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A cura pela natureza


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Lindley, biólogo americano, calculou que alguns cogumelos produzem

60 milhões de células por minuto. A sua grande actividade e riqueza enzimática predestinava-os a todos os tipos de enzimoterapia. Aliás, desde há muito que se utilizam os fermentos oxidados dos cogumelos, especialmente no tratamento da hipertensão.




Desde a descoberta da penicilina que os investigadores se interrogam sobre o facto de os cogumelos superiores serem também dotados dos mesmos princípios activos. O estudo e a observação da sua vida confirmam esta hipótese. Constatou-se com frequência a não germinação dos grãos na proximidade imediata dos célebres círculos das bruxas. Estes locais eram assim chamados porque os cogumelos surgiam aí em grande quantidade, formando um círculo, que era considerado mágico por muitos povos. A morte das plantas vizinhas é o resultado provável da acção de uma substância comparável à dos antibióticos.
As medicinas populares sempre lhes atribuíram propriedades anti-infecciosas. Sabemos empiricamente que os esporos do Colybia radiata e os do Amonita inaurata, bem como dos cogumelos de tabuleiro, tomados em quantidade suficiente, curam as tosses rebeldes. As observações

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populares sobre a acção desinfectante do pó do Polyporus sulfureus, do Polyporus umbellatus, do Polyporus frondosus e até do vulgar Boletus luteus foram confirmadas.


Nas receitas antigas preconizava-se uma mistura composta do lactário apimentado para tratar a tuberculose pulmonar. Sabia-se também que o pó do Lycoperdônpirifórine curava os resfriados e as dores de garganta e o do BolletusfeIlus e do Russula delica reduzia as secreções excessivas em casos de bronquite.
Já no século xix médicos não convencionais constatavam a existência de propriedades antibacterianas nos cogumelos. Assim, o Dr. Curtis propõe uma tintura de “agárico falóide” ou de “agárico bulbex” contra a

cólera e contra a doença de Bright. As experiências confirmam o seu forte poder antibiótico contra bactérias tais como os estafilococos dourados e os bacilos de Koch. A clitocibina, extraída dos cogumelos Clilocybe candida e Clitocybe gigantea, foi a primeira substância isolada nos cogumelos superiores que confirmou as suas propriedades antibióticas.


Depois da descoberta da estreptomicina, as investigações sobre as

propriedades dos clitócibos e sobre as várias espécies de cogumelos caíram em desuso. Mas é provável que a crise que atravessam os antibióticos, bem como o regresso da tuberculose e das doenças infecciosas, façam

renascer as investigações sobre as suas propriedades. Além disso, sabe-se que certas espécies, como o “tricólomo de São Jorge” (Tricholoma georgi), têm uma acção antibiótica comparável à dos mais potentes antibióticos sintéticos actuais.
Propriedades antibióticas e doenças de civilização
As propriedades antibióticas dos cogumelos não são as únicas virtudes destas espécies que podem ser utilizadas pela nossa sociedade. Muitos deles podem ter um papel importante no tratamento das doenças de civilização. Infelizmente abandonámos muito rapidamente as investigações sobre os cogumelos de tabuleiro (cultura) Agaricus campester, cujos resultados eram promissores no tratamento das alergias.
Também é possível que certos cogumelos possam substituir vantajosamente as pílulas anti-stress e os meios químicos inibidores do cansaço.

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O célebre micólogo George Becker descreveu o caso de uma pessoa “que depois de mastigar e ingerir a cera branca espessa e amarga que recobre o políporo Ganodemia appIanatum viu desaparecer em poucos minutos o cansaço que a acometia”. Observou também que depois de comer dois silercas crus, Marasmius oreades, experimentou durante alguns minutos um sentimento de alegria e de leveza muito agradáveis.


A medicina popular, por outro lado, utiliza o pó esporal (a porção de

1 colher) de certos licoperdos (bexiga-de-lobo) para combater a sonolência e aumentar a pressão arterial.




Remédios que não necessitam de preparação
A incomparável vantagem da micoterapia reside no facto de a maioria dos remédios à base de cogumelos não exigir praticamente qualquer tipo de preparação.
- o pó do Mucidula radicata, tomado tal qual, cura rapidamente todas

as inflamações de garganta, incluindo as anginas!

- O lactário apimentado é um notável antiblenorrágico (antibiótico e

antigonocócico). As suas propriedades foram descobertas em 1930 por um micólogo amador de nome Bataille e foram posteriormente confirmadas por G. Becker. Antigamente os lenhadores do condado franco curavam-se destas doenças consumindo 2 a 3 destes cogumelos assados na grelha.


-Os cogumelos do grupo lactário foram também utilizados como

diuréticos para a gravela e para os cálculos urinários. O seu suco foi aproveitado com grande eficácia para eliminar as verrugas.


À redescoberta dos lactários...
As descobertas em etnobotânica eram divulgadas como notícias de sensação na imprensa especializada. A nota publicada por S. Berthoud em

Les petites chroniques de la Science, em 1860, sobre a acção de um

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cogumelo, provavelmente o Phallus impudico, é a este respeito muito evocadora:


“ Trata-se de um cogumelo que possuiria uma propriedade que não

possuem, infelizmente!, nem as nossas gentes simples nem a nossa farmacopeia, nem sequer as nossas águas, de curar essas doenças implacáveis que são a gota e o reumatismo.


O cogumelo dos pobres... e dos ricos
Este cogumelo, que existe em abundância no Norte da Ásia, no Cáucaso e até nas florestas da Europa (as que ainda merecem este nome), nasce sob camadas de folhas e detritos de ramos que a humidade, a fermentação e a acção do tempo transformam em humo, nas proximidades de aveleiras, de fusanos e de alfeneiros.
De Junho a Agosto o criptogama - que na Rússia é chamado zemlianóe maslo (ou manteiga-da-terra) - aparece primeiro sob a forma de uma bola subterrânea oblonga, de cor esbranquiçada e aveludada. Quinze dias depois esta bola rompe-se e dela nasce um cogumelo grande e sólido que não tarda em secar e em espalhar à sua volta, à medida que se vai reduzindo em pó, um cheiro acre que irrita a garganta.
Os habitantes da Ucrânia colhem o zemlianóe maslo quando este se

encontra ainda na sua forma ovóide, abrem-no e recolhem o seu muco em vasilhas e deitam manteiga ou gordura derretida, para o preservar do contacto com o ar. Utilizam-no com eficácia em fricções para curar os

reumatismos de que muito frequentemente sofrem, devido à insalubridade das suas cabanas construídas na floresta e na proximidade de pântanos.
E assim é no que diz respeito aos pobres! Para os ricos, secam-se em estufa os pés e os chapéus dos cogumelos manteiga-da-terra reduzidos a


pó. Este pó é depois macerado em álcool e enviado para toda a Rússia, onde, segundo o Dr. Kalenitchenko, professor de Fisiologia da Universidade de Khárkov, é muito utilizado para curar radicalmente a gota e a hidropisia.

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O cogumelo: um remédio universal
Os nomes vulgares de certos cogumelos revelam a sua utilização terapêutica tradicional. Como podemos constatar lendo os manuais do século XIX:
O políporo dos farmacêuticos’ (ou agárico) era utilizado, ainda

há pouco tempo, contra a diarreia, em aplicação externa nas

doenças dos olhos, nas manchas e nas erupções cutâneas, nas feridas e nas úlceras e também contra as hemorróidas.”
Actualmente os camponeses suíços utilizam-no para purgar o gado. Em certas regiões da Europa ainda é utilizado contra os suores nocturnos dos tuberculosos. O agárico (Pol>porusfomentarius, assim chamado pelos cirurgiões) foi utilizado contra as hemorragias externas.
Para a sua preparação:
“... escolhem-se os mais jovens, separam-se dos tubos e da casca, depois de amolecidos durante algum tempo numa cave (ou noutro local fresco). Em seguida cortam-se em fatias que se batem com força com um maço de madeira, afim de as espalmar e esticar; molham-se de vez em quando, batem-se de novo e depois esfregam-se entre as mãos até adquirirem um certo grau de moleza e de doçura. “
O 6(lagárico” utilizado na homeopatia
A homeopatia sempre o utilizou. Já Hal---mernann propunha a utilização da falsa-oronia. Devemos realçar que os médicos homeopatas empregam o nome Agaricus muscarius há muito tempo e erradamente, já que este cogumelo não é um agárico! Este remédio é utilizado para os espasmos musculares, os abalos, os tremores e a epilepsia.

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A tintura obtida a partir destes cogumelos, depois de devidamente limpos, descascados e cortados em pequenos pedaços macerados em álcool, é um meio eficaz contra a tinha, o impetigo e as impigens.


A propósito do hongo, esse remédio milagroso
Quando se fala em micoterapia, deve mencionar-se o célebre hongo ou

cogumelo-do-chá. A primeira informação sobre este misterioso organismo foi publicada em 1913 pelo Dr. Lindau. Este médico alemão descobriu que os habitantes de Mitau, um porto no mar Báltico, consideravam como

um remédio milagroso um “cogumelo”, trazido pelos marinheiros do Extremo Oriente, onde era acompanhado de um verdadeiro ritual durante a sua preparação e consumo.
A origem deste cogumelo permanece obscura. Será ele originário dos campos de arroz da China, do Peru ou da Europa? A sua cultura espalhou-se por muitas regiões. As investigações demonstraram que o hongo não é um simples cogumelo mas sim uma associação de microrganismos, de bactérias e de cogumelos. Infelizmente, os componentes do hongo são muito variáveis, e as suas propriedades estão em estrita relação com a forma como é cultivado.
Nos anos 60, a Europa Ocidental apaixonou-se pelo hongo. Mas esta moda, bem como as investigações feitas em diversos laboratórios, foram rapidamente abandonadas. É contudo indiscutível que este cogumelo merece que nos interessemos de novo por ele.


A TERAPIA PELAS ALGAS


O mar parece ser uma fonte terapêutica ainda muito mal conhecida e

pouco utilizada. Contudo muitos são os especialistas que pensam que a

riqueza bioquímica dos organismos marítimos é mais importante do que os da terra.
Devemos realçar que a utilização terapêutica das algas, salvo algumas excepções, é recente e que os nossos antepassados desenvolveram mais (excepto no Extremo Oriente) uma fitoterapia baseada nas plantas terres

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tres. Além disso, relativamente aos organismos marítimos, os antigos



interessaram-se mais por certas toxinas ou tinturas de origem animal, do que pelas algas.
As algas são antibióticos naturais
Há algumas décadas que certas substâncias são objecto de estudos aprofundados. Neles utiliza-se o fenómeno do antagonismo bioquímico (os organismos libertam substâncias biologicamente activas para inibir o

desenvolvimento de outros organismos) de certas espécies de algas, de modo a descobrir os princípios antibacterianos e antifúngicos.


Descobriu-se que estes “antibióticos naturais” não só inibem a proliferação de certos organismos patogénicos mas também tornam as bactérias “menos agressivas”. A penetração das bactérias na célula hospedeira torna-se difícil e até impossível.
Certos terapeutas invocam como argumento a origem marítima da vida para justificar a sua utilização na terapia. Esta estranha coincidência está associada à descoberta dos evolucionistas do século xix, que sublinhavam a grande semelhança entre a composição química da água do mar e a dos líquidos fisiológicos dos organismos, incluindo o do homem.
Os bioquímicos, para grande espanto seu, redescobriram a unidade do mundo vivo. Constatou-se, assim, que os ácidos biliares de inúmeros peixes são idênticos aos do homem.
As algas: uma solução milagrosa contra os retrovírus?
Nos tempos da SIDA, a ausência de um remédio antiviral constitui um dos maiores falhanços da medicina contemporânea. Deste ponto de vista,

o mar e os seus produtos parecem propor-nos uma alternativa. As investigações mostraram que certas substâncias (derivados sulfÓnicos dos polissacáridos) provenientes das algas têm uma acção sobre os vírus da poliomielite e do herpes e podem ser utilizadas no tratamento destas doenças.


Os extractos de um rodófito do Pacífico, o Schizymenia pacífiqua, têm uma acção inibidora sobre a transcriptase inversa (enzima-chave no fun

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cionamento dos retrovírus) dos pássaros e dos mamíferos. Além disso, podem utilizar-se estes extractos de maneiras e em doses não nocivas para as outras enzimas.




Serão as algas uma “solução milagrosa"contra as doenças causadas por retrovírus? É uma hipótese a investigar. Devemos acrescentar que a riqueza marítima das substâncias antivírus não se limita às algas e às plantas. Também existem outros organismos que nos oferecem meios de luta contra os vírus, nomeadamente as esponjas, como, por exemplo, uma

espécie originária do mar das Caraíbias, a Tethyda crypta.


Algumas algas medicinais: apanhe-as durante as férias
É possível encontrar um equivalente para a fitoterapia clássica graças às algas. Apresentamos em seguida algumas “algas medicinais”. Devemos acrescentar que a sua maioria é acessível sob diversas formas de preparação. Algumas podem mesmo ser recolhidas durantes as férias à beira-mar. E a sua preparação é idêntica à das plantas superiores (decocções, tinturas-mãe, banhos, etc.)
Alsidium helniinthochostor
Musgo-da-córsega - Vermífugo - Estimula a glândula tiróide - Faz parte dos regimes de emagrecimento - Uso externo: sob a forma de cataplasmas, para tratar as papeiras.
Ascophy11um nodosum
Sargaço-negro - Espécie muito rica em iodo - Utiliza-se como o Fucus vesiculosus.
Corraffina officinalis %Vermífugo - Hipoglicemiante - Diminui a taxa de colesterol - Anticoagulante.
Cystoseira fibrosa
Espécie aconselhada aos diabéticos, tem uma acção hipoglicemiante. Também faz baixar o colesterol.

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Chondrus crispus
Musgo-da-irlanda. Utiliza-se para tratar: o a arteriosclerose - as doenças respiratórias - as patologias gástricas (hiperacidez, inflamações intestinais, prisão de ventre) - o raquitismo (banhos).
Dignea simplex
No Japão é utilizada como vermífugo sob o nome de “kaninso”.
Fucus vesiculosus
Carvalho-marinho (também o Fucus platycarpus e o Fucus serratus) é uma espécie muito abundante em França, especialmente na Bretanha. Os seus princípios activos, a sua acção e a sua posologia são semelhantes aos da Laminaria digitata, mas o seu teor em iodo é muito mais elevado - Além disso tem propriedades hemostáticas e por isso é indicado contra as hemorragias externas.
Gelidium sp.
(Também Pterociadia sp.) Espécies utilizadas por via interna para

perturbações gástricas (estados inflamatórios, prisão de ventre crónica).


Hisikia fusiforme
Faz parte de um prato japonês. Faz baixar a taxa de colesterol.
Laminaria digitata, Chicote-das-bruxas
(As suas propriedades são idênticas às da Alaria esculenta.) Esta alga

é comum nas costas bretãs e normandas. Tem inúmeras virtudes curativas (é amplamente utilizada). É - remineralizante * reconstituinte estimulante da circulação sanguínea - Influencia favoravelmente a glândula tiróide. - É laxante e diurética (presença de manitol). - É também um estimulante geral do metabolismo celular. - É interessante em

regimes de emagrecimento e - faz baixar o colesterol. - Em banhos é uma aliada eficaz contra os reumatismos e as perturbações circulatórias.

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- Absorvida por via interna é descrita como uma “verdadeira panaceia”, e muitos autores aconselham-na para: - a arteriosclerose - as



doenças dos olhos - a menopausa - a prisão de ventre - as neuroses o envelhecimento prematuro - a queda de cabelo - a astenia - o cansaço e - a convalescença.

- Prepara-se por decocção: 50 g do talo seco para 1 litro de água fria. Deixar macerar durante 6 horas, em seguida ferver durante um quarto de hora e deixar em infusão durante 15 minutos. Filtrar. Tomar 1 a 2 chávenas por dia.

- Ou em tintura-mãe: 50 g da planta seca para meio litro de álcool a 50’. Deixar macerar durante ]0 dias. Tornar 20 a 40 gotas num pouco de água, 2 vezes por dia.

- Para banhos: utilizar a planta seca. Existem no comércio preparações prontas a utilizar.


As algas que pertencem ao género Laminaria (a que pertence esta espécie) fazem parte do prato japonês Kombu.


Mas atenção: as espécies do género Laminaria contêm uma proporção importante de iodo, agem sobre as glândulas hormonais, e a sua acção anticoagulante exige que sejam utilizadas com prudência. É por isso preferível utilizá-las sob a prescrição de um especialista!
Laminaria hyperborea, Laminária-de-clouston
Idêntica à espécie anterior.
Laminaria saccharina, Boldrié-de-neptuno
Idem.
Lithothaninium calcereum, “Maêrl”
Recomendada para as acidoses gástricas (incluindo as úlceras), em

decocção: 50 g do talo para 1 litro de água. Tomar 1 a 2 chávenas por dia.

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Rhodymenia palmata, Sargaço-de-vaca


A decocção provoca uma transpiração abundante.
Spirulina maxíma e Spirulina platensis
A primeira espécie, misturada com milho, constitui o célebre “tecuitlatl”, prato tradicional dos Astecas. A outra espécie é ainda consumida lia

África negra. Estas duas espirulinas têm propriedades - antl-inflamatórias e - de emagrecimento, Constituem uma fonte importante de amlnoácidos. Encontram-se, frequentemente, na cozinha vegetariana, como tempero aromatizante dos pratos e saladas.


Undaria sp.
As espécies deste género fazem parte da cozinha oriental (”Wakame” no Japão, “Miyok” na Coreia, “Quindai-cai” na China). Demonstrou-se que o consumo desta espécie facilita a assimilação do cálcio (tem uma acção antialérgica notória). A Undariapinnatifida é - cardiotónica - certos autores aconselham-na nas curas antitabaco. Em tintura-mãe: tomar 30 a 50 gotas por dia.
OS LÍQUENES: UMA SIMBIOSE ENTRE AS ALGAS E OS COGUMELOS
É a Lei das assinaturas” que faz surgir em grande plano a importância medicinal dos líquenes nas doenças dermatológicas (ainda agora, em várias línguas, a expressão “líquen” serve para designar sintomas) e também no que diz respeito a outras patologias.
A “lei das assinaturas” impõe o tratamento
-0 Lobaria pulmonaria, semelhante a um lóbulo pulmonar (o líquen-pulmonar, erva-dos-pulmões), é utilizado no tratamento das afecções

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das vias respiratórias. É interessante realçar que este líquen contém um ácido próximo do ácido cetrárico, dotado de um poder antibiótico.


- O Parmelia sulcala é um líquen que se assemelha a um cérebro. Foi

portanto utilizado contra as dores de cabeça.


-O Pelligra canina, misturado com pirrienta, previne contra a raiva (daí o seu nome).
-O líquen dos muros, o Xantharia parietina, foi utilizado como sucedâneo do quinino porque contém crisopicrina.

- O Pertusaria amara é um excelente antipirético.


Graças à lei das assinaturas” o homem descobriu um verdadeiro tesouro bioquímico. Actualmente conseguimos isolar cerca de 200 substâncias (princípios activos) liquénicas, e a lista está longe de ter acabado.
E, para finalizar, os estudos dos Japoneses mostram que algumas destas substâncias têm propriedades antitumorais e que outras possuem factores inibidores das replicações virais.

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AS PLANTAS EXÓTICAS


OS CINCO CONTINENTES POSSUEM PLANTAS MEDICINAIS
A maioria das plantas medicinais que apresentamos pertencem à flora da Europa. É certo que os outros continentes possuem também uma

grande riqueza vegetal. Os nossos leitores podem encontrar informações sobre a flora africana, asiática, americana e australiana, se o desejarem. Infelizmente, é frequente as espécies apresentadas não estarem disponíveis em França. Além disso a utilização de algumas dessas plantas, presentes nas colecções botânicas francesas, está interdita.


A flora tropical e a sua utilização terapêutica são, frequentemente, pouco conhecidas e até ignoradas. Segundo J. M. Watt (Plants potentially useful in mental health, Lloydia 1/1967), conhecem-se actualmente 200 espécies africanas que estão potencialmente disponíveis (fazem parte das farmacopeias locais) para o tratamento de doenças mentais.
55 espécies africanas são antiepilépticas e 3 espécies têm uma acção antiamnésica (descoberta sem precedentes, que consideramos como quase excepcional). Trata-se das seguintes plantas:
- Adenia lobata;

- Adenia cissampeloides;

- Gardenia neuberias.
Para realçar a riqueza da flora exótica, apresentamos as plantas da família das cactáceas e dos aloés, cuja grande maioria pode ser comprada em França. São bem conhecidas e possuem um vasto leque de possibilidades terapêuticas.

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O ALOÉS


Aloe sp. A aparência desta planta engana os não especialistas que pensam que o aloés é um cacto. Na realidade é uma Liliaceae (actualmente classificada na família das Asphodelaceae).
O gênero aloés está representado por cerca de 250 espécies. O maior

(Aloe arborescens) pode atingir 5 metros de altura.

O Aloe succotrina é um dos remédios mais antigos da humanidade.

O seu suco, “aloana”, é conhecido desde há 3000 anos na Somália e no Egipto.


Os poderes mágicos e terapêuticos do aloés remontam à noite dos tempos
O aloés vem mencionado na Bíblia e faz parte dos remédios citados no papiro de Edwin Smith. No Egipto tem a reputação de preservar a

vitalidade e a beleza. Estava presente durante as cerimónias funerárias e era considerado como um sinal divino da renovação da vida. As lendas atribuem-lhe um papel na preparação da mumificação dos corpos. Faz também parte das plantas secretas do Atharvaveda (um dos quatro Vedas).


O aloés era conhecido dos Gregos, que o traziam da ilha de Socotra. Dioscórides menciona as suas virtudes relativamente à cicatrização de feridas, de arranhões e de chagas. Plínio, o Antigo, descreve, na sua

História Natural a cura de Alexandre, o Grande, ferido por uma flecha. Hipócrates aprecia as suas capacidades para curar tumores. Esta “planta panaceia” foi redescoberta por Alberto, o Grande, que a introduziu na farmacopeia medieval. Era então largamente utilizada como remédio hepático.


O aloés está presente no Codex de Meletios da medicina bizantina. Também está presente na farmacologia chinesa: Li Shih-Shen cita-o como

tónico para as doenças do estômago e do aparelho digestivo. Os grandes viajantes portugueses, espanhóis e ingleses trouxeram novas espécies de aloés dos seus países de origem, bem como informações sobre as doenças para as quais eram prescritas. Foi assim que se descobriu o aloés do Cabo e o aloés do Natal.

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Esta planta tem, nas culturas “primitivas”, um papel mágico. Em África, ela neutraliza a influência dos mortos que voltam à terra para perturbar o espírito dos vivos. Nos Camarões, ela protege as mulheres contra os acidentes que podem ocorrer ao cultivarem os seus jardins. No Mali, pendurado no tecto, afasta os espíritos e atrai a boa sorte. Os Mexicanos fabricam grinaldas de aloés para dar sorte. As jovens Maias besuntam o



rosto com suco de aloés para atrair os rapazes. “A capacidade feronómica” (de atracção) foi observada e utilizada na África do Sul, onde os Afrikaaners e os Zulus afirmam que o “perfume do aloés é um potente perfume sexual”.
Os poderes de cura do aloés
As virtudes dos aloés são múltiplas:
-São cicatrizantes em uso externo, colagogos, laxantes e purgativos

em uso interno.

- Têm uma sólida reputação no tratamento de queimaduras, até mesmo

nas queimaduras causadas por irradiações.

- Certas tribos da África do Sul utilizam-no no tratamento anti-sifilítico e antibiótico.

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