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A cura pela natureza


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1,8% de cafeína, 9,3% de taninos, várias vitaminas (ainda mal identificadas), 20% de resinas e

O,1% de óleos essenciais. A sua acção é múltipla. Ela é em primeiro lugar um forte estimulante cardíaco: dilata os vasos sanguíneos e combate o cansaço. O mate é também um antialcoólico notável. Mas grande parte das suas virtudes permanecem ainda desconhecidas. Vários autores científicos observaram que as populações consumidoras de mate estão protegidas contra os malefícios do alcoolismo que dizimam actualmente as populaçõ es indígenas. Esta situação provém do facto de os bebedores de mate consumirem menos etanoi e nunca caírem numa dependência alcoólica. Esta bebida, que tem um sabor muito agradável, merece ser redescoberta.

* A infusão de erva-mate prepara-se tal como o chá.
MeiMe17drO

* Os seus princípios activos são


utilizados como sedativo nervoso contra as dores nevríticas,
as doenças mentais, a melancolia, a ansiedade e também para tratar o alcoolismo.
ATENÇA01 Esta planta é tõxica. Só deve ser utilizada sob receita médica.
Vi17C~XíCO
Utilizam-se os rizomas (nome popular: raiz-de-asclepíades).

O seu nome provém do facto de ter a capacidade de libertar os intestinos de certas substâncias. Era considerada como um antídoto de vários venenos e era até utilizada contra a peste. Mas, apesar da sua acção real (e do facto de continuar a fazer parte de certas preparações farmacêuticas), tais virtudes parecem exageradas. ATENÇÃO1 Esta planta é tõxica. Só deve ser utilizada sob receita médica.


AliMeIM~O
Uma alimentação saudável, de tendência vegetariana, rica em magnésio (pão integral, cereais integrais, frutos frescos, frutos secos, legumes, etc.). A proscrever: refeições ricas, pratos com molhos, charcutaria, carnes gordas, conservas, fritos, guloseimas, pastelaria. Quanto mais gorda e gastronómica for a
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Alcoolismo


alimentação, mais ela necessita de ser acompanhada, como é lógico, de vinho e bebidas espirituosas. Diminuiçã o do consumo de batatas.
Alimentos privilegiados: papas de aveia (a aveia é utilizada devido às suas propriedades desintoxicantes), levedura de cerveja, germe de trigo, alho, cebola, salsa, couve.
jejum
É fortemente recomendado, tal como a cura à base de fruta. Aconselham-se as curas de uvas (biológicas), da é poca.
Bebid,75 *
O vinho é um remédio comprovado caso não se abuse dele de modo a criar dependência.

O Cânone de Avicena dizia, a propõsIto do vinho que utilizava como remédio:


Sob a designação de vinho entende-se o “verdadeiro vinho”, bebida fermentada preparada a partir de uvas secas ou de tâmaras. (Este vinho bastante espesso necessita de ser filtrado. O vinho da época de Avicena era semelhante aos vinhos gregos do tipo “Retsina”.)
* As principais virtudes que este
lho reconhecia oram as seguintes: reforça as vísceras, preserva a saúde geral e a digestão, conserva o corpo, regenera as fracturas e purifica os humores. Segundo Avicena, o vinho activa o funcionamento do fígado e ajuda-o em caso de obstrução. Influencia a formação dos ossos e ajuda, em doses moderadas, a “clarificar” o cérebro. Além disso, fornece uma boa disposição e permite vencer a melancolia.

* O vinho branco leve é preferível, segundo Avicena, para as pessoas “excitadas” (nervosas) pois não causa dores de cabeça. Pode ser consumido misturado com mel (depois de macerado durante 2 horas).

* O vinho branco pesado, quando é doce, é indicado para todos aqueles que pretendem engordar e recuperar as forças. Quanto mais agradáveis forem o aroma e o sabor do vinho, mais benéfico será para o organismo. Ajuda a digestão e a assimilaçâ o dos alimentos. Torna os humores mais móveis e participa no equilíbrio do corpo.

* O vinho velho é como um bom


médico, mas o vinho novo é como o fel e pode provocar desordens hepáticas. Se ficarmos doentes depois de ter bebido vinho, no dia seguinte devemos
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Alcoolismo


beber água fria, absinto e comer romãs. Para prevenir problemas desagradáveis ocasionados pelo excesso de bebida, Avicena recomendava que se tomasse (antes de beber vinho) um xarope de suco de couve branca, misturado em partes iguais com suco de romã verde, aos quais se acrescentava o dobro do volume de vinagre. É interessante assinalar a influência (e a concordância) dos conselhos de Avicena na medicina medieval.
Citamos aqui alguns aforismos e conselhos da célebre Escola de Salerno (segundo o 1?egímon Sabítatís Saleiniatum, de Bleusen de Ia Martinière, em 1749. Editado pela Union Latine d'Éditions):

* Sobro a escolha e as marcas de bons vinhos:


Quanto ao vinho,- sobre a sua escolha, eis aqui a nossa doutrina.Bebam pouco,- mas que s&ja bom

O bom Vil7170 é UM3 boa M&díCina,


O mau vonho é um veneno. EVItar OS V11717OS faISIfICadOS POIS dão CabO do pWtO

* Sobre os afeitos dos bons vinhos:


Sempre aos me117ores vil717os dêem a vossa preferêncla, Produzem sempre os me117ores humores. Dêsprezem o vinho n&gro, espesso, sem transparência Est& envia ao cérebro vapores grosseiros; Carr&9a o &stômago causa uma sensação o& peso E torna nos suj<os a pr&guiça
CONSELHOS
- Cura de magnésio: 3 semanas várias vezes por ano, salvo em
caso de insuficiência renal grave (em saquetas de 20 g, dissolvido em 1 litro de água de boa qualidade): meio copo de manhã, em jejum. Ver também:

- Endurecimento, exercícios físicos, repouso, respiração, relaxamento - yoga (pp. 133 a 139).


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Alergias e doenças ditas ambientais


Alergias e doenças ditas ambientais
S
ão inúmeras, e as suas manifestações podem ter diversas formas. As causas são múltiplas e, por vezes, iatrogé neas (envenenamento por medicamentos).
Contudo, as alterações no modo de vida e no regime alimentar produzem sempre uma melhoria.
Veja também as diversas formas de alergias e as suas manifestações sintomáticas (asma, asma dos fenos, etc.).
INFLUÊNCIA DAS ALTERAÇõES NATURAIS
DO AMBIENTE SOBRE A SAúDE
A meteopatologia ou a biometeorologia
As condições atmosféricas têm um papel importante na nossa saúde. Conhecemos desde sempre o “mal do vento”, que se caracteriza por astenia, irritabilidade ou, ainda, por dores reumatismais nos adultos e perturbaçõ es digestivas ou respiratórias nas crianças.
A meteorologia age sobre a saúde
Certos ventos são mesmo responsáveis por perturbações específicas, apesar de estas serem frequentemente difíceis de definir.
* Assim a síndroma do vento suão perturba o cicio do sono e provoca
insônias, pesadelos, enxaquecas e dores ao nível do tórax.

* O mal do vento mistral ocasiona nevralgias e insónias. O vento


sharav, em casos extremos, é responsável por anomalias hormonais, cortico-supra-renais ou hipertiroidismo.

* Também foi observada a síndroma da trovoada: antes da trovoada os


bebés lactentes têm diarreias, convulsões e uma agitação anormal.
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Alergias e doenças ditas ambientais


* No século xvi, o padre jesuíta d'Acosta descreveu o mal de “Puna”
que dizimava as expedições espanholas durante a travessia dos recifes montanhosos. Os sintomas são comparáveis ao mal da montanha, com dificuldades respiratórias e aceleração do ritmo cardíaco. Foram descritos por Saussure durante a sua escalada ao cimo do monte Branco. Inúmeras observações feitas por viajantes e praticantes foram retomadas e estudadas pelos naturistas. (É provavelmente daí que decorrem as investigações feitas sobre os

efeitos da electricidade do ar realizadas por Nollet, Franklin, Saussure e de Candolle.) Por outro lado, o desenvolvimento da aviação permitiu constatar que os pilotos estão sujeitos à mesma doença que os


alpinistas, apenas muda a altitude em que surgem os sintomas (2000 metros para os alpinistas e cerca de 6000 para os aviadores).

* A guerra trouxe novas constatações: o mal causado pelo “vento da


bala” é responsável por hemorragias capilares. Sabe-se perfeitamente que o tempo pode agravar ou melhorar certas patologias.

* O mistral e a tramontana provocam acessos de congestão e hemoptíses


nos tuberculosos. Aliás, em certos casos, uma simples previsão meteorológica permite fazer um prognóstico sanitário. Nesta perspectiva, os investigadores gregos utilizam eficazmente o índice termo-higrométrico (medida da humidade e da temperatura diárias) para prever a mortalidade em Atenas.
Por que razões reagirá o organismo desta forma?
Quais são as causas das patologias meteorológicas? Incriminou-se a
rnodificação da pressão atmosférica, os fenômenos eléctricos, as alterações na quantidade de oxigénio e de óxidos de carbono, bem como vários outros factores. Estas modificações (naturais) teriam o poder de modificar o nosso meio ambiente e a nossa homeostase. Paradoxalmente a explicação destes fenômenos biológicos é sempre vaga. Dispomos de inúmeras constatações, mas temos falta de explicações fisiológicas. Porque são raros os casos que se podem resumir a um fenômeno único, como é o caso do mal do mistral em que o vento é acompanhado de uma
ionização positiva. (Neste caso um simples regresso a uma ionização negativa basta para curar o doente.)
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Alergias e doenças ditas ambientais


Quais são os mecanismos da acção do estado do tempo sobre as afecções?
Devemos em primeiro lugar considerar a acção geral sobre o orgaIlisnio.
- A acção directa das condições meteorológicas influencia as reacções
fisiológicas.

- A acção indirecta, por sua vez, modifica-as indirectamente, favorecendo a hipersensibil idade.


Foi por este motivo que os investigadores se interessaram pelos efeitos dos climas continentais. Todavia as explicações propostas são variáveis: pensa-se alternativamente num enfraquecimento geral do organismo que favorece o aparecimento de infecções microbianas, o desenvolvimento de novas patologias bacterianas, uma falha do sistema enzimático, o
desregulamento dos mecanismos de termorregulação, a modificação dos parâmetros físicos dos líquidos (a viscosidade), uma actividade anormal do sistema nervoso autónomo, alterações na permeabilidade das membranas celulares e a interrupção do funcionamento do metabolismo proteico.
As estações agem sobre o corpo e sobre o espírito
- Por outro lado, entre as várias meteo-sensibilídades, devemos mencionar, para além das alergias, as bronquites e as insuficiências respiratórias, as tuberculoses pulmonares e os enfartes. As condições atmosféricas intervêm também de uma forma predominante nas
doenças vasculares cerebrais. Quanto ao aparecimento do reumatismo, este está relacionado com o frio, com a humidade e com a natureza dos solos.

- Além disso, em muitos países observa-se um agravamento das doenças mentais por ocasião da Primavera. Certos investigadores até emitiram a hipótese de a criminalidade e o nascimento de esquizofrénicos serem sensivelmente mais elevados nos primeiros dias de Primavera. Outros estudos demonstraram que os acidentes no trabalho aumentam quando a temperatura ambiente é diferente da temperatura óptima para o organismo humano (entre 11 e 24'C). Aplica-se o mesmo comentário aos suicídios, mais frequentes no Inverno do que no Verão.


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Alergias e doenças ditas ambientais


Aliás o sol intervém de forma tão benéfica no nosso corpo que até a cárie dentária parece (segundo certas fontes) sofrer a influência dos
raios de sol.
- As doenças infecciosas têm, também elas, um carácter sazonal. Manifestam-se tanto sob a forma de epidemias como pela diversidade dos seus tipos. Na Europa Central as doenças infecciosas dividem-se em três categorias:

* estivais (febre tifóide, poliomielite, disenteria);

* hiberno-vernais (patologias rinofaríngicas, sarampo, varicela
e varíola);

* hibernais (escarlatina, difteria, gripe, pneumonia).


- As condições atmosféricas podem fazer baixar o teor de ácidos gordos (que têm um papel protector) da pele, o que tem por efeito facilitar a penetração de bactérias patogénicas.
- A observação dos fenómenos naturais demonstra que o ar seco e frio
estimula a mucosa nasal, enquanto o ar húmido a inibe. Isto explica a razão de as doenças das vias respiratórias serem muito menos frequentes no Norte da Europa.
-0 estado do tempo tem também uma influência apreciável sobre a
taxa de anticorpos. Ele altera a composição hormonal (sobretudo supra-renal). O frio caracteriza-se pela excreção urinária de esteróides e por um aumento da resistência antibacteriana.
A meteorologia: um meio de prevenir muitas doenças
O conhecimento dos elementos meteorológicos permite neutralizar certos inconvenientes e tirar proveito de certos remédios elementares bem conhecidos, tais como a benéfica “mudança de ares”.
A título indicativo, consulte o quadro que apresentamos adiante. Este mostra o aumento do número de certas patologias em relação com as
perturbações climáticas sazonais nos vários meses do ano.
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MÊS
Doenças de risco e fenórnenos patológicos
Janeiro
Aumento significativo das doenças cardíacas, de apoplexias, de úlceras pépticas, riscos de coma diabético, raquitismo, gripe, pneumonia, meningite cérebro-espinal, aumento da fragilidade capilar, riscos de deficiência em vitaminas A, Li e K, hipertensão.
Fevereiro
Fortes crises de arteriosclerose, de doenças cardíacas diversas, apoplexias, bronquites, úlceras pépticas, aumento de risco de comas diabéticos, doenças mentais, raquitismo, riscos de pneumonia, meningite cérebro-espinal, deficiência em vitaminas A, D e K, descalcificação, hipertensão, tuberculose e perda de fosfato.
Março
Reumatismos, doenças mentais, risco de tuberculose, meningite cérebro-espinal, varíola, fragilidade capilar acrescida, hipertensão, descalcificação e perda de fósfato.
Abril
Doenças mentais, risco de tuberculose, meningite, agravamento da fragilidade capilar.
Maio
úlcera duodenal, bócio, asma dos fenos, febre tifóide, poliomielite, risco de deficiências em vitamina B.
Junho
Asma dos fenos, febre tifóide, poliomielite, disenteria, deficiência em vitaminas B e C.
Julho
Apendicite, conjuntivite, febre tifóide, poliomielite, disenteria, deficiência em vitamina C.
Agosto
Propício às febres tifóides, asma, poliomielite, disenteria.
Setembro
Asma, cólera, disenteria, poliomielite.
Outubro
Reurnatisinos, escarlatina, gripe, hipertensão.

Novembro
úlcera do duodeno, acréscimo de casos de glaucomas, reumatismos, difteria, gripe, crises de hipertensão.
Dezembro
Bronquites, úlceras pépticas, aumento do risco de coma diabético, raquitismo, gripe, pneumonia, meningite cé rebro-espinal, possibilidade de dericiência em vitaminas A, D e K, hipertensão, acréscimo de leucócitos.
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Alergias e doenças ditas ambientais
INFLUÊNCIA DAS ALTERAÇõES ARTIFICIAIS
DO AMBIENTE SOBRE A SAúDE
Qualquer tipo de actividade utiliza energia e gera poluições que têm freq uentem ente repercussões nefastas, que só consideramos quando temos a possibilidade de as medir e identificar. Isto é possível quando as consequências se fazem sentir imediatamente, mas difícil quando estas só surgerri muito tempo depois.
O nosso mundo está doente de poluição
Certas espécies animais e vegetais, ditas bioindicadoras, apresentam uma sensibilidade particular e testemunham do desaparecimento de certas formas de vida.
Quando uma indústria polui com os seus detritos (o que acontece com todas) e surge o escândalo à luz do dia, instaura-se um regateio entre os
industriais aliados dos sindicatos da empresa que defendem o direito ao emprego. A vida, as alterações nos ecossistemas, as repercussões biológicas e as eventuais consequências sobre a saúde têm pouco peso face aos
argumentos económicos.
Caminhamos para uma diminuição da poluição?
Os factores criadores de poluição acentuaram-se nos últimos anos, particularmente graças à intensificação da industrialização. O crescimento
e a alteração do consumo dos indivíduos são em grande parte os factores responsáveis desta situação. E seria uma ilusão pensar que os progressos realizados fazem ou farão inverter este processo de degradação que constatamos na nossa vida quotidiana.
O estado global de nosso meio ambiente, desde que tomámos consciência da sua degradação, não melhorou por isso. Alguns cientistas, desde os anos 30 (a escolha desta data, sabemo-lo, é puramente arbitrária, já que os primeiros trabalhos sobre os efeitos nocivos dos fumos datam do século xvii) começaram a avaliar os efeitos nefastos da industrialização sobre a Natureza. Apresentaram as suas reservas relativamente à poluição gerada pelas actividades humanas e acautelaram os poderes públicos. As
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primeiras medidas significativas foram tomadas nos anos 70, mas o estado do planeta continua todavia a degradar-se.
Existem me(lidas possíveis de prevenção?
As ineclídas preventivas são quase ínexístentes. Mesmo que um país tornasse a decisão de respeitar totalmente o seu meio arribiente (o que é impossível no nosso mundo industrializado), esta decisão teria poucas repercussões porque a poluição não tem em conta as fronteiras e estas, numa perspectiva proteccionista, não nos servem de nada.
Quando sornos confrontados com uma poluição que nos obriga a agir de modo a neutralizá-la, limitá-la ou substituí-la por uma técnica “com efeitos nocivos aceitáveis”, o mal já está feito. Além disso, o que poderia à primeira vista parecer uma boa medida demonstra ser irrealista e, grande parte do tempo, apenas substituímos um tipo de poluição por outro, cujos efeitos ainda não se manifestaram.
Tomar consciência (lo meio ambiente significa a(laptarmo-nos ou adaptá-lo às nossas necessida(les?
O problema reside na percepção que o homem tem do seu meio ambiente. As outras espécies vivas, sejam elas animais ou vegetais, vivem em osmose com o seu meio ambiente. Uma espécie adapta-se e aclimata-se em função do seu meio: se não consegue encontrar o seu lugar, desaparece; pelo contrário, se as condiçõ es lhe são favoráveis ela persiste e prolifera.
Para o homem a situação é muito diferente. Este adapta o meio ambiente à suas necessidades’ . Enquanto estas apenas exigiram a energia fornecida pela força dos animais, as repercussões, apesar de terem algumas consequências, perinitiram contudo um modus vivendi. O homem explorava a natureza em função das suas capacidades limitadas, e esta podia, mal ou bem, reconstituir-se.
Com a chegada da era industrial, a relação de forças alterou-se em
grande escala e a exploração dos recursos naturais acentuou-se ainda mais, aumentando paralelamente os seus efeitos desagradáveis. O raciocínio do homem fá-lo pensar que aquilo que não conseguiu resolver ontem
1 As alterações feitas pelos animais também existem, mas têm um carácter limitado.
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Alergias e doenças ditas ambientais


estará ao seu alcance amanhã. Mas, no estado actual da situação, nada indica que os problemas para os quais não encontrámos uma resposta sejam resolvidos num futuro próximo.
Além disso, o nosso sistema imunitário tem a capacidade de indentificar as substâncias patogénícas que encontramos e deveria neutralizá-las. É o
que norrnalmente acontece. Mas quando somos confrontados com agentes tóxicos novos, que enganam as nossas defesas, o nosso organismo não consegue ídentificá-los, e estes são, assim, assimilados e armazenados.
O progresso gera exclusão e inatlaptação
Destas perspectivas decorrem dois sistemas de pensamento:

- O primeiro consiste em afirmar que o homem, desde os tempos mais


remotos, soube adaptar-se ao seu meio arribiente.

- O segundo consiste em acreditar que o homem, no futuro, será capaz


de encontrar a solução para os problernas que tem sido incapaz de resolver no passado.
Este tipo de raciocínio optimista, que defende o progresso “a todo o custo”, não é sério e não resiste a uma análise profunda. Dizer que o
homem vai conseguir adaptar-se é uma pura abstracção especulativa e
revela mais do desejo do que da realidade observável que decorre dos factos. Basta, para ficaririos convencidos, enumerar as espécies que desapareceram ao longo desta última década e verificar que inúmeros rios e
lagos perderam a totalidade ou uma grande parte da sua fauna aquática.
Um outro aspecto que não se deve negligenciar e que é esquecido é que, longe de resolver os problemas do homem, a industrialização marginaliza socialmente os indivíduos mais fracos (os que não podem ou não sabem adaptar-se às condições sociais ou económicas) e exclui-os, perante a indiferença geral da colectividade (à excepção de algumas associações de caridade com meios limitados). Para estes problemas, e isto independentemente do tipo de governantes no poder, não foi ainda encontrada qualquer solução. A sociedade continua a produzir progresso e a
acentuar o fenómeno da inadaptação e da exclusão.
Quanto aos outros, aqueles que estão “provisoriamente” adaptados, têm consciência da precariedade da sua situação. Esta é uma das razões pelas quais os países ricos necessitam cada vez mais de drogas (legais ou
ilegais) para os ajudarem a suportar o seu “mal-estar”.
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Alergias e doenças ditas ambientais


A POLUIÇÃO ELECTROMAGNÉTICA
A fada boa da electricidade
Uma das primeiras pessoas em França a apontar os riscos ligados a
este tipo de poluição invisível, e por isso insidiosa, foi o Dr. Maschi. Como é o caso de todos os precursores, isto não só lhe valeu um grande número de transtornos e processos, como tarribém o ter sido, durante mais de vinte anos, excluído da ordem dos médicos. Actualmente toda a gente parece concordar, ou quase, e inúmeros cientistas admitem que a corrente eléctrica não é talvez tão anódina como normalmente se pensa.
Com efeito, os responsáveis e os produtores de electricidade de todos os países fizeram crer ao público que a electricidade só tinha vantagens. Durante muito tempo ela só teve qualidades, a tal ponto que os publicitários, ao gabarem os seus méritos, apresentavam-na sob a imagem tranquilizadora de “fada boa do lar”. Mas, por detrás desta fada radiosa e dispensadora de tanto conforto e facilidade, esconde-se talvez uma terrível bruxa, pronta a fazer-nos pagar o cêntuplo por todas as vantagens que nos fornece.
As investigações finalmente reveladas
As primeiras investigações dissonantes datam de 1954. Foram efectuadas nos Estados Unidos. Na mesma época os Polacos também trabalharam sobre esta questão polémica.
A evolução da técnica teve como resultado o facto de o conjunto de radiações electromagnéticas da atmosfera terrestre ter ficado “carregado” de forma considerável. Trata-se de uma poluição ignorada, ocultada, mas
cuja presença se torna cada vez mais evidente.
Já nessa época se suspeitava que este tipo de poluição era responsável por certas patologias degenerativas tais como as leucemias ou a doença de Parkinson.
Em 1976 um estudo americano apresentava os resultados de um relatório do Pentágono que realçavam que “os fornos de microndas poderiam produzir crises cardíacas, alterar o comportamento dos diplomatas e
influenciar as pessoas submetidas a um interrogatório”.
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Milhões de dólares foram investidos neste tipo de investigação, tanto rio Ocidente como no Oriente. Mas com que finalidade? Esta questão continua actual.
Em 1979, WertheIrner e Leeper observaram um excesso de mortalidade por doenças cancerosas em crianças que viviam em casas com campos magnéticos muito elevados. Três anos depois Milham realça que as pessoas que têm uma actividade associada à exposição a campos inagnéticos podem manifestar um risco acrescido de leucemia.
Nos anos 80 e 90 foram realizados estudos epiderniológicos em pessoas que manifestavam exposiçoes não só residuais, mas tarribém profissionais. Na Suécia confirmaram que o aumento dos riscos relativos cresce proporcionalmente à frequência e aos níveis de exposição. Este estudo conclui “que os resultados trazem mais argumentos em favor de uma relação entre campos magnéticos e cancro do que contra ela”. Esta evidência é ainda mais acentuada no caso da leucemia infantil.
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