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A psicologia2 arte Manuela Monteiro q, Milice Ribeiro dos Santos


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`A meio caminho do social e cognitivo certos estudos mostram que o indivíduo reconstrói a sua própria história, num sentido que lhe éfavorável. Como diz Elisabeth Lqftus, -a nossa memória softe de um complexo de superioridade’. Num artigo intitulado ‘0 ego totalitário, Anthony G. Greenu,,aldpõe em evidência três tipos de manipulações da percepção da realidade (e mais particularmente das recordações), visando assegurar-nos a melhor imagem possível de nós próprios; consideramo-nos melhor do que os outros e desempenhando um papel social mais importante; temos tendência afazer jogar os sucessos a nosso jàvor e a
recusar uma responsabilidade nos fracassos (por exemplo, os condutores de automóveis sãofrequentemente renitentes em reconhecer que estiveram na ori~ gem de um acidente); procuramos geralmente preservar a justeza da nossa
maneira de pensar, mesmo deformando a realidade (por exemplo, pode aconte- wxf<>E= 15 “,9, cer que mod@f7quemos uma recordação afim de que possa estar mais de acordo com a nossa situação ou as nossas convicções actuais).
Esta tendência do indivíduo em reconstruir o passado em unção do presente manifesta-se igualmente no seio dos grupos sociais, A sociologia da memória colectiva estuda o modo como as sociedades ‘comemoram’ os factos notáveis. Os acontecimentos passados são modificados, intencionalmente ou não, provavelmente para que o grupo social possa manter a sua coesão interna. Nível de responsabilídade, número de mortos... são reduzidos ou aumentados de acordo com o lado de onde sejala. Os manuais escolares são muitas vezes testemunhos impassíveis desta reescrita do passado, que por vezes pode mesmo conduzir a uma verdadeira amnésia colectiva. “
LECOMTE, J., ‘1a Métnotre Dé(liiffréc”, Sciences MÁnia0w@, n.’ i3, 1991. p, 19

Para concluir este capítulo apresentamos-te alguns textos que se reportam à memória, às memórias.


“Meu ferrinho de engomar Feito de ferro e de brasas Contigo engomava sonhos De lençóis que eram asas.
Tantos sonhos engomei Sem medo de me queimar; Era menina, sonhava, Tão feliz o meu brincar.
- Menina, veja seus dedos, Veja se não se queimou!

- Se me queimei não me lembro, Se me doeu, já passou,


Ai! meus lençóis de bonecas, Meus lencinhos de chorar... Ai! meus sonhos de criança, Meu ferrinho de passar..,”
APACIJO, Matilde Rosa, A Casa do SiINcio, Afrontaniento, 2000, p. 10
“Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto. Perde-se a vida anterior. E a interior, bem entendido, porque sem referência do passado morrem os afectos e os laços sentimentais. E a noção do tempo que relaciona as imagens do passado e que lbes dá a luz e o tom que as datam e as tornam sígnificantes, também isso. Verdade, também isso se perde porque a memória, aprendi por mim, é indispensãvel para que o tempo não só possa ser medido como sentido. “
PIRES, J. Cardoso, De Profundis, Valsa lenta, Dom Quixote, p. 25
‘Dos meus primeiros anos não consigo ter mais do que uma impressão confusa: qualquer coisa de vermelbo, preto e quente. 0 apartamento era vermelbo, e vermelbos eram também o tapete de lã, a sala dejantar Henfique II, a seda estampada que disfarçava as portas envidraçadas e as cortinas de veludo do escritório do meu pai. Os móveis desse antro sagrado eram de pereira escura, Ali encolbia-me no nicbo cavado sob a escrivartinba e deixava-mejicar no escuro. Aquilo era sombrio e era quente e de novo o vermeIbo do tapete berrava aos meus offios. Assim passei a minba primeira ínfância: olbava, apalpava, aprendia o mundo dentro daquele meu abrigo. “
BEAUVOIR, S., Memór@as de Uma Menina Bem-Comportada, Bertrand, 1982, pp, 9-10

“Um dia compreendi a importância que teve para mim o Campo Alegre’: o sítio, o cheiro, a vísta, as árvores. Foi afragrâncía quem me rece-


beuprímeiro, facílítando-me no vaivém da ondulação distinguir asplantas e a terra que as recolhe. Lembro-me das pessoas que passavam por mim, das caras quefaziam e do mundo a que recolhiam no desaparecer do virar da rua. Eram histórias banais que elas contavam, ninbarias de quem sofre para subsistir e sepreocupa no dar os bons-dias e as boas-noites. “
RúBEN, A., OMundo à,41inba Procura, vol. 1, Assírio e Alvim, 1992, p. 13
Conceito
pp. 66-67
Tipos de aprendizagem
Factores de aprendizagem
Métodos de aprendizagem
Idade p. 82
:@tpe :n]ia ligê c p :82_83
Condicionam,:ent]o
n clássico @pp.68-7 l
Aprendizagem
espaçada e concentrada
p. 87
Condicionamento
operante pp. 72-75
Conhecimento dos resultados
P.88

L
Motivajção ‘v @p'p. 83-8@40


Aprendizagem
social
pp. 76-78
Aprendizagem
total e parcial
P.88
Aprendiz em
anterior e experiência
p. 84
Aprendizagem programada
P.89
Factores sociais pp,85-86
Conceito pp 90_9 l
Tipos de memória
Factores que explicam
o esquecimento
Desaparecimento e
alteração do traço
mnésico
P.99
Interferências de aprendizagem
p, (00
otivação inconsciente
pp. 100- l 0 l
aquisição, esquecimento, recordação, retenção. --c- h a v e
@l --o autor viveu a sua infância e adolescência na cidade do Porto,
integrada no jardim Botânico.
na Rua do Campo Alegre, na casa que hoje esta

!14 @Y
1


- @W

BACHELARD


“0 HOMEM E UMA CRIAÇAO DO DESEJO, NAO UMA CRIAÇAO DO
NECESSÃRIO.”
A concepção mais antiga e mais partilhada pelo senso comum é a de que o ser
humano é um ser racional. As opções, as decisões e a sua acção seriam orientadas pelo pensamento. Nas Paixões da Alma, Descartes considera que é a razão - a vontade - que controla as inclinações animais e nos torna humanos.
É a partir da teoria evolucionista de Darwin que se começam a desenvolver concepções científicas sobre a motivação. Darwin defendia que um conjunto de comportamentos humanos e animais era inato*. Para além dos reflexos*, as espécies estavam dotadas geneticamente de padrões fixos de comportamento, os ins~
tintos, que asseguravam a adaptação e a sobrevivência dos organismos: a fuga face a uma situação de perigo, a fome, a reprodução, mas também o gregarismo, a curiosidade,

Entretanto, os dados da antropologia cultural contribuíram para pôr em causa a concepção que defendia a universalidade destes comportamentos: as motiva~ ções humanas não são comuns a todas as culturas e não se exprimem do mesmo modo.


Robert Woodworth, em 1918, defendia que o comportamento era dirigido por impulsos que partem do sujeito, do organismo. Apresentou o conceito de impulso que passou a designar a energia que impele o organismo para a acção. A teoria do impulso vai encontrar fundamento em investigações laboratoriais onde são definidas as condições de ocorrência, procurando-se, inclusive, avaliar e medir a força da motivação. As investigações incidiram principalmente sobre comportamentos relacionados com as necessidades básicas ou fisiológicas como a fome, a sede, o sono, o impulso sexual.
Se as teorias baseadas no conceito de impulso são adequadas para explicar certo tipo de comportamentos, não permitem contudo a compreensão de condutas que não visem o equilíbrio orgânico e que envolvam processos cognitivos e afectivos. É sobre os comportamentos mais complexos que as mais recentes teorias se vão debruçar - a motivação para o sucesso, a necessidade de realização, o
desejo de conhecer, a elaboração e concretização de projectos, etc.
0 estudo da motivação é central em psicologia. A motivação é um dos factores mais influentes nas atitudes e no comportamento, estando intimamente relacionada com vários processos psicológicos como aprendizagem, pensamento, memõria, esquecimento, percepção, emoções, personalidade...

@ ONCEITO DE MOTIVAÇÃO1


Se reflectirmos sobre alguns dos nossos comportamentos, será mais fácil compreender o conceito de motivação: comemos, bebemos, dormimos, procuramos a
companhia dos outros e o seu afecto. No local de trabalho, nas aulas Ou no grupo de amigos, esperamos que nos apreciem e que as nossas opiniões e comportamentos sejam aprovados e reconhecidos.
Estes e outros comportamentos têm origem numa força interna que predispõe as pessoas a desenvolver uma acção com vista a um objectivo: o alimento, a
bebida, o sexo, o prestígio, a informação, a aprovação social, o afecto, etc. Poderemos utilizar o termo inotivação para designar o aspecto dinâmico do com-
portamento dirigido a um objectivo. A motivação será um conjunto de forças internas que mobilizam e orientam a acção de um organismo em direcção a deter-
minados objectivos como resposta a um estado de necessidade, carência ou dese-
quilíbrio. Segundo alguns autores como, por exemplo, J. Nuttin, a motivação dirige a acção para uma categoria de objectos que satisfazem a necessidade.
‘D que torna dinâmica a relação
que une o indivíduo ao seu ambiente
é o facto comprovado de que o ser
vivo, em geral, e a personalidade bumana, em particular, não são indiferentes aos objectos e situações com os quais se relacionam: certas formas de contacto e de interacção são preferidas a outras; algumas são procuradas e mesmo ‘requeridas’ para o funcionamento óptimo do indivíduo; outras, pelo contrário, são evitadas e aparentemente nocivas. Por outras palavras, o fenõmeno fundamental da motivação manifesta-se no
funcionamento comportamental e consiste no facto de o organismo se orientar
activamente e deforma preferencial em direcção a certas formas de interacção, a talponto que determinadas categorias de relação com certos tipos de objectos são requeridas ou indispensáveis ao seufúncíonamento.
N1I MIN, J., IbeoT@e de Ia Motivation Humaine, PU, 1985, pp. 15-16
Os diferentes objectos do meio não são encarados pelo indivíduo de igual modo. Uns são preferidos, outros recusados, alguns são indiferentes. Por outro lado, são sentidos e vividos de forma diferente pelos diferentes indivíduos.
Como verás, os nossos comportamentos, as nossas acções são influenciados e
orientados por motivações específicas, inatas ou apreendidas que actuam isoladas ou inter-relacionadas.

CICLO MOTIVACIONAL


0 motivo é o estado do organismo pelo qual a energia corporal é mobilizada e dirigida a determinados elementos do meio; é a razão que leva o organismo a
agir. Ao falarmos de motivo, teremos de referir as suas componentes: a necessidade e o impulso.
É a experiência da necessidade - estado de falta fisiológica ou psicológica -
que origina o impulso ou pulsão. Este é o processo interno que incita a pessoa à acção, isto é, ao conjunto de comportamentos que permitem atingir o objectivo.

0 impulso termina quando a meta, o objectivo, é alcançada. Com a satisfação da necessidade o motivo deixa de orientar o comportamento.


“Tecnicamente, então, o d@fice interno (necessidade) empurra a pessoa para a acção (impulso), aproxímando-a ou afastando-a de uma meta específica. “
SPRINTHAIL N. e SPRINTHALL, R., op, cit., p. 506
Tomemos o exemplo de um comportamento motivado: a sede. É a experiencia de um défice orgânico que desencadeia uma tensão ou energia que visa a acção -

o impulso. A carência, a necessidade, passa a ser representada pelo impulso que orienta o organismo em direcção a um objectivo: beber. Muitos autores designam por respostas instrumentais ou preparatórias as condutas que se desenvolvem


para satisfazer a necessidade de, por exemplo, ir à cozinha, abrir o frigorífico, tirar a garrafa de água, deitá~la no copo ... ; se a meta é atingida, isto é, se bebemos, a necessidade é satisfeita e o impulso é reduzido.
m I, i ti /an do:
Quando o objectivo é alcançado, o impulso inicial é reduzido dado que a
necessidade que esteve na sua origem está satisfeita. No exemplo, a saciedade é
temporária; passado algum tempo, o ciclo recomeça.
0 texto que se segue enfatiza a complexidade dos comportamentos motivados:
‘Quando aprendemos a falar começamos a perguntar- porquê? Para além de perguntarmos porque é que o mundo é como é, o que constitui um elemento de curiosidade que incita cientistas, artistas, exploradores, etc., a levar a cabo os seus melbores trabalbos, a maioria de nós passa muito tempo a pensar porque é que nós e os outros nos comportamos de um modo ou de outro. Porque é que, por exemplo, esta manbã comi uma segunda torrada, se decidiperder dois quilos? ( .. )
Porque é que nos sentimos sexualmente atraídos por uma pessoa que parece não dar-se conta que existimos.? Porque é que não mostramos o menor entu-
siasmo por alguém que está claramente louco por nós? Porque é que um delin-
quente, para além de ter roubado a carteira do seu amigo, o agrediu violentamente sem qualquer motivo?
Quando formulamos questões deste tipo estamos a referir~nos à motivação, que activa o comportamento, que o dirige e que suljaz a toda a tendência para a sobrevivência. Esta definição de motivação reconbece que para alcançar uma
meta as pessoas devem ter activação e energi .a suficientes, um objectivo claro e a capacidade e disposição de empregar a sua energia durante um período de tempo suficientemente longo para alcançar essa meta. “
PAPALIA, D. e OLDS, S., Psicologia, McGraw-Hill, 1995, p. 320
ASPECTOS FISIOLõGICOS
Como verás, o comportamento motivado está intimamente ligado ao funciona~ mento do sistema elidócrino e a diferentes estruturas do sistema neiwoso. Ao estudares a fome, a sede, o comportamento sexual e o comportamento maternal irás identificar os mecanismos fisiológicos envolvidos em cada um destes comportamentos motivados, bem como reconhecer a forma integrada do seu funcionamento.

TIPOS DE MOTIVAÇÃO


0 comportamento humano é orientado para um conjunto complexo de motivaçoes que interagem entre si. Daí a dificuldade em estabelecer uma classificação.
Há várias propostas de classificação das motivações. Contudo, optámos apenas por: motivações fisiológicas, combinadas, sociais e cognitivas.
MOTIVAÇõES FISIOLõGICAS
As niotivações fisiológicas, também designadas por primárias, inatas, básicas ou biogénicas, são inerentes à estrutura biológica do organismo. Visam garantir oi equilíbrio orgânico, assegurando a sua sobrevivência’.
0 fisiólogo Walter Carmon, na década de 1930, desenvolveu o conceito de homeostasia. 0 termo lionicostasia designa o conjunto de mecanismos reguladores que visam manter o estado de equilíbrio dos seres vivos: a perturbação do meio interno desencadeia impulsos que visam o restabelecimento do equilíbrio perdido. É um processo dinâmico de auto-regulação que assegura a sobrevivência do organismo.
De entre os impulsos homeostáticos, podemos referir: a respiração e a pressão do sangue, a fome, a sede e o sono, bem como a temperatura do corpo.
0 sono é um impulso que tem um papel fundamental no equilíbrio orgânico. Basta recordar que passamos cerca de um terço da nossa existência a dormir.

0 desejo de dormir é um dos impulsos mais fortes. É a constatação da importân- cia do sono que explica que uma das mais terríveis formas de tortura seja impedir uma pessoa de dormir. É o hipotálamo que regula o sono pela acção concertada de um centro inibidor de vigília e um centro estimulador. Ratos a quem foi destruído o centro inibidor acabaram por morrer de esgotamento.


@1 Claude Bernard (1813-1878) chamou a atençào para o facto de o organismo manter estável o meio interno apesar
das alterações do meio externo.

0 impulso da dor é UM rnecanismo homeostãtico que visa a defesa do organismo. É um impulso aversivo ou repulsivo dado que conduz o organismo a evi-


tar o estímulo doloroso, mantendo o equilíbrio orgânico posto em causa. A dor desempenha assim um papel fundamental na sobrevivência.
Nos seres humanos a aprendizagem interfere neste motivo: aprendemos a l'aguentar” a dor quando vamos ao dentista, quando apanhamos uma injecção. Além disso, o impulso da dor apresenta uma configuração sociocultural: em certas tribos de África, a circuncisão, que marca a passagem dos adolescentes para o
estado adulto, é suportada pelos jovens sem gritar. A forma como as dores de parto são suportadas também varia nas diferentes culturas.
A fome e a sede são impulsos homeostáticos fundamentais para a sobrevivência e equilíbrio do organismo. Vamos analisar de seguida o impulso da fome para se
compreenderem melhor os processos fisiológicos subjacentes aos impulsos homeostáticos.
0 IMPULSO DA FOME
A sensação de fome é provocada pelas con-
tracções do estômago, que desencadeiam estímulos internos que nos levam a procurar alimento. Con controla o impulso da fome: pessoas e animais
tudo, não é o estômago que
a quem foi retirado este órgão mantêm ainda o
desejo de comer.
Algumas horas após a ingestão de uma > refeição, o nível de açúcar no sangue desce; esta situação é detectada no hipotálamo, desencadeando-se um mecanismo inato de reacção que assegura o equilíbrio orgânico: sentimos fome, É este estado que nos leva a orientar ou a cessar acções com o objectivo de satisfazer a
necessidade. Depois de comermos, o nível de açúcar no sangue sobe, situação que é detectada pelo hipotálamo. Uma área especializada é responsável pela sen-
saçao de saciedade 2
É o impulso homeostãtico da fome que assegura que o organismo tenha o
nível de substâncias nutritivas necessárias à sua sobrevivência.
A descrição do funcionamento fisiológico do mecanismo da fome não nos
pode fazer esquecer o papel da aprendizagem na satisfação deste impulso nos
seres humanos. 0 que comemos, quando e como comemos ultrapassa em muito as determinações fisiológicas. 0 tipo de alimentos e a forma como são cozinhados são manifestações culturais significativas: entre os judeus e os muçulmanos a
carne de porco não é consumida porque a sua ingestão é interdita pela religião.
@l - Victor de Aveyron - “o menino selvagem” - apresentava insensibilidade à dor, analgesia cutânea: pegavj em bra-
sas e dormia na neve. É através da integraçào social qUC ele aprende, por exemplo, a discriminar a terriperatura,

2 - No hipotálamo existem dois centros que controlam o impulso da fome: um centro activador, responsável pela


sensação de fome, e um centro inibidor, responsável pela sensação de saciedade.

É, contudo, uma carne muito apreciada por outros. As dietas alimentares não


variam apenas no tipo de alimentos mas nos sabores que são apreciados e que distinguem a cozinha chinesa da indiana, da italiana, da portuguesa, etc. Por outro lado, pessoas de unia mesma cultura sentem-se atraídas por alimentos distintos: as
preferências alimentares têm origem no processo de socialização.
Outros factores intervêm no impulso horneostático da fome: comemos, mesmo quando não temos fome, mas apenas para fazer companhia a alguém, ou
Porque o alimento tem um aspecto apetecível, porque estamos ansiosos. Noutras situações, mesmo sentindo fome, não comemos (por exemplo, se estivermos a fazer dieta de emagrecimento).
MOTIVAÇõES COMBINADAS
0 termo inotivaccies colubinadas é geralmente utilizado para designar o tipo de motivações determinadas pelo efeito combinado de mecanismos fisiolõgicos, não aprendidos, e de características resultantes da aprendizagem.
Os comportamentos sexual e maternal são geralmente integrados neste tipo de motivação dado que resultam de determinações orgânicas e de padrões sociais.
0 COMPORTAMENTO SEXUAL
No segundo capítulo, relacionaste o
cOniportarnento sexual com o funcionamento do sistema endõcrino (glândulas sexuais), da hipófise e do hipotálarnol. Nos seres humanos, o córtex cerebral desempenha também um papel importante no despertar do interesse sexual pelos estímulos externos; a imaginação também influencia a motivação sexual.
De Byrne (1982) representa, num
esquema, as relações interactivas entre os
estímulos externos, os estímulos da imaginação e a componente fisiolõgica que estão na base da motivação sexual:
Es-Umulos da imaginação
Est(mulos externos Aptidão fisiológica
Citado por MYERS, op. cit, p. 337
1 Relê as pp. 96 e 97 (Ia 1.’ parte.

0 comportamento sexual humano tem uma dinâmica motivacional complexa, dado ser marcado por factores fisiológicos, hormonais, afectivos, eróticos, cognitivos, socioculturais’. Desejar sexual, erótica e afectivamente alguém é também desejar conhecê-lo, descobri-lo.


“Quanto ao elemento corporal da sexualidade - elemento que é importante distinguir do aspecto fisiológico -, o corpo do outro não pode, normalmente, dissociar-se da personalidade. Como aparência física e comportamento man@fèsto do indivíduo, o corpo é a forma sobre a qual a pessoa aparece à outra e, em
certa medida, a ela própria. Assim, o objecto sexual é in nitamente mais rico que o corpo oblectivo; é a própria pessoa revestida do mistério e da atracção que a personalidade íntima exerce. “
NUITIN, op, cit., pp. 119-180
A aprendizagem marca decisivamente a sexualidade humana, determinada pelos padrões sociais vigentes, pelo sistema de valores, isto é, faz parte do quadro cultural global. Os dados da antropologia e da História mostram-nos que o com-
portamento sexual tem variado ao longo do tempo e nas diferentes culturas: é o contexto sociocultural que, através das leis, costumes e normas morais, controla a
manifestação do impulso sexual. Daí que em determinadas culturas e/ou épocas se aceite ou interdite a masturbação, o relacionamento sexual antes do casamento, o adultério, a homossexualidade, a poliandria, a poligamia... Além disso, no inte-
rior de uma cultura os comportamentos sexuais podem variar em diferentes gru~
pos sociais.
‘Estes ‘códigos’ culturais modificam-se, entretanto, com o tempo. 0 que era
proibido ontem é hoje aceite e mesmo encorajado. Assim, as atitudes mudam sem cessar e, com elas, o comportamento.
Na cultura ocidental, a relação sexual continua a ser motivada, em parte, pela necessidade de procriar. Mas é considerada, cada vez mais, como uma fonte de prazer e como um meio de exprimir o amor ou a ternura relativamente
a um companheiro.
GODEFRO11), op. cit,, p. 336
A variabilidade dos comportamentos individuais relativamente à sexualidade foi largamente comprovada pelos relatórios de Shere Hite sobre sexualidade femi-
2 nina e masculina .
No capítulo 4, estudaste a concepção psicanalítica que perspectiva o desenvolvimento humano pela evolução da psicossexualidade e viste como a pulsão sexual se manifesta de forma diferente nos diferentes estãdios de desenvolvimento.
@_1 @
(1) Identifica os mecanismos fisiológicos envolvidos na sexualidade humana.
(Z) Esclarece o papel das estruturas superiores do cérebro na sexualidade humana.
@1_-_À medida que se sobe na escala animal, a motivação sexual é mais independente dos factores fisiológicos.

2 - HITE, Shere, Rí,1a1ói@o Ilite, Benrand, 1976.

0 COMPORTAMENTO MATERNAL
Nos animais inferiores, o comportamento maternal’ é determinado por meca-
nismos hormonais. Nos animais superiores, como, por exemplo, os macacos, as aprendizagens anteriores têm um papel importante na
manifestação de comportamentos adequados relativamente às crias. Experiências desenvolvidas por Harlow (ver p. 43) demonstraram a importância desta variável:
macacas criadas em condições de isolamento social foram incapazes de tratar as suas crias, desenvolvendo, inclusive, atitudes agressivas.
Têm-se desenvolvido vários estudos que visam identificar as condicionantes orgânicas que influenciam este comportamento motivado. Investigadores constataram que a injecção de prolactina na hípõfise de ratos machos desencadeou comportamentos característicos nas fêmeas: construíram o ninho cuidando e lambendo
as crias.
No ser humano, conhecem-se alguns processos hormonais que indiciam algumas expressões do comportamento maternal. A prolactina, segregada pela hipófise, estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. A ocitocina, produzida pelo hipotálamo e libertada

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