só conseguisse res-
pender correctamente aos testes destinados às crianças de 8 anos, dir-se-ia que a sua idade mental seria de x
8 anos; portanto, a criança apresentaria um “atraso”. De notar que a escala estã orientada para avaliar as capacidades requeridas pela escola: o seu objectivo era fazer um prognóstico do rendimento escolar.
0 termo Quociente de Inteligência (Ql) é usado pela primeira vez por Stern, na Alemanha, e retomado nos EUA por Terman, que publica, em 1916, uma ver-
são revista do teste de Binet~Simon. Esta versão passa a ser denominada por Escala Stanford-Binet’. 0 quociente de inteligência visa determinar a relação entre
@_1_-1nvcstigadora na área das ciências sociais e humanas, autora dos livros Ainor Incerto, Um é o Ontro, XY-
A Identidad(,,,Wasculina.

2 - Gencucista, autor das primeira carta mundial do genoma humano. ,@ - Relê a 1). 61 da 1.` parte. i - Binet aferiu a sua escala através (Ia aplicaçào dos testes a crianças com idades entre os 3 e os 11 anos, @ - Stanford é o nome da Universidade onde Terman leccionava.

a idade mental (IM) e a idade cronológica (IC). Para calcular o Ql, Terman dividiu a idade mental, obtida pela aplicação de uma bateria de testes, pela idade crono-
lógica, multiplicando o resultado por 100.
IM ic
Q1 = X 100
Assim, por exemplo, uma criança de 10 anos com a idade mental de 12 anos tem um Q1 de 12 x 100 = 120. Neste caso, a criança teria um desenvolvimento da inteli-
í-o gência avaliada acima da média, dado que o Q1 de 100 é considerado o valor médio.
Terman estabeleceu assim, a partir da testagem de vários sujeitos, as seguintes categorias:
Idade
Item

80-89
Lentidão


90- @ 09
Inteligência média
110-119
Inteligência superior
120-140
Inteligência muito superior
Quadro 9 - Itens da Escala de Inteligência Stanford-Binet
Idade
Item
Descrição
2 anos
Prancha com três furos
Coloca formas (circulo, triângulo, quadrado) nos furos correctos.
Construção de uma torre de blocos
Constrói uma torre de quatro blocos depois de feita uma demonstração.
3 anos
Construção de uma
ponte com blocos
Constrói uma ponte formada por blocos laterais e um bloco superior depois de feita uma demonstração.
7 anos
Semelhanças
Respostas e perguntas do tipo: “Qual é a semelhança entre um navio e um automóvel?’’.
Copiar um losango
Desenha três losangos acompanhado por um modeio impresso.
8 anos
Vocabulário
Define oito palavras apresentadas numa lista.
Memória para histórias
Ouve uma história e depois responde a perguntas.
9 anos
Absurdos verba@s
Deve dizer o que está errado numa histór@a deste gênero: “Vi um homem bem vestdo que passeava pela rua com as
mãos nos bolsos e que agitava uma bengala nova.”
Inversão de digitos
Deve repetir o@to digitos de trás para a frente.
TERNIAN e MERRILL (1960), citado por MORGAN, C., Introdução à Ilsicologia, 1978, pp. 193-194 (adapt.)

Nos finais da década de 1930, Wèchsler apresenta um teste para adultos - a


Escala de Inteligência de Wèchsler para Adultos (WAIS - Wèchsler Adult Intelligence Test) -, revista em 1981 (WAIS - R). Constrói também uma escala de inteligência para crianças, WISC, e, mais tarde, uma escala específica para o nível pré-escolar e I., ciclo.
Apresentamos-te, em seguida, um quadro de provas da Escala de Inteligência de Wèchsler para Crianças (WISC) em que aparecem algumas questões verbais e
de desempenho.
Quadro 10 - Itens da Escala de Inteligência de Wèchsler para Crianças (W11SC)
Testes verbais
Teste de realização
Informação geral “Quais são as quatro estações do ano?’’ “Quem descobriu o Brasil?’’ ‘’Qual é a capital da Argentina?’’
Complemento de gravuras Indicar o que falta nas gravuras,
Compreensão ‘’0 que devemos fazer quando nos cortamos num dedo?” “0 que farias se visses um comboio aproximar-se de um sítio?”
Disposição de gravuras Colocar urna ser e de imagens por ordem para formar uma história.
Aritmética
“Um le te ro tinha 25 garrafas de leite e vendeu 12. Com quantas ficou?” ‘’T@nhamos 72$00 para distribuir por 4 rapazes. Esse dinheiro foi igualmente dividido entre eles. Com quantos escudos ficou cada rapaz?”
Cubos Reproduzir um desenho geométrico com
uma série de cubos coloridos.
Semelhanças
Composição de objectos
“Em que são semelhantes um gato e um rato?” ‘’Em que são semelhantes uma montanha e um lago?”
Reunir as peças de um puzzle.
Vocabulário
Código
‘’0 que é uma aflição?” “0 que é um campanário?”
Fazer corresponder números e signos.
Memória de dígitos
Labirintos
Repete uma série de números por ordem, primeiro em sen-
tido normal e depois em sentido inverso. 1
Resolução de labirintos.
MARQUES, J. H. F. (org,), Manual da Escala de Inteligência de Wecbslerpara Cl^ianças (WISC),
Instituto da Alta Cultura, 1976 (adapt.)
TESTES DE INTELIGÊNCIA - A POLÉMICA
já tiveste oportunidade de reflectir sobre algumas reservas que se colocam à aplicação dos teSteS2. Os testes de inteligência têm suscitado grande polémica. De facto, nas primeiras décadas do século passado, ao serem utilizados de forma redutora e abusiva, conduziram ou justificaram a discriminação social e racial. Um
@I - WISC - WecbsIer Intelligence Scalefor Cbildren.

2 - Relê a p, 67 da 1.’ parte.

dos exemplos mais citados refere-se à aplicação dos testes de inte~ ligência aos imigrantes que chegavam aos EUA. Assim, em 1917, psicólogos afirmaram que 83% dos imigrantes judeus, 80% dos húngaros, 79% dos italianos e 87% dos russos eram débeis mentais.
Robert L. Williams, um psicólogo negro, apresentou o seu testemunho:
“Quase que fui vítima destes testes. Aos 15 anos, tive uma classificação no QI de 82, isto é, três pontos acíma das classes de educação especial. Depois deste resultado, o orientador sugeriu-me a construção civil, porque era ‘hábil com as mãos’. 0 meu ,fraco QI, apesar de tudo, não mepermitiu considerar esta escolha desejável.
WILIJAMS, R., citado por RMIJUS, op, cit., pp. 225-226
Depois de uma utilização maciça dos testes de inteligência (durante a Primeira Guerra Mundial, o exército americano empregou mais de 300 psicólogos), assiste-se, na década de 1960, a uma forte contestação ao modo como estes instrumentos de medida eram utilizados. Muitos psicólogos denunciam o facto de os testes terem justificado a institucionalização da ideia de que os diferentes grupos étnicos, raciais e sociais corresponderiam a diferentes aptidões cognitivas, hereditariamente determinadas e reflectidas nos resultados do Ql’. É enfatizado o facto de os testes alimentarem preconceitos culturais ao utilizarem fundamentalmente a experiência da cultura ocidental.
Por outro lado, são cada vez mais as vozes que contestam a possibilidade de se avaliarem as capacidades intelectuais de uma pessoa através de um número. É esta a ideia dos textos que a seguir te apresentamos.
“Será possível descrever através de um único número algo de tão complexo como o intelecto humano? Por analogia, tenta descrever ofisico de uma pessoa
com um simples número. Que números usarias - a altura? o peso? o comprimento do braço? a medida do pescoço? Uma média destas ou de mais algumas outras? Nenhuma medida ou média únicas são adequadas. Para retratar o
corpo de alguém, precisarás de um conjunto de medidas de d@fi,rentes partes do corpo. Não será a estrutura da inteligência pelo menos tão complexa como a do corpo?”
GRAY, P., ()I) Cil, p. 375
@_I_No livro The Bell Curve: Intelligence and Class Structure in Americ(in I,@fe, The Free Press, 1994, C. Murray e
R. Hernistein, valorizando os resultados do Ql, defendem que OS indivíduos diferem nas suas capacidades cognitivas, o que se deveria fundamentalmente à herecItiaried3de. As pessoas de raça negra teriam os Q1 mais baixos. A publicaçao desta obra gerou uni intenso debate nas revistas da especialidade e na imprensa erri geral. Os textos que te apresentamos nas pp. 139 e 140 fazem parte de utri desses debates.

‘Mas talvez seja mais importante notar que os testes de inteligência são apenas uma selecção de um leque muito vasto de aptidões intelectuais, em grande parte determinada pelos critérios de sucesso vigentes na sociedade em que o teste,foí construido. Dos testes não se pode inferir nada quanto à superioridade em geral, nem tão-pouco que os grupos com scores abaixo da norma sejam menos competentes em termos gerais. A competência é definida pelo meio e não pelos testes. “


JEStINO. C., ol) cit, p. 138
Psicõlogos e educadores condenam sobretudo a absolutização de um resultado que passa a rotular uma pessoa, marcando-lhe muitas vezes o seu destino’. A crença de que um número - Q1 - é suficiente para avaliar um indivíduo esquece o relativismo desta avaliação e, sobretudo, a riqueza e variedade das capacidades humanas.
A questão talvez não se deva colocar na exclusão dos testes mentais: são instrumentos úteis ao diagnóstico desde que controlados os efeitos e acompanhados de outros meios e técnicas de observação e avaliação.
@, . .. ... ..... (1) Reflecte sobre os materiais que te apresentamos e que foram publicados na revista Le Nouvel
Observateur, de janeiro de 1995, e na revista Science et Vie, n.’ 928, de janeiro de 1995.
Q1 i60 Reggie Jackson
Qi 140 Madorma
Q1 124 Hubert Reeves
Q1 119 J. E Kermedy
A inteligência é, acima de tudo, a disponibilidade de espírito e a arte de colocar questões a sipróprio e aos outros. É também a capacidade de estabelecerpontes entre domínios totalmente diferentes.
JACQUES NETALI

2.1, Explica o conceito de inteligência presente no texto.


2.1 Distingue inteligência prática de inteligência conceptual.

2.3. Identifica alguns dos factores que influenciam a inteligência.


“Na Inglaterra, foi feito um estudo em crianças que viviam em barcos nos canais e pouco frequentavam a escola e que tinbam um QI na ordem de 70. E quanto mais tempo viviam nessa situação mais o QI baixava, Resultados semelbantes foram obtidos com crianças ciganas que apenas iam a escola trinta e cinco por cento do tempo. Em contrapartída, Vernon apurou que crianças, em condições à partida menos favorecidas, aumentavam substancialmente o seu QI com uma melboria de educação. “
CORREIA JESI INO

3.1. Diz como se calcula o QI.

3.2. Identifica e comenta a questão abordada no texto.
::-De notar que, na apreciaçào de um resultado nos testes de inteligència, o psicólogo deve ter em conta, para além das vivências culturais, étnicas e sociais, outros factores: as condições psicolOgicas do indivíduo no momento eu) que o teste é aplicado (cansaço, stress, ansiedade ... ), o cmpenh@mento, as expectativas e a motivação, bem corno a
experiência da pessoa a responder aos testes.

C OMPOSIÇÃO DA INTELIGÊNCIk

Uma das questões mais discutidas sobre a inteligência refere-se à sua composição, à sua estrutura: é uma capacidade única, global, geral, ou é constituída por capacidades que correspondem a aptidões específicas? Galton encarou a inteligência como uma entidade singular e única; Binet considerava que a inteligência era constituída por um conjunto de atributos (memória, fluência numé~ rica, vocabulário, etc.).
ABORDAGEM FACTORIAL
0 psicólogo inglês Charles Spearman (1927) desenvolveu uma bateria de testes de vários tipos: de memória, de percepção, de fluência verbal e de lógica. Aos resultados obtidos pelos sujeitos, aplicou um método estatístico designado por análise factorial. Através deste método seria possível estabelecer correlações entre

as aptidões avaliadas pela aplicação dos testes. A análise estatÁstica da estrutura da inteligência permitiria isolar os factores que correspondem a aptidões intelectuais específicas.


Spearman, ao analisar os resultados, concluiu que as pessoas que têm uma

elevada pontuação num tipo de teste têm tendência a obter também classificações elevadas noutros testes. Coloca a hipótese da existência de uma capacidade de inteligência geral - o factor G - que estaria subjacente a todas as funções intelectuais, aos factores específicos - factores SI, Seriam estes factores, que correspondem a aptidões específicas, que explicariam o facto de uma pessoa ser mais dotada para certo tipo de actividades do que outras.


Seria o factor G que dinamizaria o conjunto dos factores específicos. A inteligência geral - fundamentalmente hereditária - estaria na base de todos os actos intelectuais, determinando por isso a capacidade da pessoa. Testes adequados poderiam avaliar o factor G de cada pessoa.
A CONCEPÇAO MULTIFACTORIAL
Louis Thurstone (1887-1956) desenvolveu nos EUA, nos finais da década de

1930, uma concepção distinta da de Spearman, dado que nas suas investigações não encontrou fundamento para afirmar a existência do factor G. Aplicou então uma bateria de 56 testes de aptidão, submetendo os resultados obtidos pelos sujeitos à análise factorial. Da análise dos resultados concluiu que existiriam sete aptidões mentais primárias, independentes umas das outras, ligadas a tarefas específicas:


Aptidões espaciais e visuais - capacidade de visualizar e compreender formas e relações espaciais, num espaço bi ou tridimensional;
Rapídezperceptual - capacidade para compreender rapidamente pormenores, semelhanças e diferenças entre os objectos, os estímulos;
Aptidão numérica - capacidade para lidar com números, fazer cálculos e resolver operações aritméticas simples; Compreensão verbal - capacidade para compreender as
ideias expressas através das palavras; Memória - capacidade para reter e recordar a informação;
Fluidez verbal - capacidade para produzir e compreender rapidamente a lin uagem oral e escrita;
9 Raciocínio - capacidade para tirar conclusões seguras a parIà;@ tir de afirmações gerais (raciocínio dedutivo) e para retirar
conclusões gerais a partir de exemplos particulares (raciocínio indutivo). Capacidade para resolver problemas lógicos.
Segundo Thurstone, a inteligência é multifactorial, isto é, é composta por vários factores, negando assim a existência de uma inteligência geral. Assim se explicaria o
facto de, por exemplo, uma pessoa ter uma aptidão numérica muito desenvolvida,
@I - De entre os factores específicos, Spearnian destaca o visual, o verKt1 e o numérico.

resolvendo com facilidade problemas de matemática, e uma fraca fluidez verbal, o que lhe traz dificuldades no domínio da linguagem.


Ainda no contexto das teorias factoriais, Guilford, nos finais da década de

1950, considerava que a inteligência era constituída por 150 factores ou traços.


TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MúLTIPLAS
Os autores que estudámos integrados nas teorias factoriais fundamentam as suas concepções na análise das correlações dos resultados dos testes que aplica-
ram a um grande número de indivíduos. Assim, identificaram diferentes tipos ou factores de inteligência.
Considerando que os testes psicométricos conduzem a uma
concepção limitada, dado que só medem determinado tipo de J inteligência, os psicólogos cognitivistas vão procurar conhecer os b processos cognitivos envolvidos nos comportamentos inteligentes.
Para Howard Gardner existiriam sete tipos de inteligência com
regras de funcionamento próprias e que actuam de forma independente - daí a designação de teoria das inteligências múltiplas. J,
Enunciemos sucintamente esses tipos de inteligências:
Inteligência lógíco-matemãtíca - aptidão para raciocinar, formular e validar hipóteses;
Desenho feto por@ uma criança autsta* de 5 anos. A sua hab -
Inteligência linguística - aptidão verbal, mais concretamente, as subtilezas @@dade art@stca surgiu de significado. Assegura a linguagem verbal e escrita; a part r dos seus
esforços sem qual-
Inteligência espacial - aptidão para representar espaço, reconhecer e dese- quer treino (Gardner, nhar relações espaciais; 1985).
Inteligência musical - aptidão para cantar, tocar um instrumento, compor música;
Inteligência corporal-cinestésica - aptidão para controlar os movimentos de forma adequada e harmoniosa, como dançar, fazer atletismo, manipular e
usar utensílios e objectos, etc;
Inteligência interpessoal - aptidão para compreender e responder adequadamente aos outros;
Inteligência intrapessoal - aptidão para se compreender a si próprio.
Contudo, Gardner defendia que os testes tradicionais só avaliavam os dois TEx@r'>EM"3, primeiros tipos de inteligência, não tendo em conta todos os outros. Na nossa
@l Em 1993, no seu livro Les Intelligences Multiples, Howard Gardner acrescenta uma oitava inteligência: a inteligência
naturalista - capacidade para reconhecer e distinguir plantas e animais. Coloca também a hipOtese de existir ainda um outro tipo de inteligência: a inteligência existencial - capacidade de colocar questões sobre os grandes problemas da existência.

sociedade, a valorização das aptidões relacionadas com a


escola teria feito esquecer as outras capacidades humanas’.
Para fundamentar a sua teoria das inteligências múltiplas, o psicólogo recorre a exemplos de pessoas que apre~ sentavam atrasos graves em quase todas as áreas intelectuais, mas que demonstravam aptidões especiais, como, por exemplo, em relação à arte. Na sua opinião, todas as
aptidões deveriam ser valorizadas. A teoria deste autor inspirou a organização do currículo de algumas escolas que dividiram equitativamente o tempo lectivo pela língua materna, informática, arte, matemática, música, etc.
Propomos-te que leias e comentes as afirmações que transcrevemos, procurando definir inteligência:
A actividade inteligente consiste na compreensão dos aspectos essenciais numa determinada situação, em resposta adequada à mesma.
HEIM
A inteligêncía é a capacidade de uma pessoa para mostrar uma conduta adaptativa orientada para metas.”
STERNBERG e SALTER
“A ínteligêncía é a capacidade global do indivíduo para actuar intencionalmente, pensar racionalmente e lidar eficazmente com o meio.
WECHSLER
‘A conduta inteligente consiste na integração das experiências passadas e na sua utilização para resolverproblemas novos sem recorrer ao processo das tentativas e erros. “
COHEN
(2) A inteligência é uma faculdade única ou é constituída por vários factores separados? Expõe a concepção de Thurstone.
FACTORES DE INTELIGÊNCIA
Muitas das pesquisas desenvolvidas a partir da análise da aplicação de testes de inteligência relacionam esta faculdade com diferentes variáveis: hereditariedade, factores sociais, idade, expectativas, etc.
Como já vimos no capítulo da psicofisiologia, a análise de resultados de várias investigações correlaciona o quociente de inteligência com a hereditariedade e os factores sociais. Esses estudos permitem relacionar a inteligência com a herança genética: existe um contributo da hereditariedade no nível das capacidades intelectuais.
@_1-_Segundc, Gardner, diferentes culturas em diferentes épocas valorizaram diferentes aptidócs. Na sua opinião, foi na
Grécia Antiga que todas as capacidades intelectuais humanas foram igualmente valorizadas.

Contudo este factor está intimamente relacionado com 1 actores sociais: o meio sociocultural da família influencia o desenvolvimento da inteligência. Assim, as condições económicas, o nível de instrução dos pais, a sua profissão, um ambiente estimulante afectam o desenvolvimento das capacidades intelectuais das crianças.


0 texto que se segue ilustra bem o modo como a inteligência é produto da interacção entre a hereditariedade e o meio social, chamando a atenção para a importância que tem um meio rico em estímulos nos primeiros anos de vida.
‘A bereditariedade limita o grau em que a inteligência pode ser influenciada pelo meio e pelo tempo. Actualmente, é seguro afirmar que a inteligência tem um componente genético. Este componente genético estabelece os limites dentro dos quais um qualquer traço responderá à estímulação do meio. Esta zona limitada geneticamente constitui a amplitude de reacção e pode ser demonstrada com mais clareza no caso da altura bumana. Apesar de a altura de cada pessoa, que é um traço poligénico, poder ser largamente influenciada porfactores do meio, tais como a nutrição, existem alguns grupos de pigmeus em África cuja altura nunca se poderia aproximar das dos norte-americanos médios, independentemente das influências do meio. (... ) Importantes figuras no campo da psicologia, como J. Mc Vicker Hunt, JerÔme Bruner, Benjamin S. Bloom e David Krech, consideram que a variedade de estímulos é talvez o ingrediente mais importante no desenvolvimento íntelectual. Hunt afirma que quanto mais vemos, ouvimos e tocamos no início da injãncia, mais queremos ver, ouvir e tocar posteriormente. Segundo Hunt, a
cbave do desenvolvimento cognítívo reside no ajustamento entre a capacidade intelectual actual da criança e uma variedade de estímulos rigorosamente doseada, queponba em acção o desejo natural de continuar a aprender. Bruner insiste que, para apoiar o desenvolvimento intelectual, os bebés devem ser expostos a uma ampla variedade de estímulos e a um meio em mudança constante. Bloom afirma que um meio enriquecido durante as primeiras fases da vida constitui a cbave para o pleno desenvolvimento da inteligência.
SPRINTHALL, N. e SPRINTHALL R- op. cil, pp. 433-435
A i(lade é também um elemento a ter em conta quando se pretende esclarecer a relação da inteligência com diferentes factores. Ao estudares a perspectiva piagetiana, reconheceste que aos diferentes estádios correspondem diferentes expres- M»
sões de inteligência: a inteligência manifesta-se de forma diversa segundo o desenvolvimento e a idade.
Ao estudares a aprendizagem referiste as expectativas como um dos factores que influenciam a capacidade de aprender (ver pp. 83-84). Também a inteligência é afectada por este factor.
As crianças, jovens e adultos são muito influenciados nos aspectos intelectuais pelas expectativas - positivas e negativas - criadas sobre eles, sobretudo pelas pessoas mais significativas, como os pais, outros familiares, professores, colegas, amigos, etc.
Assim, tem sido estudado como os sujeitos tendem a ajustar-se às expectativas pelo facto de estas influenciarem o autoconceito, motivação para aprender, nível de aspiração, persistência na realização de tarefas, etc.

Daí a importância de se viver em meios educativos que confiem e transmitam essa confiança nas capacidades do sujeito (efeito de Pigmalião*).


As baixas expectativas - imagens negativas - transmitidas durante períodos prolongados de tempo podem ter um papel preditivo, isto é, sem a pessoa ter consciência adopta os comportamentos esperados (profecias que se autocum-
prem, profecias auto-realizadas).

INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE


No decorrer deste capítulo, analisaste a forma como diferentes modelos explicativos encaram as diversas dimensões intervenientes no comportamento inteligente. Vamos agora abordar sucintamente dois processos, duas formas de encon-
trar soluções para os problemas: o pensamento convergente e divergente.
PENSAMENTO CONVERGENTE E DIVERGENTE
0 psicólogo norte-americano J. P. Guilford (1897-1987) apresentou uma teoria que designou por modelo da estrutura do intelecto’. É no contexto da sua teoria que, ao nível das operações, o autor distingue pensamento convergente de pensamento divergente.
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